Mensagens

APONTAMENTOS SOBRE RELAÇÕES IGREJA(S)-ESTADO (4)

Imagem
1.Dou hoje continuidade ao texto aqui publicado na semana passada. Nele, tentei dar o essencial da minha exposição sobre a laicidade, num "jantar branco", portanto, com a presença de "profanos", em Lisboa, organizado por uma loja maçónica e no qual se debateu precisamente o tema O Futuro da Laicidade. Os intervenientes foram o grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, António Reis, e eu próprio. Foi gratificante para mim constatar uma convergência fundamental de pontos de vista. 2. O grão-mestre do GOL citou a frase célebre de Jesus: "Dai a Deus o que é de Deus e a César o que é de César." A separação da Igreja e do Estado, da religião e da política, portanto, um Estado laico, é essencial para a paz e como garantia da liberdade de todos, para se ter uma religião ou outra, mudar de religião, não ter religião. Neste contexto, disse que é necessário estar atento às perseguições religiosas em muitas países do mundo. 3. O Estado confessionalmente neutro e a separ...

PONTES DE ENCONTRO

Imagem
Vítor Amorim A decepção de uns e a mediocridade de outros O Arcebispo de Trento (Itália), D. Luigi Bressam, considerou, num Encontro Inter-religioso Europeu, que decorreu em Itália, entre 22 e 25 de Maio, do presente ano, que os textos dos políticos europeus são “decepcionantes e que os Documentos oficiais europeus não contêm uma “missão” para a Europa e critica a visão “eurocêntrica” dos mesmos. “São decepcionantes – como diz – porque não têm na mente uma missão para a Europa e só prevêem novas estruturas com uma visão eurocêntrica do mundo, sem estarem prontos para reverem as regras de intercâmbios internacionais e económicos, se estas não tiverem como resultados proveitos para o chamado primeiro mundo.” Numa altura em que o mundo está a passar por profundas alterações, com dinâmicas sociais e económicas a surgirem a um ritmo vertiginoso e, tantas vezes, inesperado, onde os centros de decisão da economia parecem, cada vez mais, estarem a deslocarem-se para outros países, estas recen...

ÍLHAVO: VIII Grande Pedalada

Imagem
Centro Cultural de Ílhavo A Câmara Municipal de Ílhavo vai organizar no próximo dia 15 de Junho, domingo, mais uma edição da Grande Pedalada. Esta iniciativa surge no seguimento do balanço extremamente positivo das edições anteriores, que reuniram centenas de participantes, de todas as idades, oriundos de todo o Concelho e também de fora dele, que puderam, durante esses dias, apreciar a grande beleza natural desta região, ao mesmo tempo que praticavam uma actividade tão saudável e amiga do ambiente como é o ciclo-turismo. A Grande Pedalada 2008 terá início pelas 10 horas (concentração na Praça do Centro Cultural de Ílhavo), partida às 10.30, passando depois por vários pontos do Concelho, terminando cerca das 17 horas na Piscina Municipal de Vale de Ílhavo, que nesse mesmo dia reabre ao público, possibilitando assim um refrescante mergulho após o esforço. O almoço-piquenique será realizado no Parque de Merendas da Gafanha da Encarnação. Fonte: "Site" da CMI

PARA PENSAR: Patriarcado de Lisboa terá perdido em sete anos cem mil católicos

Imagem
D. José Policarpo Falta qualidade nalgumas homilias, nas leituras e nos cânticos. A crítica é do cardeal-patriarca de Lisboa e o alerta foi feito recentemente aos católicos numa Carta Pastoral que D. José Policarpo enviou às paróquias da sua diocese. Numa altura em que a própria Igreja reconhece uma diminuição de católicos praticantes, o cardeal-patriarca defende a renovação da liturgia. Segundo contas feitas pelo Expresso, a partir de indicadores fornecidos pelo Patriarcado, Lisboa poderá ter perdido em sete anos cerca de cem mil pessoas. Mas se algumas igrejas não se enchem nas missas de domingo, outras, com a da paróquia do Campo Grande, rebentam pelas costuras. "Aqui, a eucaristia é sempre uma festa e a homilia está sempre ligada à vida real", conta o padre Feytor Pinto. Para o sacerdote e teólogo Peter Stilwell, que também tem missas cheias na capela do centro comercial das Amoreiras, a quebra de fiéis em Lisboa tem origem, entre outras causas, "numa cidade hostil ...

