sábado, 16 de setembro de 2017

Papa nomeia D. Manuel para Bispo de Aveiro

1962-IX-16

O Papa João XXIII nomeou bispo de Aveiro D. Manuel de Almeida Trindade, que o Santo Padre, na bula, cognominou de «sacerdote de verdadeira e sólida piedade e de invulgar talento e experiência» (Correio do Vouga, 18-9-1962 e 8-12-1962) – J.

"Calendário Histórico de Aveiro" 
de António Christo e João Gonçalves Gaspar

Bispo de Aveiro: 
D. Manuel de Almeida Trindade


Com o falecimento de D. Domingos da Apresentação Fernandes, o novo Bispo de Aveiro veio do Seminário de Coimbra, onde era Reitor conceituado desde muito novo. Embora de ascendência anadiense, estava muito ligado a Coimbra, onde se formou e onde recebeu a ordenação presbiteral e episcopal.
Conhecido pela sua serenidade, prudência e sabedoria, soube pacificar comunidades paroquiais, enquanto dinamizou as Semanas de Estudos Pastorais. Bispo dialogante e próximo, tanto junto dos sacerdotes como dos leigos, participou no Vaticano II e deste concílio soube dar testemunho, tendo participado em inúmeros encontros sobre o essencial da renovação da Igreja Católica.
Desempenhou, também, durante seis triénios, entre 1970 e 1987, os cargos de presidente e vice-presidente do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa. Teve, entre muitas outras tarefas próprias do seu múnus pastoral, um envolvimento muito significativo e corajoso, durante a Revolução do 25 de Abril, na defesa da liberdade. Nesse sentido apoiou e participou, em espírito de liderança, numa grandiosa manifestação de cristãos, em defesa das liberdades democráticas e pela dignificação das pessoas e da sociedade em geral.
Durante o seu ministério episcopal, D. Manuel promoveu a fundação do Carmelo de Cristo Redentor, a criação do CUFC — Centro Universitário Fé e Cultura, da Casa Diocesana de Nossa Senhora do Socorro e do Círculo de Cultura Católica. Ainda promoveu a formação do primeiro grupo de Diáconos Permanentes.
Escreveu diversos livros, de que destaco, entre outros, “O padre Luís Lopes de Melo”, “Pessoas e Acontecimentos”, “Memórias de um Bispo”, “Apontamentos de Retiros” e “Sinfonia — Notas biográficas sobre o Padre Arménio Alves da Costa Júnior”.

Fernando Martins,
In “Gafanha da Nazaré — 100 anos de vida”

Georgino Rocha — Legado de D. António Francisco: Bem precioso a irradiar

D. António e P. Georgino

A celebração do funeral de D. António Francisco está revestida de uma simplicidade sóbria e digna, de uma eloquência exuberante e sábia. As pessoas, em número de multidão impressionante, trouxeram à luz do dia e fizeram brilhar as sementes fecundas do seu modo de ser e de agir, do seu saber estar e comunicar, do seu rosto de bondade e do seu coração de pastor. São sementes que no silêncio de tantas consciências iam germinando e, agora, como em plena manhã de primavera, se abrem à carícia do sol irradiante, à frescura do ambiente saudável, diáfano de luz e amor. São sementes portadoras de uma seiva divina e de um vigor missionário “imparável”.

Vivi esta celebração pascal como o coroar de uma vida plena que só na morte manifesta a sua riqueza transbordante, como a mais bela catequese que D. António Francisco podia realizar e a que os responsáveis da organização do funeral deram o indispensável suporte comunicativo: a urna no chão sobre uma carpete, com apenas a bíblia e a mitra, a sobriedade da zona envolvente, a atenção solícita dos presentes na Sé, nos claustros e no terreiro, o desenrolar do programa celebrativo, a participação sentida da numerosa assembleia, a clareza apelativa das orientações à assembleia orante, a mensagem diáfana da homilia, a dignidade dos ritos…tudo convergiu para que D. António Francisco fizesse ouvir a voz do seu silêncio apelativo, o clarão de esperança que irradia da sua vida nova.

