Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo VI da Páscoa
São João, o discípulo amado que reclinou a cabeça no ombro de Jesus na ceia de despedida, deixa-nos em discursos sucessivos as confidências mais íntimas e profundas do Mestre, antes de ir para o Jardim das Oliveiras e iniciar o processo da paixão. As leituras de hoje convidam-nos a contemplar o amor de Deus manifestado na pessoa, nos gestos e palavras de Jesus e, agora, tornado presente na vida diária pelo amor dos discípulos. Na Igreja comunidade, núcleo da civilização do amor. Vamos acompanhar a narrativa e saborear a sua mensagem.
Em discurso directo, Jesus dá a conhecer as relações que mantém com Deus Pai e as que pretende que os seus discípulos cultivem e pratiquem. Não recorre a metáforas nem a símbolos. Fala de realidades sublimes em linguagem normal. E centra-as no amor em cadeia, que tem a fonte no Pai, toma o rosto humano em si mesmo, estende-se a quem o segue e ama como ele. Este é centro donde provém tudo quanto faz e diz. Este é o centro para onde converge a missão que confia à comunidade dos amigos. Este é o centro que gera a mais eloquente história de amor vivida de tantas maneiras, ao longo dos tempos, por pessoas de todas as idades e categorias sociais. Jo 15, 9-17