segunda-feira, 17 de outubro de 2005

DIA INTERNACIONAL PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA

Posted by Picasa Portugal desafiado a reflectir sobre a pobreza que há entre nós e no mundo
Para assinalar o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, várias organizações portuguesas lançam hoje um apelo para que o País coloque a pobreza e a desigualdade no centro do debate público.
A campanha mundial "Global Call for Action Against Poverty", que em Portugal tem o nome de "PobrezaZero" (www.pobrezazero.org), assinala a data com a publicação de um “Manifesto”, no qual afirma que “o relegar para o passado da pobreza no mundo, passa necessariamente pela sua erradicação em Portugal”.
“A pobreza, em Portugal, é um problema social grave e o seu não reconhecimento tem-se revelado, ultimamente, um dos maiores entraves à sua erradicação”, refere o documento.
O texto refere que um em cada cinco portugueses vive no limiar da pobreza e que 12.4 por cento da população activa (5531.6) ganha o salário mínimo, entre outros dados. Por outro lado, as 100 maiores fortunas portuguesas representam 17 por cento do Produto Interno Bruto Nacional – 22,4 mil milhões de Euros. O país tem a pior distribuição de riqueza no seio da União Europeia com os 20 por cento mais ricos a controlarem 45.9 por cento do rendimento nacional!
“Apelamos ao poder político e económico que reconheça o fenómeno da pobreza como um terrível problema social e que, com a sociedade civil, encontre soluções adequadas para a sua progressiva erradicação”, referem as organizações sociais.
O “manifesto conclui-se com a proposta de criação de um Grupo de Trabalho Permanente, entre a Sociedade Civil organizada, empresas e grupos parlamentares, “para o cumprimento dos direitos e garantias consignadas, não só na Constituição Portuguesa, mas também nas Convenções internacionais”.
As organizações subscritoras pedem ainda a criação de um Grupo de Trabalho Permanente, entre a sociedade civil organizada e os Meios de Comunicação Social, “de forma a debater, já no próximo ano, a situação dos 20 por cento mais pobres, em Portugal, e a distribuição da riqueza, em Portugal e no mundo”.
Fonte: Ecclesia

Um texto de Alexandre Cruz, do CUFC

Posted by Picasa Alexandre Cruz, do CUFC Uma fronteira de justiça e Paz
ESTADO LAICO, MAS UMA SOCIEDADE DE PESSOAS COM SONHOS, TRADIÇÕES, CULTURA
1. O fundamental separar das águas
“A César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Eis a resposta sábia de Jesus, manifestação da vontade visionária de Deus em Pessoa que proporciona ambiente para a essencial liberdade religiosa nas sociedades. É um separar das águas que Cristo propõe diante da malícia da interpelação apresentada pelos matreiros fariseus que Lhe armavam a cilada. Perguntar se “é lícito ou não pagar tributo a César” e aguardar silenciosamente a resposta do Senhor, sabendo que não podia dizer nem “sim” nem “não” é, o que poderíamos chamar de, colocar à prova a inteligência de Deus. Num quadro de abordagem ao estudo das relações entre Religião e os Estados, numa compreensão purificadora das sociedades teocráticas entre Serviço Religioso e Serviço Político (não dizemos Poder, pois só Deus pode tudo!), esta tem sido uma das passagens mais estudadas da Escritura. Cristo inaugura um tempo novo, a fim de haver lugar para todas as convicções de consciência na vida social. Ou seja: ‘cada coisa no seu lugar’, mas todas as realidades da ordem do espiritual dando também o seu contributo à vida da sociedade.
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2. Futuro, na corresponsabilidade pelo bem comum
Ao lançarmos o olhar sobre os séculos de história escrita ou sobre os extremismos que persistem na história humana, dos políticos aos religiosos, das ditaduras que impedem ambientes de liberdade e dignidade humanas, aos fundamentalismos religiosos que impedem o acesso purificado ao Rosto Belo de Deus…então apreciamos a maravilha que Cristo hoje nos oferece no Evangelho. A Sua Escola é o serviço, o Seu exemplo é dar a vida pelo bem de todos. Foi há dias apresentado o Relatório Internacional sobre a Liberdade Religiosa no Mundo (o ideal que Deus mais aprecia). O panorama continua bem complicado! Numa maturidade que a Humanidade procura, nem deve haver imposição de Religião, nem a liberdade deve ser usada como argumento (onde estamos no ocidente laicista da rejeição) a ponto de querer banir da vida pública a convicção profunda das pessoas. Perguntemo-nos: Como vão os valores humanos /educação?
: 3. FERMENTO, é a palavra do equilíbrio
Tal como na massa, assim o fermento comparado ao CRISTÃO NA SOCIEDADE, deve ir persistindo e semeando os valores mais nobres até ao Evangelho. O mundo actual, mesmo o que nos rodeia, porventura (em dimensões que vamos vendo e num certo atraiçoar da autêntica “liberdade”) quase que tem alergia à transferência da visão pessoal da vida para o bem comum. É por isso que ao cristão de hoje o desafio é SER FERMENTO. Como vai a qualidade do nosso fermento? Actuamos ou deixamos que o mundo aconteça? Cuidado que entretanto já pode ser tarde…

