Vale a Pena
Lá fora,
Na noite escura
Aperta o frio.
Os corpos vergastados
Pelo vento,
Sofrendo o castigo
Que não provocaram,
Mal perceberam
Ainda
A intempérie
Que se avizinha.
As memórias que acorrem
À lembrança
De um tempo de bonança
São já um passado remoto,
Sem retorno.
São os castelos
Que não param de ruir,
As folhas que não deixam de cair,
A luz cativante
Do universo da felicidade
Que teima em se afastar.
Mas é Natal
Tempo de todas as misericórdias,
Em que vale a pena acreditar
Que o tempo bom há-de voltar,
Que o sol continuará a brilhar
E será sempre possível sonhar.
Maria Helena Malaquias,
Natal 2011