domingo, 13 de fevereiro de 2011

Um livro de Orlando Figueiredo: “os pássaros habitam a casa”



Orlando Figueiredo lançou, recentemente, mais um livro de poemas, com o título “os pássaros habitam a casa”, sendo a edição de El Taller del Poeta S.L. de Fernando Luis Pérez Poza. Trata-se de uma edição bilingue (português e castelhano), que traduz, de certo modo, as relações de amizade entre o autor e o editor.
Os pássaros que habitam a casa, no dizer do poeta, são palavras e pessoas que moram em si próprio, situando-se na posição de espera para brotarem sobre a forma de sonho e de poesia.

 «instalam-se
povoam-me
fazem os ninhos
no meu coração
no meu cérebro»

Orlando Jorge Figueiredo é da Gafanha da Nazaré, onde nasceu a 30 de novembro de 1957. É um dos fundadores do Grupo Poético de Aveiro, uma associação cultural que organiza recitais, divulgando poetas e poemas. Publicou “Esta rua é uma rua feliz” e “Guardador de sonhos”, participando em numerosos encontros de intercâmbio cultural em Portugal e Espanha. Tem poesia dispersa por várias revistas e antologias.
 
«iremos pelo mar adentro

iremos pelo mar adentro
o céu como testemunha
leremos poemas
como pescadores de poetas
são raros os poemas
são raros os peixes

voltemos ao mar
envoltos na névoa do tempo

teu olhar
cúmplice
sorrindo
no espelho
dos meus olhos

as gaivotas repetem
os nossos poemas de amor»

Assisti em Aveiro, no CETA (Círculo Experimental de Teatro de Aveiro), ao lançamento deste livro do nosso conterrâneo e amigo, na esperança de que a sua poesia venha a ser mais conhecida e apreciada na terra que o viu nascer. Aqui deixo este desejo, enquanto formulo votos dos maiores êxitos literários e pessoais ao Orlando Figueiredo.

FM

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 223


DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 6



A DRAISIANA
   
Caríssima/o:

Continuemos a acompanhar a “evolução” da bicicleta...
 Foram precisas mais duas décadas e, em 1816,  um barão alemão, Karl Friedrick Christian Ludwig Von Drais, com posses, desenvolveu a brincadeira. Desta vez o brinquedo recebeu um nome que lembra o seu criador.
Drais (1785 - 1851), inspector florestal e inventor nas horas vagas, foi o primeiro a construir um biciclo dirigível. A “draisiana” tinha evoluído, com a adaptação de um guiador ao celerífero, e já podia fazer curvas e travar precariamente, mas ainda era impulsionada com os pés; passou a  contar com alguns acessórios, como eixos melhorados e assento, proporcionando maior conforto e velocidade.
A 5 de abril de 1818, o barão Drais apresentou o seu invento no Parque de Luxemburgo, em Paris. Von Drais usou-a para percorrer o trajecto entre Beaun e Dijon, na França, à velocidade média de 15 km/h, primeiro "recorde ciclístico". 
A primeira corrida de draisianas aconteceu em 1819, tendo como vencedor um alemão de nome Semmler, que fez  o percurso de 10 km em 31m e 30s...
Este conceito foi observado pelo inglês Denis Johnson, que colocou em fabricação a nova ideia... O mesmo projecto teve o nome de Hobby-horse na Inglaterra... Era uma modificação mais refinada, com selim ajustável e suporte para guiar e empurrar o veículo... Para travar, os condutores arrastavam os pés no chão, diminuindo assim a velocidade... Perdurou de 1817 até 1819, caindo no ostracismo mas deixou a base para os desenvolvimentos necessários aos outros veículos...
Em 1820,  Von Drais adaptou a draisiana para as crianças, criando a primeira bicicleta infantil do Mundo!
Para o barão o “brinquedo” custou caro. Acabou falido em poucos anos tentando ganhar dinheiro com ele.

                                   Manuel 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Direitos iguais implica obrigações e deveres