NA LINHA DA UTOPIA

Imagem
António de Lisboa e do mundo 1. Talvez seja quando saímos do país que mais e melhor apreciamos as raízes que, quase sem darmos por isso, continuamente nos habitam. De há muitos séculos que o 13 de Junho tem um carácter eminentemente popular, na melhor acepção do termo. Na essencial liberdade, são muitas as povoações que o desejam, muitas as terras que trazem inscrito o seu nome como patrono, o nome do santo mais famoso de todo o mundo, Santo António. Desconhecer ou não reconhecer a sua obra extremamente inventiva na sua época é refugiar-se no presente solitário, ocultando o melhor dos valores e dos princípios universalistas que, como antecipação (dos tempos das descobertas), fazem de António o eminente cidadão do mundo. Um dos primeiros. 2. Nasceu em Lisboa a 15 de Agosto de 1195, de nome, no seu “bilhete de identidade”, Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo. Após a entrada, aos 15 anos, no convento de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, aos 25 anos, a sedução pela palavra (de...

Centenário da República: Presidente da República dá hoje posse à Comissão Nacional para as Comemorações

O Presidente da República nomeou, sob proposta do Governo, a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República. A Comissão será presidida por Artur Eduardo Brochado dos Santos Silva e terá como vogais Francisco Sarsfield Pereira Cabral, João José de Sousa Bonifácio Serra, Maria Fernanda Fernandes Garcia Rollo e Maria Raquel Henriques da Silva. Aníbal Cavaco Silva dará posse à Comissão no Palácio de Belém, hoje, dia 12 de Junho, pelas 19 horas. Em 5 de Outubro de 2010, como é sabido com certeza por todos os portugueses, celebra-se o centenário da República. Penso que esta é uma excelente oportunidade para se fazer mais luz sobre esse período da nossa vida colectiva. Não têm faltado historiadores que se debruçaram sobre a revolução republicana e sobre a chamada primeira República, com as intermináveis guerras político-partidárias, que levaram ao "Estado Novo" de Salazar. A Igreja, como é sabido também, sofreu bastante, directa ou indirectamente apanhada pelo ri...

Raciocínios limitados, o país a empobrecer-se

Imagem
Muitos políticos, felizmente que não todos, têm, por vezes, raciocínios sobre a vida social e política, que não saem das baias estabelecidas pelos seus partidos. Nota-se, assim, a falta de horizontes mais largos e profundos e alguma prisão interior que não os deixa ser livres, nem expressar-se livremente. A disciplina de voto passa muitas vezes a ser, também, disciplina de pensamento e de opinião. Quando se sonham ou esperam favores, não se ousa dissentir dos que mandam ou influenciam as decisões, ou ir mais longe nas opiniões pensadas e reflectidas. É perigoso sair do estabelecido, se não se tem estofo para aguentar consequências, que podem ser fatais para quem sonha. O terreno da política partidária está, frequentemente, armadilhado e com percalços inesperados. Gostava, e é legítimo esperá-lo, de ver gente com lugar na Assembleia da República, em postos de governação ou em estruturas políticas e administrativas, ser livre no seu pensamento e não se sentir acorrentado por interesses p...

