MAIS UM NATAL NAS NOSSAS VIDAS
Maria Donzília Almeida
O tempo passa tão velozmente, que nem nos apercebemos da aproximação do Natal. Mais um Natal nas nossas vidas, que tantos anos já percorreram! Apesar da existência de outras festividades que marcam o calendário litúrgico, esta ocupa o lugar privilegiado, no coração das pessoas. Há quem se desloque de muito longe, para se associar à família, para participar na consoada. O espírito natalício paira sobre as pessoas, há as fragrâncias já familiares que perfumam o ar das Gafanhas.
É comum, quem passa pelas ruas, na véspera, isto é, no dia da consoada, sentir evolar-se por entre o emaranhado das luzinhas e o pai natal alpinista, o aroma quente dos bilharacos, filhós e as sobremesas apetitosas que fazem as delícias da ceia de Natal.
Com o espetro da crise, há notícias oriundas dos mass media de que as manifestações exteriores da festa que se comemora, nomeadamente o ritual das compras, a troca de presentes e o movimento das ruas e casas comerciais, está a diminuir drasticamente.
Para muitos o Natal é isso, a materialização dos sentimentos, quando não, dos valores. Quando a festa deveria ser a congregação da família à volta duma mesa, em que a família matasse saudades, em que houvesse um intercâmbio entre várias gerações, em que se sentisse paz e calor humano, assiste-se cada vez mais à ritualização do Natal, naquilo que é o acessório! Esquece-se o essencial!
Se perguntarmos a uma criança o que significa para ela o Natal, dificilmente ela aludirá ao nascimento do Menino Jesus.
A esperança deve continuar a alentar-nos, nestes tempos difíceis que se auguram e como sou uma otimista militante, quero creditar naqueles que têm os nossos destinos nas mãos.
Por último, lanço uma prece a esse Deus Menino, para que ilumine todos os que vivem nas trevas: prisioneiros da inveja, da raiva, do ódio, da vingança e todos os sentimentos mesquinhos que atormentam o ser humano. Que se deixem render à ternura do Menino e abram o coração ao seu semelhante.