sábado, 5 de setembro de 2015

Dezassete cardeais na oposição

Crónica de Anselmo Borges 
no DN


Anselmo Borges

1. Claro que é muito antiga, mas a questão da comunhão para os divorciados que voltaram a casar-se tornou-se agora acesa, por causa da nova atitude que o Papa Francisco quer para esta situação. Já em Julho de 2013, quando regressava das Jornadas Mundiais da Juventude no Rio de Janeiro, disse no avião, em conversa com os jornalistas, que era necessário rever "o problema da comunhão para as pessoas que voltaram a casar-se", e pensava na misericórdia: "Se o Senhor não se cansa de perdoar, nós não temos outra escolha."

Rapidamente se ergueram as vozes de figuras altamente situadas, opondo-se à abertura. A oposição tem sido liderada por cinco cardeais: "Não é coerente com a vontade de Deus" (Gerhard L. Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé), vai "contra a vontade do Senhor" (Carlo Caffarra), é ilícita, porque põe em causa "a lei divina" da "indissolubilidade do casamento" (Velasio De Paolis), é "insustentável" (Walter Brandmüller), o recurso à misericórdia sem verdade atenta contra a fé (Raymond Leo Burke). É sobretudo Burke que está à frente da chamada "Filial súplica a Sua Santidade para o futuro da família", que já tem meio milhão de assinaturas, também de bispos e cardeais, na qual se pede ao "Papa Francisco que reafirme categoricamente o ensinamento da Igreja de que os católicos divorciados e que voltam a casar-se civilmente não podem receber a Sagrada Comunhão e que as uniões homossexuais são contrárias à lei divina e à lei natural". São agora 17 os cardeais que se opõem à abertura da comunhão aos recasados, com a publicação de dois livros, em várias línguas, para pressionar o Sínodo de Outubro: "Onze cardeais falam sobre o casamento e a família" e "África, nova pátria de Cristo. Contributos de pastores africanos para o Sínodo".

Abre-te a um novo olhar

Reflexão de Georgino Rocha




“Fomos e regressámos da lua, 
mas temos enorme dificuldade 
em atravessar a rua para visitar o vizinho”


O episódio do surdo-mudo ocorre na região da Decápole, situada além Jordão, território independente, habitada por gente pagã. A missão para Jesus não tem fronteiras nem faz discriminações, não se limita a confirmar o que há de bom no homem, mas visa iniciar uma nova criação.
Marcos – o evangelista narrador – condensa, neste episódio, uma expressiva mensagem, valiosa para todos os tempos, mas sobretudo para os nossos, tão profundamente marcados pela surdez e incomunicação generalizadas, na era em que torrentes de informação circulam sem limites de qualquer espécie. Mc 7, 31-37.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

GDG vence prémio de Prato Principal no Festival do Bacalhau

 Primeira participação do GDG 
em tenda que lhe foi atribuída 
pela organização




Lombo de bacalhau com crosta de ovas e pimento, esmagada de batata com açafrão, legumes grelhados e molho de coentros e salsa.

Ingredientes:

800g lombo bacalhau 
100g ovas bacalhau cozidas 
50g broa (miolo) 
50g pimento vermelho (assado) 
500g batata
100g courgette 
100g tomate 
20g salsa
20g coentros 
Azeite Q.B. 
Sal Q.B. 
Pimenta Q.B. 
Açafrão Q.B. 
2 dentes de alho 
Vinagre Q.B.

Preparação:

Retire a pele e as espinhas aos lombos do bacalhau e, de seguida, deixe-o corar em azeite. 
Na picadora, triture a broa com as ovas, alho, pimento, sal, pimenta e azeite. 
Cubra o bacalhau com o preparado e leve ao forno a 180 graus.
Coza as batas e escorra-as e, depois, esmague-as, envolvendo-as em azeite e açafrão. 
Grelhe o tomate e a courgette em rodelas, com sal e pimenta.
Prepare o molho com salsa, coentros, azeite, vinagre, sal e pimenta. 
Misture tudo e passe com a varinha mágica, regando, depois, o bacalhau com este molho.

Receita gentilmente cedida pelo Chef Nuno Pinheiro, autor do prato vencedor do Concurso Gastronómico (pelo Grupo Desportivo da Gafanha), na categoria “Prato Principal”, realizado no âmbito do Festival do Bacalhau 2015.