O Catitinha

"Foi em casa do tio João que um dia, aí por 1945, conheci uma figura típica e algo misteriosa. Aparecia de tempos a tempos e fixava residência em casa de alguns gafanhões, que o recebiam como se fora um parente próximo. Cediam-lhe um quarto, comia à mesa com as famílias que o acolhiam, conversava e dava conselhos a todos. Das suas palavras, serenas e bem medidas, saíam conceitos cheios de filosofia, que eu não entendia, mas que os sentia nos rostos extasiados de gafanhões iletrados e pouco viajados. Era o Catitinha, que até os fotógrafos da região gostavam de registar para a posteridade." Ler mais em GALAFANHA

Conselhos para o dia todo e para todos os dias

Imagem
Trabalha como se não precisasses de dinheiro. Ama como se nunca tivesses sido magoado. Dança como se ninguém te estivesse a ver. Canta como se ninguém ouvisse. Vive como se fosse o Céu na Terra. NOTA: Frequentemente recebo mensagens lindíssimas e cheias de sentido, mas ainda não descobri a forma de as publicar no meu blogue. De uma dessas mensagens, enviada pelo João Marçal, leito assíduo e amigo de há muito, retirei estes conselhos para o dia todo e para todos os dias.

Regata dos 200 anos da Abertura da Barra – Cruzeiros à Vela

Imagem
Realiza-se no próximo fim de semana (14 e 15 de Junho) a “Regata 200 anos da Abertura da Barra – Cruzeiros à Vela”. Esta Regata é organizada pela APA – Administração do Porto de Aveiro SA e pelo CVCN – Clube de Vela Costa Nova, tendo por Patrocinador Oficial a PRIO – Advanced Fuels. A prova irá concretizar-se ao largo da Barra e contará com a participação de inúmeros Cruzeiros de várias localidades. A Base de Regata está instalada no Porto de Abrigo do PPC – Porto de Pesca Costeira. Uma tenda com 250 m2 permitirá a recepção dos velejadores e convidados bem como o serviço de refeições e animação. Faz parte do programa a actuação de um excelente conjunto musical, que manterá os participantes bastante animados, dando à regata um carácter festivo. A animação será igualmente ponto alto quando às 22.30 horas se iniciar o Grande Espectáculo Piro Musical, oferta da Comissão das Comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra a toda a população e visitantes. O segundo dia de provas começa com...

PONTES DE ENCONTRO

Do 25 de Abril ao 10 de Junho No dia 5 de Março, do corrente ano, fiz algumas humildes e breves considerações ao discurso que o Presidente da República proferiu na cerimónia da 34ª Sessão Comemorativa do 25 de Abril, na Assembleia da República. Na altura, o Presidente da República afirmou que “Num certo sentido, o 25 de Abril continua por realizar-se”. Tive ocasião de escrever, então, que “o 25 de Abril de 1974 será, sempre, passado sem sentido e um memorial de recordações e nostalgias, que jamais poderão fazer parte do futuro”, se a classe política não tiver capacidade de se organizar e de se mobilizar, definitivamente, a fim de que os cidadãos deste país cumpram, na parte que lhes cabe, os desafios iniciados, após Abril de 1974. De outro modo, Abril (ou outro mês qualquer, para quem o desejar), continuará, em muitos sentidos, por realizar-se, para sempre!

Não será euforia a mais?

Confesso que não compreendo tanta euforia. Hoje à tardinha, depois da vitória de Portugal sobre a República Checa, em algumas ruas da Gafanha da Nazaré, decerto à semelhança do que acontecia por todo o país, a alegria era esfuziante. Como se Portugal acabasse de vencer o campeonato do Mundo de Futebol. De outra coisa qualquer, o silêncio seria igual ao de todos os dias, com o povo mais preocupado com a crise que provoca angústias. Mas com o Futebol, não é assim. Carros cheios de gente, bandeiras e bandeirinhas agitadas ao vento, também em casas particulares e nos estabelecimentos comerciais, buzinadelas ensurdecedoras, gritos e gritinhos de entusiasmo! Quase todos vestidos ou decorados com as cores nacionais, aos pulos, nas ruas e em carrinhas de caixa aberta. Todo o pessoal se saudava de braços bem abertos e de bandeiras desfraldadas! Até vi um carro de museu na festa! Cada um é quem é. Mas eu, que gosto que Portugal vença e seja campeão, não sinto necessidade de todo este espalhafat...

