O prazer de ler
As férias, para serem bem vividas, têm de nos levar a sentir e a experimentar alguns prazeres. Na passada semana abordei o prazer de conviver e hoje sugiro o prazer de ler.
É certo e sabido que muitos compram livros ao sabor das propostas das editoras e dos críticos. Também os compram porque os amigos lhes falaram das suas saborosas leituras e dos autores das suas predilecções. Depois, há livros que ficam à espera de serem lidos, meses e meses e até anos. As férias podem ser, pois, excelentes oportunidades para todos pormos as leituras em dia.
Claro que não vamos, de modo nenhum, passar os dias todos das férias a ler, porque a vida não se faz só de leituras. Mas, se houver boa vontade, podemos cultivar o prazer de ler, lendo com regra os bons poetas e prosadores portugueses, que os temos, felizmente.
Não vou aqui e agora sugerir nomes e livros, porque seria impossível agradar a toda a gente. Neste meu espaço, aliás, tenho escrito sobre um ou outro escritor, sobre um ou outro livro, dos que mais me sensibilizaram no momento e nas circunstâncias.
Há horas para tudo, se quisermos. Horas para o romance, horas para a poesia, horas para o ensaio, horas para o religioso, horas para o espiritual, horas para o bíblico, horas para a Bíblia, horas para o teológico, horas para o biográfico, horas para o filosófico, horas para a crítica literária, horas para o comentário sobre o que se leu, horas para o jornal e para a revista, horas para tudo, afinal. O que é preciso é que a leitura tenha um espaço próprio nas nossas férias.
E se tivermos em conta que os livros são, sem sombra de dúvidas, dos nossos melhores amigos, então mais razões haverá para lhes dedicarmos parte significativa dos tempos livres, que os temos, decerto, nas férias deste ano.
Fernando Martins