Seleciono três mensagens que, por esta ocasião, me chegaram e deixaram marcas indeléveis. Parecem-me muito acertadas para avivar a sua memória abençoada: a do Papa Francisco, a dos sem-abrigo e a do grupo de jovens que veio de Paris tomar parte no funeral.

A mensagem do Papa Francisco manifesta “o seu pesar e a sua solidariedade à comunidade diocesana do Porto, bem como aos seus familiares em luto”, evoca o falecido bispo do Porto como um “pastor afável, generoso”, que colocou os seus dons “ao serviço dos irmãos”, e reafirma que o Santo Padre reza pelo “incansável servidor do Evangelho e da Igreja”, associando-se à Liturgia exequial e concedendo a sua bênção apostólica. O jeito de ser pastor tem muitos traços em comum entre o bispo de Roma e o do Porto, agora defunto.

Um amigo de Viseu, que toma parte na celebração, escreve no mural do seu facebook: “Deparo com um numeroso grupo de pobres sem abrigo que estavam presentes no adro da Catedral e de sua boca só se ouvia dizer: «morreu o nosso pai, o nosso grande amigo, (que) sorria sempre para nós, falava sempre connosco, perguntava a nossa história e porque éramos sem abrigo». Além destas referências carinhosas, «muitas outras coisas proferiam sobre o santo bispo que ficará na memória de milhares de pessoas, crentes e não crentes. Porque afinal o povo ainda sabe quem são os bons pastores”. Mais tarde, diz-me que na peregrinação da diocese do Porto a Fátima realizada a 9 de Setembro corrente, participaram 50 sem abrigo por indicação de D. António Francisco.

O porta-voz do grupo de jovens parisienses desabafa nestes termos: “Estou em choque. Foi ele que me casou, que batizou o meu filho. É um irmão, um santo. Perdi um amigo mas a Igreja ganhou mais um santo”.

Nos anos 70 do século XX, o então padre António Francisco assistia a uma comunidade portuguesa de emigrantes em Paris e fazia estudos universitários. A relação criada era tão forte que se concretizava em visitas periódicas. E o grupo avisado da morte daquele que foi seu “orientador e diretor espiritual”, torna-se presente no funeral e dá à Ecclesia o seu testemunho sobre o prelado “uma das melhores pessoas” que conheceu.

“A noite não tem cancelas”, dizia de vez em quando D. António Francisco chamado a acompanhar uma equipa de casais de Aveiro, após a morte de D. António Marcelino. É verdade. Para quem ama, nem noite nem o dia, nem o relógio nem a agenda, nem a lonjura dos caminhos ou a proximidade da vizinhança, nem o ritmo do coração que sintoniza com a hora de Deus. Precioso legado. Demos-lhe a melhor sorte! 

Georgino Rocha

17.º Festival da Canção Vida


O Festival da Canção Vida vai realizar-se no dia 18 de novembro, sábado, na Casa da Cultura de Ílhavo, estando abertas as inscrições até ao dia 28 de outubro. A data dos CTT não pode ultrapassar o dia 25 do mesmo mês. Trata-se de uma organização de A Tulha da Gafanha de Aquém, freguesia de S. Salvador, Ílhavo. 
Para além dos prémios, os participantes têm a ganhar ainda a riqueza do desafio que lhes é lançado pela associação A Tulha. O regulamento pode ser lido em www.atulha.com.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Da beleza



"Depois, um poeta disse-lhe: Fala-nos da beleza.

E ele respondeu:
Onde procurareis a beleza e como a encontrareis se ela não for o vosso caminho e o vosso guia?
E como falareis dela se ela não for o artesão que tece os vossos discursos?"

