Batismo das crianças sim ou não?
D. António Marcelino
Continua a ser frequente ouvir pais chocados porque o pároco se nega a batizar o seu filho, dada a sua situação matrimonial, e também a não aceitar os padrinhos propostos por não serem idóneos. O batismo é um direito de todos. Cada criança que vem ao mundo é já divina por natureza. Deus a criou à sua imagem e semelhança e a torna capaz, com a Sua graça, de viver e crescer na fé, até à plenitude da vida cristã.
Esta realidade obriga os responsáveis da Igreja a ponderarem bem a atitude a tomar ante o pedido do batismo feito pelos pais de uma criança. A situação atual da sociedade e da Igreja faz com que aumentem os casos de pais que não receberam ou romperam, por opção ou imposição, o sacramento do matrimónio. Este facto leva, por razões pastorais óbvias, a que não se possa ou deva celebrar, sem mais, o batismo das crianças. Porém, o que pastoralmente é mais válido será sempre acolher bem os pais e ajudá-los a aceitar caminhos acessíveis, que os preparem para poderem garantir, com a sua ação e testemunho, a celebração do sacramento com futuro. Isto significa que deve haver esperança justificada de que a criança que recebeu o batismo será educada na fé pelos pais, padrinhos e outros familiares, nomeadamente os avós. Na idade própria, a paróquia estará preparada e disponível, para que a criança possa contar na catequese de um auxílio determinante para a sua vida de cristão com as opções pessoais que vier a tomar.