Mensagem do Bispo de Aveiro: Dar valor e sentido à vida

Imagem
"As aulas de EMRC inscrevem-se necessariamente neste ho-rizonte de serviço aos alunos e à Comunidade Educativa e prestam um inalienável contributo nesse sentido. Ajudar os jovens a crescer com valor, oferecendo-lhes um percurso com sentido cristão, é uma das missões primeiras das aulas de EMRC. Abre-se este horizonte em cada aula e em cada etapa do tempo escolar para um desafio de vida cristã marcada pela coerência, pela disponibilidade, pela verdade e pela alegria manifestadas no testemunho exemplar de cidadania e de fé, no serviço entusiasmante do Evangelho e na entrega generosa às causas do bem comum, da justiça e da paz.A matrícula nas aulas de EMRC é assim também um testemunho de fé, nascido no coração dos jovens e das famílias." Clique aqui para ler toda a mensagem

NA LINHA DA UTOPIA

Imagem
Bénard da Costa Universalismo, Valor a rentabilizar 1. Com a actualidade em polvorosa com outras questões, o 10 de Junho parece já ter sido esquecido. Sobra a polémica de uma ou outra “frase” dita que também faz apagar, rapidamente, algumas questões de fundo salientadas na celebração deste dia das comunidades que vivem em português. Destacamos o discurso de João Bénard da Costa, aprofundando a raiz profunda do universalismo característico dos portugueses. De uma noção de língua, que em Heidegger (1889-1976) é a «casa do ser», os portugueses, efectivamente, assumiram e assumem, na generalidade, uma capacidade de relacionamento e interlocução que continua a registar páginas de história viva com os outros. 2. Nos tempos que vivemos, como foi sublinhado nos diversos discursos, as relações entre os povos não podem ser um factor lateral mas essencial. A história dos cinco milhões de emigrantes portugueses espalhados pelo mundo, mesmo que contenha grandes lutas e sofrimentos, também espelha ...

A Igreja precisa de um plano nacional de leitura?

Imagem
Os dados trazidos agora a lume pelo Patriarcado de Lisboa, sobre os hábitos de leitura bíblica dos católicos, não são uma tragédia, mas desassossegam bastante. A grande falta parece não ser de material, pois a maioria até possui um exemplar da Bíblia e/ou acede comunitariamente a ela. O problema é mesmo ler a Bíblia, esse «livro complicado» - como justamente o refere o Cardeal-Patriarca (Ecclesia 05/06/2008), mas ao mesmo tempo fundamental para a construção da existência eclesial e cristã. É precisamente por ser um «livro complicado» que a Igreja tem a responsabilidade de promover uma apaixonada iniciação à leitura, entregando a cada crente o gosto e as chaves para a sua interpretação, cuidando que o encontro com o Texto Sagrado aconteça. Encontrar a Palavra de Deus é encontrar a Cristo, dizia São Jerónimo. Sem ela, o cristianismo torna-se vago, insustentável, insuficiente. Há um grande desafio que se coloca, portanto, às comunidades cristãs: estas são chamadas a assumir-se, talvez de ...

Serra da Boa Viagem

Imagem
(Clicar nas fotos para ampliar) Ontem andei a desfrutar os ares puros e o silêncio da Serra da Boa Viagem, na Figueira da Foz, com mar à visto. Que tarde maravilhosa, de tempo ameno, sobretudo no vale por onde me quedei, por entre árvores e ervas. E no meio delas brotavam flores silvestres de cheiros que me envolviam e me transportavam aos tempos em que, menino, era capaz de dormir uma soneca no meio da seara, com vento a passar-me por cima. Ali, olhando os pinheiros, uns altos e velhos, e outros mais rasteiros e ramosos, com arbustos à mistura e aves que passam e repassam, dei comigo a olhar a paisagem virgem, por onde correm carros cheios de gente de olhos fechados ou indiferentes. A Serra da Boa Viagem, um ex-libris da Figueira da Foz, de tantas e tão grandes tradições de um cosmopolitismo que já faz parte da história, ou não se tivesse, há muito, democratizado a sua praia, de areais amplos e finos, continua a ser uma extensa área a necessitar de mais divulgação, para um maior usu...