Khalil Gibran
in "O Profeta"

Palmeira do Zé da Branca

Um símbolo que desaparece





Um símbolo, um ícone, um marco da nossa Terra “tombou”.   A velha palmeira do Zé da Branca, com 126 anos, sucumbiu à praga do Escaravelho da Palmeira e ao corte cirúrgico duma motosserra. Durante mais de um século a marcar um Lugar, a Cambeia, que toda a gente designava como o Sítio da Palmeira.
Abrigou muitos  Reis Magnos que, em Janeiro de cada ano, aí se encontravam, para planearem a viagem à descoberta do Menino.E quantos de nós, aproveitando a sua sombra benfazeja, desfiávamos os sonhos de meninos…
Pois um insecto conseguiu murchá-la, destruí-la… e uma serra, no dia 13 de Setembro de 2017, desceu-a do pedestal, ficando reduzida a um pequeno tronco seco, mirrado, que apenas nos recorda, com saudade, a Palmeira do Zé da Branca.

HRocha

Anselmo Borges — Livros das férias (2)




Continuo com reflexões a partir do livro de Celso Alcaína Roma Veduta. Monseñor Se Desnuda, ele próprio reflectindo sobre a Igreja e o seu futuro, a partir dos oito anos passados na Cúria, concretamente na Congregação para a Doutrina da Fé.

1. O Concílio Vaticano II constituiu uma viragem e uma enorme esperança para a Igreja e para o mundo. Foi na sua sequência que, por exemplo, em 1966 acabou o Index Librorum Prohibitorum (o catálogo dos livros proibidos). Em 1967, foi criada a Comissão Teológica Internacional, que teria temas múltiplos para estudar, como: "O valor e oportunidade do dogmatismo, o primado e magistério (incluída a infalibilidade) do bispo de Roma, a colegialidade episcopal, a relação permanente entre razão e fé, o evolucionismo, a divindade de Jesus, a fundação da Igreja como sociedade hierárquica permanente, a revisão e formulação dos dogmas com especial incidência nos marianos, o valor e a interpretação da Bíblia, o valor da tradição, a transubstanciação eucarística, o sacramento da penitência, a indissolubilidade do matrimónio, o pecado original, o pluralismo teológico, o papel do laicado, o celibato obrigatório." Mas "a Cúria atemorizou-se e essas propostas caíram em saco roto". Com João Paulo II, fez-se marcha atrás, voltou-se ao centralismo romano e as condenações de teólogos contam-se às dezenas.

Na impossibilidade de reflectir sobre todas essas problemáticas, volto à questão do celibato. A sua obrigatoriedade só muito lentamente se impôs. Durante o primeiro milénio houve inclusivamente papas casados. Foi o papa Gregório VII, no século XI, que impôs ao mesmo tempo essa obrigatoriedade e o centralismo papal. Mesmo assim, foi só no Concílio de Trento, no século XVI, que foi ratificado com carácter universal, isto é, obrigatório para todos os padres, no Ocidente. Mas, de facto, com a tolerância de muitos bispos. Como ficou dito, Paulo VI empenhou-se a favor do celibato opcional, sem o conseguir. João Paulo II previu a abolição da obrigatoriedade, com estas palavras: "Sinto que acontecerá, mas que não seja eu a vê-la."

Os escândalos sucederam-se. Diz-se, por exemplo, que no Concílio de Constança (1414-1418), compareceram 700 prostitutas. Houve papas filhos de papas. "Inclusivamente depois da lei do celibato obrigatório, nos séculos XV e XVI, foram vários os papas que geraram filhos, quer já papas quer na sua condição anterior de bispos: Inocêncio III, Alexandre VI, Júlio II, Gregório XIII..." Alcaína refere que durante os seus oito anos de actividade no Vaticano foi comissário-juiz para a redução de sacerdotes ao estado laical: "Mais de mil casos passaram pelas minhas mãos", clérigos que se tinham enamorado... Há hoje mais de cem mil padres casados, que formaram família e tiveram de abandonar o sacerdócio e eu pergunto porque é que a Igreja não aproveita tantos deles, que quereriam e têm qualidades para o exercício do ministério.

