sábado, 2 de novembro de 2019

O meu sótão

Já me vou sentar...
No meu sótão não há televisão. Incomodar-me-ia por não me deixar fazer nada: Estar, ler, escrever, pensar, sonhar. Aparelhagem de som é diferente. Música a meu gosto, da rádio ou gravada, notícias em tempos certos, breves como convém... e se desejar mesmo o silêncio, fecha-se tudo. Aí, tenho por companhia o chilreio da passarada e as guerras ou brincadeiras que ela  inventa para ocupar o tempo que é todo seu. Muito gostam os pássaros de saltitar na cobertura do sótão, mas, quando acho que são horas de me deixarem em paz, basta levantar o braço e dar sinal de debandada. 
Não sei se esta necessidade de paz e de fuga ao quotidiano vai durar muito, mas sinto-me bem assim, embora reconheça que a vida tem de ser mais participada. A justificação vem de uns incómodos de saúde... coisa de constipação que tarda em me deixar.
Curiosamente, vou aproveitando os meus vagares para ler ou reler obras que deixaram imagens poderosas no meu saco das memórias. E delas hei de falar sem pressas.

F. M. 

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