Agenda “Viver em…” da CMI

Nota: Permitam-me que felicite o Grupo Desportivo da Gafanha (GDG) pelo primeiro prémio recebido no Festival do Bacalhau, na categoria de Prato Principal. O GDG, que participou pela primeira vez no Festival numa tenda que lhe foi atribuída, mostrou à evidência que nestas festas é preciso inovar, fugindo um pouco (ou muito) ao mais do mesmo. Que o seu exemplo contagie as demais associações que costumam marcar presença nesta festa de tanta repercussão no nosso país. As felicitações são extensivas, naturalmente, ao criador do prato, Nuno Pinheiro.

F.M.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Os Passadiços do Paiva

Passadiços (foto do Fugas)

Ultimamente tenho lido e ouvido falar dos já célebres Passadiços do Paiva, uma construção de madeira que serpenteia por paisagens deslumbrantes, permitindo um contacto direto e íntimo com a natureza pura. Li no Fugas, caderno do Público com edição semanal, aos sábados, e noutras revistas e blogues. E se gosto do que os jornalistas escrevem sobre este passadiço, no concelho de Arouca, entristece-me a certeza da minha impossibilidade de fazer aquele percurso, como milhares de pessoas decerto já experimentaram, para regalo dos olhos e da alma. 
No Fugas garante-se mesmo que o passadiço vai ser aumentado com mais uns 12 quilómetros, beneficiando de bares, museus e outros apoios que tornem mais atraentes a cultura da natureza e a vida sadia que ela proporciona.

Leia muito mais aqui e aqui.

Que fizeste ao teu irmão?

Uma crónica de de João Miguel Tavares 
no PÚBLICO de hoje


«Digam-me: em que momento é que deixámos de nos preocupar? Em que momento é que nos tornámos indiferentes ao sofrimento de centenas de milhares de pessoas, muitas das quais mulheres e crianças que perderam tudo e que buscam salvação na Europa, ao mesmo tempo que pintamos com cores de tragédia planetária a sobretaxa do IRS ou os números do desemprego? Aqueles que morrem asfixiados em camiões ou afogados no Mediterrâneo — eis os verdadeiros pobres. Mas a nossa piedade em relação a eles é ínfima, e é extraordinário que os estrondosos gritos de "parem com a austeridade" se transformem num murmúrio quase inaudível quanto se trata de pedir para salvar as vidas de quem nada tem.»

Dar

"Só estareis a dar quando vos derdes a vós mesmos"

Khalil Gibran (1883-1931) 

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Falta de água sugere reflexão

A água é um bem escasso 
em muitas regiões do mundo
Riacho em Piódão
As obras ligadas ao abastecimento de água, sem dúvida necessárias, privaram-nos hoje, durante o dia, desse precioso bem. E todos, certamente, sentimos quanto pesa no dia a dia, para os mais diversos fins, a água que nos é fornecida pela empresa abastecedora. Garrafões, alguidares, tachos e panelas, tudo serviu para armazenar água. Deu para perceber como é difícil viver sem ela. Quem ainda tem o motor para rega não deixou de o utilizar na emergência. Foi o nosso caso.

São conhecidas inúmeras histórias no nosso país de mortes provocadas pelos direitos adquiridos sobre as águas de riachos e ribeiros para rega de campos particulares. Um rego de água desviado podia dar em mortes. É que agua é vida. Também todos nós conhecemos nações onde a água é racionada e vale ouro. Um poço para abastecimento de água em certas aldeias é a maior riqueza a que um povo pode aspirar. 

Desde há muito que ouço que as guerras provocadas pela falta de água podem ocorrer a qualquer momento. E a simples falta de chuva, no nosso país, com a seca a acentuar-se, pode originar desastres  económicos e sociais  de monta. 

A água ainda há poucos anos era um bem quase gratuito e duradouro, mas presentemente já se clama que estamos à beira de a considerarmos como um bem a caminhar para a escassez. E o preço dela, quem tem de a pagar mês a mês, continua a subir.

Penso que este dia nos poderá servir de lição para no futuro cuidarmos de poupar água no uso diário, cuidando ainda de não a poluir. O Papa Francisco, com a sua mais recente encíclica, veio pôr em cima dos nossos ombros a missão de cuidarmos da natureza, onde a água ocupa um lugar de honra. 

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