domingo, 16 de agosto de 2020

Câmara de Ílhavo prepara livro de receitas de bacalhau



«No dia em que começaria a edição deste ano do Festival do Bacalhau (12 de agosto), entretanto cancelada, a Câmara Municipal de Ílhavo regista o avanço de um projeto que mantém o fiel amigo no centro das atenções, nesta altura do ano. Isto porque está em desenvolvimento um livro de receitas de bacalhau e, hoje, chega ao fim um mês de gravações em vídeo da confeção de pratos e petiscos de bacalhau, preparados pelas 14 associações, que todos os anos participam no Festival do Bacalhau.
Este projeto, que inclui o livro de receitas e a coleção de 14 vídeos, está a ser realizado em parceria com as 15 associações, que são responsáveis pelos espaços de restauração do evento (restaurantes, bares e padarias), com bacalhau fornecido pelas sete empresas oficiais da edição de 2019.» 

Fonte: CMI 

NOTA: Ora aqui está uma iniciativa interessante sobre receitas de bacalhau... Diz-se que há imensas maneiras de preparar a degustação do "fiel amigo". Pois a nossa autarquia concelhia não se ficou pela conversa e vai avançar com mais umas tantas receitas que serão, obviamente, diferentes, por isto ou por aquilo, ou seja, bem ao gosto das instituições que costumam participar no Festival do Bacalhau. Depois veremos... 

RETALHOS: Eça de Queiroz


«Jacinto, bondoso, acudiu:
— Não, tudo se arranja, Melchior. Por uma noite!... Até gosto mais de dormir em Tormes, na minha casa da serra! Saímos ao terreiro, retalho de horta fechado por grossas rochas encabeladas de verdura, entestando com os socalcos da serra onde lourejava o centeio. O meu Príncipe bebeu da água nevada e luzidia da fonte, regaladamente, com os beiços na bica; apeteceu a alface rechonchuda e crespa; e atirou pulos aos ramos altos de uma copada cerejeira, toda carregada de cereja. Depois, costeando o velho lagar, a que um bando de pombas branqueava o telhado, deslizámos até ao carreiro, cortado no costado do monte. E andando, pensativamente, o meu Príncipe pasmava para os milheirais, para os vetustos carvalhos plantados por vetustos Jacintos, para os casebres espalhados sobre os cabeços à orla negra dos pinheirais.» 

Eça de Queiroz, 
"Cidade e as Serras”, 
página 141 da edição que possuo

NOTAS:  

1. Com esta nova rubrica, pretendo sugerir leituras de livros que fazem parte da minha biblioteca e que, ao longo da vida, me deixaram marcas indeléveis;
2. Eça de Queiroz faleceu neste dia, 16 de Agosto, do ano  1900, em França. 

ANDANÇAS - Padeira de Aljubarrota

14 de agosto de 1385



A história da Padeira de Aljubarrota fascinou-me na minha infância, época em quer éramos educados para a aceitação dos heróis, reais ou imaginados. A Padeira de Aljubarrota, que liquidou uns tantos castelhanos que, fugindo da batalha de Aljubarrota, onde foram derrotados pelas tropas do futuro rei D. João I e do seu grande aliado, Nuno Álvares Pereira, ficou na minha memória para sempre. Quando passei por lá, há bons anos, registei a façanha de Brites de Almeida, mulher barbuda, muito feia e com seis dedos em cada mão, que, com determinação, exibe, no monumento que lhe foi erguido, uma senhora pá...

NOTA: Evoco hoje, 16 de Agosto, aquela efeméride, por só nesta data retomar a minha intervenção na blogosfera. 



A VIDA CONTINUA PELA POSITIVA



Hoje, domingo, reconheço a necessidade de ter uma vida ocupada, que o tédio não é aconselhável para ninguém, muito menos para um homem de idade avançada, que é o meu caso. Há dias, na intimidade da celebração do 55.º aniversário do meu matrimónio com a Lita, surgiu a hipótese de encerrar algumas atividades ligadas ao meu modo de viver, já com alguns anos. Contudo, depois de refletir e de trocar impressões com quem me cerca, cheguei à conclusão de que ganharei mais saúde se me mantiver atento ao mundo e nele envolvido. Prescindi, portanto, de levar por diante a ideia, fugaz embora, de nada fazer. 
O corpo e o espírito precisam realmente de trabalho, de preocupações, de vida com ritmo, de projetos e de desafios fundamentais aos sentidos, ao gosto pela novidade, ao prazer de conhecer e de descobrir, à sede de saber e à vontade de prosseguir viagens que alimentem a alma. Assim, o meu blogue continuará ativo por minha decisão. A caminhada prossegue...
Boa semana para todos.

