Meditando |
Há 39 anos, assisti ao nascer deste dia
Maria Donzília Almeida
Há 39 anos, na segunda metade do século XX, assisti ao nascer deste dia, logo ao eclodir da revolução, em ambiente de trabalho. Ali, ao lado, na escola mais próxima da área de residência, na Escola Técnica de Ílhavo.
Nessa época, qualquer professor que abraçasse a profissão, tinha emprego garantido, sendo que muitas vezes se iniciava o magistério, com o curso incompleto.
Vivia-se numa ditadura, as pessoas não podiam dizer mal dos governantes, sob pena de sofrerem represálias e perderem o emprego, caso fosse no setor público.
Mas... o povo gosta de se exprimir, sem censura, sobretudo para dizer mal, de tudo e de todos.
Conquistámos essa grande prerrogativa, a liberdade de expressão, que é tão do agrado dos intelectuais!
Ah! Conquistámos também um feriado, o que hoje, com a redução que foi feita, nesse domínio, é uma mais valia e permite ao povo ir para a rua regozijar-se com “as conquistas de Abril”!
Eu passei-o em casa, desfrutando de um dia primaveril, no meio do meu jardim policromático!
As revoluções provocam uma reviravolta nas sociedades modernas, reestruturando a fundo as suas instituições e é notória a mudança que ocorreu na sociedade portuguesa, a todos os níveis. Basta estar atento e observar com olhar crítico, o nosso país, aqui, arrumadinho, na “ocidental praia lusitana”!
Constato isso, por exemplo, quando viajo de comboio e sinto a diferença entre o hoje e os tempos de estudante, em que os comboios eram autênticos galinheiros pejados de “magalinhas”! Às vezes aconteciam cenas caricatas, em que o vernáculo enchia as cabines, a tresandar a suor!
Neste contexto, não direi “Belos tempos!”, transpondo o modificador do nome, para a atualidade.
Há, no entanto, uma coisa que se mantém inalterável, no antes e no pós 25 de Abril! Ontem, como hoje, continuamos...à espera de melhores dias!
25.04.2013