Alcaína nota que os filhos de clérigos, segundo uma norma que vem da Baixa Idade Média, serão chamados sobrinhos. Neste contexto, chamo a atenção para que no passado mês de Agosto foram dadas a conhecer normas dos bispos irlandeses sobre a situação dos padres com filhos: o bem-estar da criança é primordial e a mãe deve ser respeitada, devendo o sacerdote "assumir as suas responsabilidades pessoais, legais, morais e financeiras".

2. E Francisco? O que pensa dele Alcaína?

Ao contrário de Ratzinger, Bergoglio não é "um teólogo profissional. Não tem escola teológica própria. É de esperar que não pretenda impor uma concepção enviesada do cristianismo e que fomentará o progresso teológico. Francisco transmitiu desde o princípio sinais de humildade, também doutrinal. Antepôs a acção à ideologia: o nome eloquente que escolheu, o seu respeito pelas convicções dos ouvintes, a sua simplicidade com gestos nada teatrais, a sua posição manifesta a favor de uma Igreja pobre, o seu confessado amor aos pobres, as suas alocuções nada pontificais, o seu cuidado em evitar ser chamado com títulos pomposos para lá de "bispo de Roma", o seu beijo espontâneo a uma mulher perante as câmaras, nem sapatos vermelhos nem anel em ouro nem púrpura... Tudo faz pressagiar uma primavera de esperança".

Mas o jesuíta Francisco não conseguiu reformas visíveis e fundas. Escandalizou com canonizações, algumas endogâmicas, como no caso de João Paulo II. Reconheceu milagres, que implicariam um Deus arbitrário, a favor de uns e não de outros. "Criou cardeais, em reconhecimento de um arcaico Colégio Cardinalício, historicamente desprestigiado e eclesiasticamente artificial", que impede uma eleição mais democrática do papa: não se deve esquecer que no primeiro milénio, "como no resto das Igrejas locais, era o clero (e os delegados do povo) de Roma que elegia o seu bispo" e o Papa era primus inter pares (o primeiro entre iguais). "Não subscreveu a Declaração Universal de Direitos Humanos nem outras 15 convenções da ONU na linha da mesma Declaração." Não teve força para contradizer "a misógina decisão de João Paulo II quanto ao sacerdócio feminino". Não suavizou o verticalismo centralista nas nomeações episcopais. E há outras questões essenciais para quem trabalha por uma Igreja diferente: "Jesuânica, exemplar, autêntica." Ora, dentro do âmbito das suas actuais competências, Francisco pode fazê-lo. Há aquele dito: "Potuit, voluit ergo fecit" (podia, quis e, por isso, fez). "Aparentemente, Bergoglio quer; há dúvidas se Francisco quer; legalmente, canonicamente, o Papa pode. FIAT (Faça-se)."

Aqui, digo eu: certamente, Alcaína não ignora que o Papa Francisco não pode nem quer criar cismas na Igreja. Sobretudo, há a Cúria, que ele conhece como poucos, e que, repito com o jesuíta J.I. González Faus, é responsável por mais ateus do que Marx, Nietzsche e Freud juntos.

Perdoar de todo o coração. Sempre!