Ainda a procissão em honra de Nossa Senhora dos Navegantes

Posted by Picasa Foto de Dinis Manuel Alves
Apontamento fotográfico da peculiar Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, na Gafanha da Nazaré. Um trabalho de Dinis Manuel Alves. Para ver em SOLIDARIEDADE.

domingo, 16 de outubro de 2005

Uma reflexão do pároco da Glória, para este domingo

Duas forças Deus e o mundo não podem pôr-se em pratos da mesma balança; não são forças de igual nível para poderem ser comparadas; nem sequer são princípios concorrentes ou antagónicos; muito menos com pesos iguais ou igualáveis.
As nossas limitações tentam-nos, a muitos de nós, a pôr em confronto o Criador e as coisas por Ele criadas; e, então, valorizamos um, com exclusão do outro, correndo-se o risco de ficarmos de fora, ou de Deus ou do Mundo.
O Homem, pensante e livre na procura da verdade, tendo os pés misturados com a poeira da terra, sabe que cresce e se torna grande quando não tem medo de pôr os olhos mais para o Alto.
Estamos, de facto, entre duas forças, ambas a merecer e a exigir o nosso compromisso, o nosso respeito, o nosso amor; saber encontrar a coragem de dar a Deus e de dar a César o que a cada um pertence e tem direito, é um acto de grande humildade; só os pequenos sabem fazê-lo com grandeza! E, por isso, se tornam grandes e primeiros.
O melhor de tudo é fazer aproximações: empurrar, com respeito, carinho e delicadeza, o mundo para Deus; e, com palavras e acções, pôr Deus nos espaços e lugares por Ele mesmo criados.
P. João Gonçalves in "Diálogo", 1043 - XXIX DOMINGO COMUM

JUSTIÇA: PORTUGAL EXIGE AQUILO QUE NÃO TEM

Em Salamanca, onde está a decorrer a Cimeira Ibero-Americana, o Presidente Sampaio pediu ao Presidente da Venezuela, Hugo Chavez, que diligenciasse junto dos tribunais venezuelanos, para que o piloto português, detido há um ano naquele país por alegadamente estar envolvido no tráfico de droga, fosse julgado o mais depressa possível. Hugo Chavez prometeu, segundo os jornais, que iria interessar-se pelo assunto. Penso que é legítima a actuação do Presidente Jorge Sampaio, ao procurar defender um cidadão português, detido no estrangeiro, que se declara inocente. No entanto, também não posso deixar de pensar que em Portugal há centenas de compatriotas nossos na mesma situação, em prevenção preventiva, e com julgamentos atrasados há imenso tempo, sem que tenha havido quem interceda por eles. E com que moral é que o nosso País protesta no estrangeiro contra a prisão e falta de julgamento seja de quem for, se entre nós se passa, precisamente, o mesmo? Não há portugueses e estrangeiros anos e anos à espera que os nossos tribunais se decidam? Não há em Portugal 40 venezuelanos em prisão preventiva, sem que a Justiça se apresse? Isto de se exigir aos outros o que não oferecemos aos nossos concidadãos e aos estrangeiros que temos presos não pode passar pela cabeça de ninguém. Antes de se exigir, temos de dar o exemplo. Fernando Martins

CIMEIRA IBERO-AMERICANA PEDE AOS EUA FIM DO BLOQUEIO A CUBA

A Cimeira Ibero-Americana, que está a decorrer em Salamanca, aprovou, por unanimidade, uma declaração em que pede aos EUA o fim do bloqueio económico, comercial e financeiro a Cuba. Esta decisão, justíssima, só perde por tardia, mas não é, de modo algum, um qualquer sinal de concordância com o regime ditatorial de Fidel Castro. Há muito que vários países, unilateralmente, têm vindo a pedir o fim do bloqueio a Cuba decretado pelos EUA, uma vez que, no fundo, quem mais sofre com ele é o povo cubano. O regime, esse só lucrará com ele, por ficar na posição de vítima face às populações. E a prova está aí, com Fidel no poder há tanto tempo, poder que ele vai mantendo à custa também da repressão que exerce sobre todos os que ousam criticar a ditadura que lidera. Pessoalmente, estou convencido de que o regime castrista só acabará com a morte de Fidel. Nessa altura, não haverá qualquer personalidade cubana com o poder carismático do ditador Fidel Castro, capaz de eternizar o regime opressor nascido do derrube do também ditador, de direita, Fulgêncio Baptista. F.M.

ABORTO: Referendo só depois de Setembro de 2006

Tudo indica que o Tribunal Constitucional vai chumbar o referendo sobre o Aborto, por considerar inconstitucional a aprovação da proposta na Assembleia da República no passado mês de Setembro, no sentido de o mesmo se fazer, como queria o PS, em 27 de Novembro, entre as eleições autárquicas e as presidenciais. Isto mesmo adiantado ontem pelo jornal “PÚBLICO”, com chamada à primeira página. Segundo este diário, a verificar-se o chumbo, uma outra proposta sobre o referendo só poderá voltar a ser apresentada a partir de Setembro de 2006, altura em que se iniciará, em princípio, a segunda sessão legislativa da X Legislatura.