Papa destaca papel da Igreja na construção da Europa

Imagem
Bento XVI dedica audiência geral à figura de São Columbano, e lembra mosteiros medievais como centros «de irradiação de cultura» Bento XVI destacou esta Quarta-feira a importância do Cristianismo na construção da identidade europeia, ao falar da figura de São Columbano, monge irlandês do século VI. "Com a sua energia espiritual, com a sua fé, com o seu amor a Deus e ao próximo, tornou-se realmente um dos Pais da Europa: ele mostra-nos também hoje onde estão as raízes das quais pode renascer esta nossa Europa", assinalou. Na audiência geral desta semana, o Papa lembrou este abade da Irlanda, nascido por volta do ano 543, frisando que “juntamente com os irlandeses do seu tempo, tinha consciência da unidade cultural da Europa nascente”. “Homem de grande cultura e rico de dons da graça, seja como incansável construtor de mosteiros seja como intransigente pregador penitencial, gastou todas as suas energias para alimentar as raízes cristãs da Europa que estava a nascer”, afirmou. S...

"PORÃO" vence concurso gastronómico

III Concurso Gastronómico de Ílhavo Juntou 13 restaurantes do Concelho e o "Porão" da Gafanha da Nazaré foi o vencedor Pelo terceiro ano consecutivo, a Câmara de Ílhavo organizou o III Concurso de Sabores a Maresia, juntando 13 restaurantes que apresentaram pratos de peixe, com especial incidência na ementa de bacalhau, que estava a concurso. O júri foi composto pelo Presidenta da Câmara, Ribau Esteves, e por três Confrades das Confrarias Gastronómicas do Bacalhau, da Carne Barrosã, da Chanfana de Poiares e das Papas de S. Miguel. Tarefa árdua, mas decerto gostosa, para o júri, que teve de provar os pratos a concurso dos 13 restaurantes concorrentes. Os quatro primeiros prémios ficaram assim distribuídos: "Porão", Gafanha da Nazaré; "Marisqueira", Costa Nova; "Casa Velha" (Hotel de Ilhavo); e "Mestre Palão", Gafanha da Nazaré.

PONTES DE ENCONTRO

Imagem
A “liberdade dos sistemas” e a liberdade do Homem No passado dia 6 de Julho, o ex-comissário europeu António Vitorino escreveu no “ Diário de Notícias ”, um artigo sobre “a tripla crise” que afecta as várias regiões do globo. Focando-me, apenas, na crise financeira, o Dr. Vitorino escreve que “o sistema capitalista tem a inegável vantagem comparativa de ser o único até hoje que passou a prova dos factos, contemplando ao mesmo tempo liberdade e desenvolvimento económico…”, ao mesmo tempo que está “crente” que tudo isto se voltará a reequilibrar, através da “reconfiguração de variáveis essenciais do próprio sistema” capitalista, que, segundo ele, não está “isento de perversões e excessos.” Também no dia 2, do mesmo mês, o “ Diário Económico ”, publica uma entrevista com o Presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, na qual este diz que a crise actual é “um fenómeno global: o assunto é global, o desafio é global e precisamos de uma resposta global.” Mais adiante, reconhece que “Há códigos de ...

NA LINHA DA UTOPIA

Imagem
Escravos da Economia? 1. Os noticiários das últimas semanas, de sobremaneira, procuram ser autênticas aulas de economia. Especialistas das diversas áreas económicas convergentes procuram explicar, até ao limite, todos os pormenores do que está a acontecer na economia mundial. As múltiplas greves confirmam na rua o mal-estar consequente às loucuras petrolíferas e financeiras. Da Europa a notícia do alargamento das horas de trabalho semanal. Os próprios governos de chancela tipicamente social estão vergados de tal forma que a primeira palavra de todos os discursos é sempre «economia» e só depois, lá para o final, então vem a palavra «social». A competitividade, sem olhar a grandes meios para atingir todos os fins vitoriosos, é palavra-chave já desde criança, para quem até a “lavagem” noticiosa dos juros e dos combustíveis vem dizer que parece não haver mundo para além da economia. 2. Juntando a toda esta feira económica, estamos em pleno campeonato europeu de futebol, Euro 2008, onde, a ...

