segunda-feira, 4 de julho de 2005

SANTA SÉ contra casamento homossexual

Vaticano considera legalização do casamento homossexual como «derrota da humanidade»
A polémica em torno da legalização dos casamentos homossexuais em Espanha continua na ordem do dia no Vaticano, com o jornal “L’Osservatore Romano” a qualificar na sua uma derrota da humanidade”. O jornal do Vaticano afirma que a oposição da Igreja católica a esta iniciativa não é uma “guerra de religião”, pois a família não é algo imposto pela Igreja, “mas um património das grandes culturas”.“Causa incredulidade e amargura o tom triunfalista com os que alguns políticos e intelectuais ‘progressistas’ comentaram a lei que legaliza as uniões homossexuais, equiparando-as ao matrimónio heterossexual”, diz o artigo.“Não só os crentes, mas qualquer pessoa com senso comum, livre do preconceito, não pode deixar de reconhecer neste acto uma derrota da humanidade”, afirma “L’Osservatore Romano”.
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Monopólios são sempre perigosos

Numa democracia madura, não há nem pode haver monopólios. Os monopólios, seja em que área for, fazem sempre lembrar totalitarismos que cerceiam a liberdade individual e colectiva. Na educação, ainda se tornam mais perigosos, porque é a partir daí que se formam as consciências e se edificam as sociedades. É certo que as democracias têm de garantir o ensino e a educação a todos os seus membros, mas devem fazê-lo no respeito pelas convicções e opções de todos. Assim, e tendo em conta que os primeiros responsáveis pela instrução e pela educação dos filhos são os pais, o Estado democrático não pode impor, seja a quem for, um modelo único de escola, onde se ministra o que os partidos no poder entendem ser o mais correcto, que pode não ser o mais certo para os pais. Na impossibilidade de o Estado oferecer um modelo educativo a cada família, importa aceitar que outros o façam, respondendo, deste modo, às necessidades e aos gostos das famílias. Isto significa que, se uma família deseja para os seus filhos uma educação de matriz cristã, tem de haver liberdade de escolha, cabendo ao Estado a obrigação de apoiar esses projectos. Dir-me-ão que o Estado só pode oferecer um tipo de escola, porque não tem possibilidades de responder a todos os gostos. Ora aí é que está o problema que tem de ser ultrapassado, sob pena de termos escolas estatais com projectos educativos que possam ofender as convicções de muitos. Foi-me garantido que há escolas oficiais onde estão a querer banir os sinais religiosos. Há professores que estão a ser ameaçados com processos disciplinares, caso proponham aos seus alunos, por exemplo, actividades do âmbito das religiões que professam, num quadro da aula de Educação Moral e Religiosa. Isto significa que é proibido cultivar o sentido do religioso e do divino nos alunos, mas legítimo cultivar o indiferentismo e até, a partir daí, o ateísmo. Fernando Martins (Voltarei ao assunto)

Em férias, mas presente

A gozar um período de férias, direito que assiste ou deve assistir a todos os cidadãos, prometo que, sempre que possível, por aqui passarei. Os meus assíduos leitores merecem de minha parte este modestíssimo esforço, até porque já não me sinto bem sem nada fazer. Entretanto, quero desejar a todos umas boas férias, com muita tranquilidade e com muita alegria. No regresso, prometo dar conta do que vi, senti ou li no ambiente descontraído em que me encontro. F.M.

domingo, 3 de julho de 2005

Um poema de Cabral do Nascimento

ADEUS Manhãs serenas, pálidos Dias sem sol, enevoados céus, Opacas noites de perfumes cálidos, Vejo tudo isso e digo adeus. Frutos doirados, flores de estuante viço, Rochas, praias, ilhéus, Ondas do mar azul… Vejo tudo isso E digo adeus. Que importa que este fosse o meu desejo, Se o envolve a sombra de pesados véus? A vida existe para os outros. Vejo Tudo isso, e digo adeus. E porque é tarde, e estou cansado, sigo A estrada do regresso; e quando volvo os meus Olhos, além, vejo tudo isso e digo: Adeus!

