domingo, 11 de julho de 2021

Perguntas e mais perguntas

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Papa e Edgar Morin

A encíclica Fratelli Tutti é o livro da nossa identidade, servida ou traída. É o grande tratado prático de antropologia dos começos do século XXI.

1. Já foi dito, de muitos modos, que o ser humano nasce prematuro. Para estar pronto para a vida, seria preciso, não apenas nove meses, no seio da mãe, mas vinte. Como isso não é possível, os pais têm de contar, à partida, com a fragilidade da criança. Somos frágeis por natureza, não nascemos prontos, equipados para enfrentar os desafios da vida, como acontece com outros animais. Isto não tem só inconvenientes. O ser humano forja-se, desde o nascimento, como relação, num face-a-face carinhoso.
A sua natureza é dotada, no entanto, de capacidades de conhecimento e afecto a desenvolver, com os outros, em culturas inventivas de interajuda ou em astúcias da vontade de dominação, traindo a sua condição original. Em ambos os casos, será sempre um ser frágil e incompleto que tem de se realizar ou destruir-se com os outros. A sua autonomia não se realiza pelo isolamento, mas pelo reconhecimento das outras autonomias fraternas, pois será sempre uma autonomia relativa. Descobrirá que o seu passado começou pelo acolhimento de um dom. Quando se toma verdadeiramente consciência dessa condição fundamental, podemos receber também a suprema iluminação: tenho de fazer da minha vida um dom. 

sábado, 10 de julho de 2021

Dia Mundial da Pizza - Bom apetite

Celebra-se hoje, 10 de Julho, o Dia Mundial da Pizza. Não sabia, mas fiquei a saber. Pensando bem, tinha de haver um dia especial para celebrar um petisco tão ao gosto de tanta gente, incluindo eu.
Segundo li, a pizza é considerada uma das mais adoradas invenções culinárias da história da humanidade e até, conforme  se diz, trata-se de uma invenção dos egípcios há mais de cinco mil anos, pois foram os primeiros a misturar farinha com água, cuja massa tinha de passar por fornos rústicos. É claro que decerto ainda não haveria chouriços, paios, presuntos e queijos... Mas se calhar haveria coisas parecidas. Diz-se também que os fenícios acrescentavam carne e cebola ao pão, mas cá para nós,  os italianos, já nos nossos tempos, é que foram espertos. E nós, em casa ou fora dela, apreciamos mesmo uma boa pizza! Por isso, o nosso jantar de hoje vai ser pizza. 

Quem tem medo da liberdade?

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

A angústia da liberdade e a procura do regaço quente da segurança explicam a facilidade da entrega a poderes totalitários, a seitas cegas, a colonizadores de corpos e de almas, a vendedores de "verdades e certezas" tapadas, tantas vezes malévolas e irracionais.

1. Aparentemente, não há nada que o Homem tanto preze como a liberdade. Mas, frente à necessidade de ter de optar entre a segurança - intelectual, espiritual, psicológica, social, económica, politica, religiosa - e a liberdade, não se sabe quantos ficariam do lado desta e não daquela, do lado da liberdade e não da segurança.
Dostoiévski disse-o de modo ácido e também superior num texto em que também se critica a Igreja de Roma. Fá-lo num dos maiores romances da literatura mundial, Os Irmãos Karamázov, no poema de Ivan intitulado "O Grande Inquisidor".
A história passa-se em Espanha, em Sevilha, nos tempos terríveis da Inquisição, precisamente no dia a seguir a um "magnificente auto-de-fé" em que foram queimados de uma assentada, na presença do rei, da corte, dos cardeais e das damas mais encantadoras da corte e de numerosa população de Sevilha, quase uma centena de hereges. Cristo "apareceu, devagarinho, sem querer dar nas vistas e..., coisa estranha, toda a gente O reconhece." Mas o cardeal inquisidor aponta o dedo e manda que os guardas O prendam. E é num calabouço do Santo Ofício que lhe diz que no dia seguinte O queima na fogueira como ao pior dos hereges. E a razão é que a liberdade de fé tinha sido para Cristo a coisa mais preciosa. Não foi Ele que disse tantas vezes: "Quero tornar-vos livres"?

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Estive ontem em Águeda




Fui ontem a Águeda, cidade bonita, para um tratamento no hospital local, onde me acolheram e trataram com a lhaneza já habitual. Assim tem acontecido comigo no SNS. Sublinho o facto porque, por vezes, ouço queixas desagradáveis, talvez de gente que pertence ao grupo dos que dizem mal de tudo o que do Estado vem.
Depois do tratamento dei uma curta passeata pelo centro para ver os guarda-chuvas que cumprem um papel decorativo original e, por isso, atraente e agradável de ver. Recordei amigos aguedenses e apreciei o desenvolvimento citadino a vários níveis.
Estava um agradável dia de Verão. Esplanadas cheias de convívios. Gente de todas as idades alheias, ao que parece, aos queixumes de tantos, assumindo o salutar princípio de que tristezas não pagam dívidas.
Não sei se é sempre assim, se tudo isto estaria ligado ao encerramento das aulas ou, pensando melhor, se tudo seria fruto do bom tempo, próprio da estação em curso, perspetivando  época que fará esquecer as agruras de um Inverno que se prolongou pela Primavera.
Vamos aguardar, esperando um belo fim de semana. 

Formados por Jesus, enviados dois a dois

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XV do Tempo Comum


Jesus marca o ritmo do tempo. Quer que o seu projecto entre numa fase nova: lançar os discípulos na primeira experiência da missão. Por isso, faz a escolha dos doze, símbolo da totalidade, confere-lhes poder sobre as forças do mal, define o anúncio da mensagem a proclamar e dá instruções claras e precisas. Tudo em conformidade com o que tinha feito - e eles tinham visto e ouvido - nas viagens pelas aldeias e na ida às sinagogas, no contacto com as multidões, nas conversas em família.
Este modo de proceder constitui, desde o início, a melhor escola de formação para o envio missionário. Tudo a convergir para formar aqueles que eram/são chamados a testemunhar e a cooperar na realização do projecto de salvação que Deus nos proporciona em Jesus Cristo. Mc 6, 7-13.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

A planta da minha mãe


Esta planta, cujo nome científico desconheço, vive connosco desde sempre e tenho com ela uma relação muito próxima, ou não tivesse sido herdada de minha saudosa mãe. Quando entro nesta minha tebaida, fixo-a de imediato e a minha mãe passa a estar presente. O dia, com ela, fica mais sereno.

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Pela Positiva - Será que valeu a pena?

Hoje resolvi dar uma volta pelo meu blogue Pela Positiva, que viaja pelo ciberespaço desde Dezembro de 2004. Está a caminho de celebrar 17 anos. O passeio que dei fez-me bem porque, nas paragens que fui fazendo para refletir, revi acontecimentos e situações que me deram a noção de que fui partilhando situações agradáveis, umas, e menos agradáveis, outras. Ambas se completam, no fundo, porque, afinal, o ser vivo é reflexo de todo o passado, que é vésperas do presente e do futuro. E será que valeu a pena? É a pergunta que frequentemente faço a mim mesmo. Porque acredito que o balanço ainda é positivo, vou continuar, afastando a ideia de fechar as portas do Pela Positiva que de vez em quando me invade.
Aqui ficam os meus agradecimentos a quantos me visitam diariamente. No mês passado, os registos apontam para mais de 54 mil entradas.

FM

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