Reflexão de Georgino Rocha



Dom António Francisco dos Santos, conhecido por ser o bispo da bondade, deixa-nos um belo exemplo de como ser misericordioso e reconciliador, ir ao encontro dos outros, fazer-se próximo, acolher sem condições, dar e receber o perdão. As suas ricas mensagens e, sobretudo, o seu estilo de vida, garantem que é possível viver o Evangelho a tempo inteiro no emaranhado do quotidiano, sem alarmismos nem ansiedades. A sua memória abençoada certamente vai fazer-nos ser mais atentos à Palavra de Deus que, hoje, nos convida a varrer do coração todo o rancor, como aconselha a 1.ª leitura, a ousar perdoar incondicionalmente, seguindo a viva recomendação de Jesus, a pertencer sempre ao Senhor da vida e da morte, de acordo com a afirmação de fé de São Paulo.
A vida humana está marcada pelo limite e pela relação. A convivência nem sempre é harmoniosa e pacífica. Surgem tensões e conflitos, ofensas e outras atitudes mais agressivas. Que fazer? O que é melhor para reequilibrar o que se entortou e azedou a cidadania? Retaliar? Com que medida? Recorrer ao tribunal? Em que assuntos? Pedir a amigos que sirvam de mediadores e ajudem a lançar alguma ponte a fim de sanar a ferida e reatar a harmonia perdida? E entretanto o que diz a consciência pessoal e a voz da dignidade do outro, a sabedoria dos povos e a novidade do Evangelho? Ter em conta este rico património estimula a coragem a tomar uma decisão oportuna e acertada.
Pedro, segundo a versão de Mateus, o evangelista que narra o episódio (Mt 18, 21-35) quer viver a prática do perdão como Jesus vivamente exortava. De modo justo e generoso. Entre os Judeus, a medida prevista chegava a três vezes, oscilando conforme as escolas dos rabinos mais reconhecidos. Por isso, a Pedro parecia-lhe que sete seria o máximo e esperava confirmação do Mestre. A resposta de Jesus deixa-o sem palavra. “Não te digo até sete, mas setenta vezes sete”. E, para lhe fazer ver como estamos chamados a ser misericordiosos e a perdoar, conta a parábola do rei misericordioso e do servo sem entranhas de compaixão, em que surgem outros elementos esclarecedores. E conclui, afirmando que Deus procede connosco conforme nós procedermos uns com os outros. Quer dizer, deixa nas nossas mãos a medida do perdão. E para nos lembrar desta verdade ensina-nos a rezar no Pai Nosso: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Que responsabilidade e interpelação! Sejamos dignos desta ousadia confiante!

O Papa Francisco, na sua histórica Viagem Apostólica à Colômbia, reafirma muitas vezes a importância do perdão como caminho para a paz e exorta veementemente a que todos se esforcem para construir uma sociedade justa, sem feridas sangrantes nem ódios congelados. Dirige-se especialmente aos jovens na mensagem à multidão (mais de um milhão de pessoas), na praça Bolivar em Bogotá e diz-lhes: “A vossa juventude também vos torna capazes duma coisa muito difícil na vida: perdoar. Perdoar a quem nos feriu; é digno de nota ver como não vos deixais enredar por velhas histórias, como olhais de modo estranho quando nós, adultos, repetimos histórias de divisão simplesmente porque estamos presos a rancores. Ajudais-nos neste intento de deixar para trás aquilo que nos ofendeu, ajudais-nos a olhar para a frente sem o obstáculo do ódio, porque nos fazeis ver toda a realidade que temos à nossa frente, toda a Colômbia que deseja crescer e continuar a desenvolver-se; esta Colômbia que precisa de todos e que nós, os mais velhos, devemos entregar a vós.

Por isso mesmo vós, jovens, enfrentais o enorme desafio de nos ajudar a sanar o nosso coração, de nos contagiar com a esperança juvenil que está sempre disposta a conceder aos outros uma segunda oportunidade. Os ambientes de desespero e incredulidade fazem adoecer a alma: são ambientes que não encontram saída para os problemas e boicotam aqueles que procuram encontrá-la, danificam a esperança de que toda a comunidade necessita para avançar. Que as vossas aspirações e projetos oxigenem a Colômbia e a encham de salutares utopias!”
O perdão é a convicção firme de um caminho a percorrer na humanização das relações humanas, qual seiva revigorante em que se encontra o Deus da bondade, o nosso Deus. “Posso estar verdadeiramente magoado e ofendido, mas reconheço que mais vale ultrapassar, ir «mais além» disso. É o «per» do «doar». E o padre jesuíta Vasco de Magalhães conclui: “O grande problema é pesar bem o que vale mais”.
E não há nada mais valioso do que aceitarmos percorrer os caminhos de Jesus, do seu amor incondicional, do seu perdão misericordioso, da sua doação irradiante que faz da cruz horrorosa a porta aberta para a feliz ressurreição. E tanto nos humaniza que “diviniza” a nossa relação. Demos mais um passo e aprendamos a perdoar mais e melhor.

Georgino Rocha