Um poema de Armindo Rodrigues

Imagem
LIBERDADE Ser livre é querer ir e ter um rumo e ir sem medo, mesmo que sejam vãos os passos. É pensar e logo transformar o fumo do pensamento em braços. É não ter pão nem vinho, só ver portas fechadas e pessoas hostis e arrancar teimosamente do caminho sonhos de sol com fúrias de raiz. É estar atado, amordaçado, em sangue, exausto e, mesmo assim, só de pensar gritar gritar e só de pensar ir ir e chegar ao fim. Armindo Rodrigues (1904-1993)

A frescura do verde

Imagem
(Clicar na foto para ampliar) Finalmente chegou o calor que aquece o corpo e a alma. Tardou mas já deu para perceber que mais dia menos dia virá de vez. Para um Verão quente e acolhedor que todos esperamos. E quando isso acontecer, a sério, o verde será sempre reconfortante.

A arte de ser português

Imagem
Guilherme d'Oliveira Martins, Presidente do Centro Nacional de Cultura, apresenta o livro PORTUGAL E OS PORTUGUESES de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto As interrogações têm pelo menos mil anos. Quem somos, como povo e como pessoas? Que relação temos com Portugal? E se essa relação é normalmente difícil, a verdade é que nos deparamos a cada passo com a comparação histórica, com distância geográfica dos centros, com o confronto entre as ilusões e as desilusões, com a ironia e o remorso. Afinal, a questão que temos connosco próprios, de que falava o poeta, começou por ser garantia e definição e prosseguiu entre restaurações e perdas, em ciclos de euforia e de depressão, de sucesso e de decaimento. E no entanto a nossa matéria-prima continua a ser a mesma. E “olhamos Portugal como uma personalidade colectiva portadora de uma alma, no sentido romântico do termo, ainda que referido a algo muito anterior ao Romantismo”. E que é o Romantismo senão o tentar reviver tempos imemoriais? Povo...

A nossa gente: Mestre Rocha

Quando procurava um livro de interesse imediato, veio-me à mão um outro do meu amigo de saudosa memória, Joaquim Duarte, “Hidro-Aviões nos céus de Aveiro”. Foi uma boa ocasião para reler uma ou outra passagem e para ver fotos que fazem parte da Escola da Aviação Naval de S. Jacinto. De página em página, cheguei a uma que recorda um gafanhão que deixou a sua marca na Gafanha da Nazaré, pela maneira como lutou pelos seus interesses, enquanto presidente da Junta de Freguesia e para além dela. Trata-se do Mestre Rocha, com quem conversei inúmeras vezes sobre o que seria melhor para a nossa terra. Recordo, bem, o que ele me dizia, quando vinha em defesa das suas ideias: “Eu fui testemunha ocular e auricular!” Perante isto, eu tinha mesmo de acreditar nas suas convicções. Contudo, hoje não quero falar das conversas que tive com Mestre Rocha, mas, sim, do que dele disse Joaquim Duarte, no seu livro “Hidro-Aviões nos céus de Aveiro”. Leia mais em GALAFANHA

Homenagens aos nossos maiores

Amanhã, 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Presidente da República, Cavaco Silva, vai homenagear os nossos maiores. Sobretudo aqueles que, de forma significativa, se distinguiram nas suas actividades profissionais, sociais, culturais, artísticas ou científicas. Normalmente todos estamos de acordo com as escolhas feitas. Contudo, temos de convir que há muitos outros portugueses, gente menos conhecida pela maneira humilde como vive e age em prol dos que mais sofrem, que ficam de fora. Há, por isso, sempre injustiças. Mas, no fundo, esses que se dão aos outros, desinteressadamente, no silêncio das suas comunidades e longe dos holofotes dos grandes media , também nem reparam nas honrarias que atribuem a outros e nem precisam que os tirem dos seus cantos para pisar as passadeiras vermelhas que conduzem à mesa da presidência. Que ao menos as suas comunidades se lembrem desses servidores que, no dia-a-dia, espalham o bem e a alegria.