Jornadas de Universitários Católicos

Posted by Picasa Padre Bacelar, D. António Carrilho e Lurdes Figueiral, do Conselho Nacional de Pastoral do Ensino Superior
Para redescobrir a cidadania Face ao conhecido e inquietante desinteresse da maioria dos portugueses pelas questões da cidadania, o Movimento Católico de Estudantes e o Serviço Nacional de Pastoral do Ensino Superior vão avançar com as IX Jornadas de Universitários Católicos. O tema, “Redescobrir a cidadania – Contributos para a mudança”, pretende alertar e mobilizar os estudantes do Ensino Superior, para que assumam, na vida, nesta área como noutras, uma maior co-responsabilidade.
O projecto desta iniciativa foi apresentado no sábado, em Fátima, na reunião do Conselho Nacional de Pastoral do Ensino Superior, que decorreu sob a moderação de D. António Carrilho, presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família. Estiveram presentes, para além da Equipa Executiva, representantes de algumas dioceses do País e de Lares Académicos. As jornadas vão ter lugar em Leiria, de 17 a 19 de Março do próximo ano, sendo certo que o anúncio ora feito pretende, tão-só, sensibilizar os universitários para uma participação mais activa e muito mais empenhada, desde já. Nessa linha, urge que todas as estruturas estudantis, ligadas às Universidades e à Igreja Católica, descubram a importância desta iniciativa, no sentido de a divulgarem com mais consciência e com bastante eficácia. “Mudanças e consequências: rumos e valores da nossa sociedade” e “Cidadania – A nossa responsabilidade na mudança” vão ser as conferências que abrirão o debate de temas tão importantes como cidadania e associativismo, ecologia e economia, sociedade de informação e interculturalidade, participação política e os portugueses, conflitos e inquietações, entre outros. Em mesa redonda, o tema “Mudança, Cidadania e Ensino Superior” vai servir como motivo de reflexão, em ambiente sereno mas objectivo, na esperança de se encontrarem respostas para questões tão pertinentes como são estas, nos tempos que correm. Ainda haverá espaços para debater as respostas urgentes que a Igreja Católica tem de dar, face às mudanças que toda a gente reconhece como inevitáveis, e tendo em conta, sobretudo, os desafios que se nos põem, hoje, para dizer Deus. Fernando Martins

LER JORNAIS

Para muitos, e falo do que conheço, os jornais só nos trazem e mostram tragédias, dramas, tristezas, desgraças. Mas não é assim. Se corrermos com olhos bem abertos as suas páginas, com preocupações positivas, descobriremos sempre coisas bonitas e agradáveis de ver e de ler. Do “PÚBLICO” de hoje, transcrevo, para oferecer aos meus leitores, um parágrafo do artigo de Frei Bento Domingues. “Diante do mistério de Deus, toda e qualquer fórmula humana não pode ser mais do que um balbuciar ligado a determinadas condições linguísticas, históricas e filosóficas. As fórmulas podem oferecer pistas úteis, talvez mesmo indispensáveis, para orientar os nossos passos para Aquele que chama por nós para além de nós. Gosto do Credo do padre Serge de Beaurecueil, alma da sua impressionante liberdade, manifestada ao longo desta aventura: ‘Para falar como o profeta Jeremias, encontrei Alguém, o Deus vivo, que me seduziu. Não acredito nas ideologias, mas creio em Jesus de Nazaré. Não creio na moral, mas creio no Espírito Santo, guiando, a partir de dentro, os meus passos. Não creio possuir a Verdade que do alto da minha superioridade distribuiria aos outros. Desejo apenas, com eles, muitas vezes por eles e através deles, passo a passo, dia após dia, caminhar para ela. Que seja ela a possuir-me. Por maior que possa ser a obscuridade da nossa noite, creio por eles e por mim, com todo o meu ser, na radiosa Estrela da manhã’.”

BOAS FÉRIAS - 2

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O prazer de ler As férias, para serem bem vividas, têm de nos levar a sentir e a experimentar alguns prazeres. Na passada semana abordei o prazer de conviver e hoje sugiro o prazer de ler. É certo e sabido que muitos compram livros ao sabor das propostas das editoras e dos críticos. Também os compram porque os amigos lhes falaram das suas saborosas leituras e dos autores das suas predilecções. Depois, há livros que ficam à espera de serem lidos, meses e meses e até anos. As férias podem ser, pois, excelentes oportunidades para todos pormos as leituras em dia. Claro que não vamos, de modo nenhum, passar os dias todos das férias a ler, porque a vida não se faz só de leituras. Mas, se houver boa vontade, podemos cultivar o prazer de ler, lendo com regra os bons poetas e prosadores portugueses, que os temos, felizmente. Não vou aqui e agora sugerir nomes e livros, porque seria impossível agradar a toda a gente. Neste meu espaço, aliás, tenho escrito sobre um ou outro escritor, sobre um ou outro livro, dos que mais me sensibilizaram no momento e nas circunstâncias.
Há horas para tudo, se quisermos. Horas para o romance, horas para a poesia, horas para o ensaio, horas para o religioso, horas para o espiritual, horas para o bíblico, horas para a Bíblia, horas para o teológico, horas para o biográfico, horas para o filosófico, horas para a crítica literária, horas para o comentário sobre o que se leu, horas para o jornal e para a revista, horas para tudo, afinal. O que é preciso é que a leitura tenha um espaço próprio nas nossas férias. E se tivermos em conta que os livros são, sem sombra de dúvidas, dos nossos melhores amigos, então mais razões haverá para lhes dedicarmos parte significativa dos tempos livres, que os temos, decerto, nas férias deste ano. Fernando Martins