Declaração universal
dos deveres humanos

Anselmo Borges

Ainda no início do novo ano, fica aí uma síntese da célebre "Declaração universal dos deveres humanos". Para superar a crise e para que a esperança não seja mera ilusão, wishfull thinking, precisamos todos de ser fiéis às nossas responsabilidades e cumprir os nossos deveres.
Já na discussão do Parlamento revolucionário de Paris sobre os direitos humanos, em 1789, se tinha visto que "direitos e deveres têm de estar vinculados", pois "a tendência para fixar-se nos direitos e esquecer os deveres" tem "consequências devastadoras".
Foi assim que, em 1997 e após debates durante dez anos, o Interaction Council (Conselho Interacção) de antigos chefes de Estado e de Governo, como Maria de Lourdes Pintasilgo, V. Giscard d'Estaing, Kenneth Kaunda, Felipe González, Mikhail Gorbachev, Shimon Peres, fundado em 1983 pelo primeiro- -ministro japonês Takeo Fukuda, sob a presidência do antigo chanceler alemão Helmut Schmidt, propôs a Declaração Universal dos Deveres Humanos. Na sua redacção, teve lugar destacado o teólogo Hans Küng.
O Preâmbulo sublinha que: o reconhecimento da dignidade e dos direitos iguais e inalienáveis de todos implica obrigações e deveres; a insistência exclusiva nos direitos pode acarretar conflitos, divisões e litígios intermináveis, e o desrespeito pelos deveres humanos pode levar à ilegalidade e ao caos; os problemas globais exigem soluções globais, que só podem ser alcançadas mediante ideias, valores e normas respeitados por todas as culturas e sociedades; todos têm o dever de promover uma ordem social melhor, tanto no seu país como globalmente, mas este objectivo não pode ser alcançado apenas com leis, prescrições e convenções. Nestes termos, a Assembleia Geral proclama esta Declaração, a que está subjacente "a plena aceitação da dignidade de todas as pessoas, a sua liberdade e igualdade inalienáveis, e a solidariedade de todos", seguindo-se os seus 19 artigos, de que se apresenta uma síntese.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O EGITO, hoje, em dia de liberdade


A multidão na praça

A ditadura ruiu e o povo é livre, mas as mudanças a partir de agora não vão surgir milagrosamente. A corrupção não vai eclipsar-se, a justiça social não vai brotar ao sabor desta onda de alegria, a pobreza não se transforma em bem-estar para todos de um dia para o outro, a democracia não vem guiada por uma varinha mágica, os partidos políticos não nascem espontaneamente, a organização social não sai de caixa de ilusionista. Hoje é o primeiro dia de uma longa caminhada rumo a um futuro democrático, justo e fraterno. Felicidades para o Egito e para os egípcios.

Porto de Aveiro

A SOLIDÃO MATA

Idosos

A solidão

Maria Donzília Almeida

A propósito da notícia, recentemente, divulgada e amplamente comentada, surge esta reflexão.
Uma idosa foi encontrada morta em sua casa, num prédio de vários andares, onde  ficou durante nove anos. Dá que pensar, já que os vizinhos nunca se aperceberam de qualquer sinal de cadáver. Apenas uma vizinha estranhara a sua prolongada ausência e avisou as forças de segurança para que envidassem esforços no sentido de descobrir o enigma.
Mais do que lamentar e condenar a inoperância dos agentes da GNR por incúria e negligência, depara-se aqui com um mal maior e que vai corroendo a sociedade portuguesa  -  a solidão.
 Com os notáveis avanços da investigação médica, foi largamente aumentada a esperança de vida, levando a que haja maior número de idosos e que se viva até uma idade mais avançada. Muitas pessoas, passado o seu período produtivo, ficam mais entregues a elas mesmas e também mais propensas à solidão. É certo que por aí vão proliferando os lares de terceira idade, nem todos com as devidas condições de sanidade para poderem funcionar, diga-se de passagem, para tentarem resolver este problema social. Com o envelhecimento da população, são a forma de dar resposta a este crescente problema. Nem todos os idosos vão para os lares; ou porque são recebidos pelos familiares, por problemas económicos, ou simplesmente não querem abandonar a sua casinha onde sempre viveram. Sem querer pôr-me a adivinhar, talvez tenha sido esta a razão que levou esta senhora a permanecer na sua casa.

O povo egípcio está livre

Mubarak abandonou o poder. O Exército egípcio anunciou que vai ser o garante das reformas no país e prometeu a realização de eleições livres e justas.
Este parágrafo resume a liberdade de um povo. Mais: mostra que, realmente, o povo, na verdadeira aceção da palavra, é quem detém o poder. Já lá vai o tempo em que não era assim.
Os egípcios, cansados da ditadura, que foi apoiada pelo Ocidente e por países que olham em primeiro lugar para interesses económicos, sobrepondo-os aos direitos do povo, assumiram a coragem de dizer não a um regime autocrático, sonhando já com uma democracia livre  e, logicamente, honesta, baseada no respeito pelos direitos humanos e pela justiça social.
Todos esperamos que a uma ditadura não suceda outra ditadura, porventura de gestão religiosa. Seria pior a emenda que o soneto. Contudo, estou em crer que o povo continuará atento.
A partir de agora, outras ditaduras ruirão no mundo árabe. Assim o povo o queira. 

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