Fernando Martins

sábado, 15 de agosto de 2020

BENTO XVI. UMA VIDA. 2

Crónica de Anselmo Borges 



Como estudante de Teologia, J. Ratzinger destacou-se entre todos e viveu esses anos mergulhado na grande ebulição teológica que se seguiu à Guerra, preparando um novo futuro para a Igreja. A orientação era o diálogo entre a fé e a razão, a racionalidade e a beleza, o diálogo ecuménico, a “Nova Teologia” ..., seguindo a verdade, porque “a renúncia à verdade não resolve nada, pelo contrário, leva à ditadura do arbitrário”.
Foi ordenado padre com o irmão no dia 29 de Junho de 1951. Tornou-se capelão, ouvindo confissões aos Sábados durante 4 horas e aos Domingos celebrando duas Missas e duas ou três pregações. Doutorou-se em Julho de 1953 com uma dissertação sobre “Povo e Casa de Deus na doutrina de Agostinho sobre a Igreja”. Ficou uma palavra marcante de Santo Agostinho, ao definir a Igreja como “Povo de Deus espalhado pela Terra”.
Para poder realizar o seu sonho de fazer carreira como Professor de Teologia, preparou uma tese de habilitação (Habilitationsschrift) sobre a revelação: Offenbarung und Heilsgeschichte nach der Lehre des heiligen Bonaventura (Revelação e história da salvação segundo a doutrina de São Boaventura). Os dois exemplares exigidos foram entregues na Faculdade de Teologia Católica da Universidade de Munique no Outono de 1955. Aí, começou um drama de abismo. Michael Schmaus comunicou de modo seco, “sem qualquer emoção”, que tinha de rejeitar a tese. Foi tal o choque que da noite para o dia o cabelo de Ratzinger ficou grisalho. Teria de deixar a Universidade e, pensando sobretudo nos pais, “seria uma catástrofe, se tivesse de deixá-los na valeta”. Razões para a rejeição, por parte de Schmaus e outros professores: Ratzinger sabe “ligar fórmulas floridas, mas onde está o cerne da questão?”, “evita definições precisas”, é “demasiado emocional”; mais: foi considerado “quase perigoso”, “um modernista”, “progressista”, acabando numa “compreensão subjectivista da revelação”... 

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

A MULHER CANANEIA, CORAGEM DE ORAÇÃO

Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo XX do Tempo Comum


Mulher cananeia, há muito que queria enviar-te uma mensagem de saudação e estima pessoal. Mas só agora descobri o teu email: grande.fe@cananeia.ts Sou um padre católico, que lê com frequência os textos sagrados. Em dois deles, é narrado o teu encontro com Jesus de Nazaré. Marcos e Mateus são os seus autores e descrevem, de forma maravilhosa, o teu desejo apaixonado e lúcido. Mt 15, 21-28. 
Tudo começa, como bens sabes, pelo tormento atroz em que vives o sofrimento cruel da tua filha. Grande coração de Mãe! Quantas voltas terás dado à imaginação impulsionada pela força do amor maternal! Quantas tentativas terás feito para encontrar quem te pudesse valer! Quantas hesitações terás vivido, antes de te decidires a ir ter com Jesus de Nazaré, tu que pertencias à raça dos excluídos das bênçãos de Deus, segundo as leis judaicas! Venceste-te e, por isso, alcançaste o que tanto desejavas. Parabéns! 
Mulher cananeia, permite-me uma pergunta: foi só a predisposição natural do coração que te fez abeirar de Jesus ou já tinhas ouvido falar dele e dos seus discursos admiráveis e gestos curativos? Eu inclino-me por uma e outra hipótese. 

A FORÇA DA HUMILDADE

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Assunção da Virgem Santa Maria


A festa da Assunção de Maria, que a Igreja celebra a 15 de Agosto, constitui o momento final do seu itinerário terreno e a passagem definitiva para junto de Seu Filho glorioso. Momento especial que realça a novidade da sua vida humilde e disponível, sempre atenta ao que Deus quer a ponto de ser a Mãe do Seu Filho Jesus. Lc 1, 39-56. 
A Igreja oferece-nos a visitação com evangelho desta festa. Vamos deter-nos em alguns pontos e tentar saborear o diálogo entre as primas que dão largas à alegria que a maternidade lhes faz gerar. 
O encontro de Maria com Isabel em casa de Zacarias tem um especial significado que Lucas realça no Magnificat. Em resposta à saudação da prima, Maria louva o Senhor pelas maravilhas operadas na história da salvação, deixando transbordar a alegria que lhe vai no coração e lendo, a partir da luz de Deus, o surgir de uma nova situação pelas transformações realizadas. 
O Magnificat “é talvez, afirma Sophia de Mello Breyner Andresen, grade poetisa portuguesa, o mais formoso poema que existe. Entre dois mundos, na encruzilhada da história, uma mulher levanta-se e recita o poema da salvação”. Poema que é oração oficial da Igreja e dos seus fiéis que, deste modo, saboreiam e contemplam a intervenção solícita de Deus na realização da história. 

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue