Reflexão de Georgino Rocha
O grupo dos amigos de Jesus está reunido. Conversa sobre as notícias que começam a espalhar-se: rumores do túmulo vazio, desaparecimento do cadáver, vozes de que estaria vivo, aparições a mulheres, sobretudo a Madalena, a Pedro, aos peregrinos de Emaús. Reina a confusão e o desconcerto, apesar dos relatos positivos feitos por alguns dos presentes. O descalabro do Calvário deixa-lhes marcas profundas. A visão pessimista sobrepõe-se ao horizonte de esperança que começa a raiar. O estado anímico e mental permanece duro e sem possibilidades de entender a novidade que desponta.
O Ressuscitado faz-lhes uma vez mais a surpresa de se apresentar no meio deles, de os saudar e desejar a paz. Coloca-se no centro e observa as suas reacções: de espanto e medo, de perturbação e dúvida, de ilusão enganosa, de confusão com algum fantasma. São reacções que acompanham os humanos em todos os tempos. Quem ignora as desfigurações de Jesus feitas ao longo da história? E quem, actualmente, não sente a tentação de “usar” a sua mensagem conforme as circunstâncias e conveniências? E quem não “treme” ao assumir o caminho que percorreu para nos salvar, apesar do desfecho feliz que teve por benevolência de Deus Pai?