quarta-feira, 10 de maio de 2023

“Culto a Santa Joana” em consulta pública

"Culto a Santa Joana” poderá ser declarado
Património Cultural Imaterial


Foi publicado no Diário da República, no passado dia 5 de maio, uma semana antes do feriado municipal, o anúncio relativo à consulta pública para efeitos de inscrição do “Culto a Santa Joana” no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, emitido pela Direção-Geral do Património Cultural.
O processo de consulta pública tem a duração de 30 dias, estando os elementos do respetivo processo disponíveis para consulta em linha através do sistema MatrizPCI (http://www.matrizpci. dgpc.pt/), sistema de informação de suporte ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
A Direção-Geral do Património Cultural decidirá sobre o pedido de inventariação do “Culto a Santa Joana” no prazo de 30 dias após a conclusão do período da presente consulta pública.

Fonte: Correio do Vouga

terça-feira, 9 de maio de 2023

CASA DO POVO 一 Primeiros Passos



Há dias, foram convocados os proprietários e agricultores para uma reunião em que se decidia a criação ou não da Casa do Povo. A grande maioria dos presentes pronunciou-se favoravelmente e logo foi formada a Comissão Organizadora que ficou assim constituída:
Presidente 一 Dr. Humberto Rocha; Vice-Presidente 一 Manuel dos Santos Medeiro; Secretário 一 Prof. Salviano Augusto da Silva Conde; Tesoureiro 一 Ângelo Ribau Teixeira; 1.º Vogal 一 José Maria Nunes; 2.ºVogal 一 Gabriel Ribau Nunes.
Os requerimentos da Junta de Freguesia e da Comissão Organizadora, bem como os estatutos da Casa do Povo seguiram já para Lisboa donde se aguarda despacho favorável de sua Excelência o Senhor Ministro das Corporações e Previdência Social.
Espera-se que a Casa do Povo venha proporcionar a todos os agricultores os benefícios da previdência de que estavam tão carecidos.
Além disso, a Casa do Povo terá uma missão cultural que muito contribuirá para a formação de novas mentalidades.

Fernando Martins

Nota: Notícia assinada por mim e publicada no TIMONEIRO de Setembro de 1973.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Ganhar tempo


Casa Gafanhoa de lavrador abastado: 
Construída em adobe, depois azulejada e pintada no interior.

Assim é feito o adobe

Os nossos avós perceberam que sozinhos não podiam chegar longe. Daí a ideia de se entreajudarem nos trabalhos agrícolas, mas não só. Senti isso mesmo quando, menino ainda, vi como os gafanhões partilhavam canseiras, sobretudo nas horas de aperto. Chamavam a isso ganhar tempo. Hoje ajudo eu e amanhã ajudas tu. Era assim nas sementeiras, nas colheitas, mas ainda na construção de habitações para os nubentes. Os adobes eram feitos nas areias brancas, junto à mata da Gafanha.
No dia aprazado, apareciam os que precisassem de ajuda num futuro próximo. Uns queimavam a cal que, misturada com a areia, dava a massa. Outros, com formas de madeira e de colher de trolha, apertavam e alisavam a massa. Eram os adobes que por ali ficavam a secar. Depois de bem secos eram empilhados até à hora de começar a construção da casa.

domingo, 7 de maio de 2023

Os nossos antepassados

Sou do tempo em que a Gafanha da Nazaré era uma moçoila cheia de viço, com os seus 28 anos de vida [nasci em 1938] e com uma grande vontade de se projetar no futuro. Soube mais tarde que os seus pais e avós enfrentaram imensas dificuldades, em luta constante para tornar férteis os solos areentos e esbranquiçados, onde quase nada se criava digno de menção. Mas deles também fiquei a saber que, com trabalho persistente, teimoso, tudo foi possível. Vontade não lhes faltou para ajeitar um berço mais fofo e acolhedor para os herdeiros. E a guerra titânica contra ventos e marés projetou-se no viver e sentir de todos os gafanhões, que hoje se orgulham dos seus antepassados.

Nota: Do meu livro "Gafanha da Nazaré - 100 anos de vida"

Imagens da nossa terra


Legenda: Arvoredo do Jardim Oudinot; Farol ao pôr do Sol; Velha Ponte da Cambeia; Marnoto à volta do sal.

A partilha de sentimentos e emoções nem sempre é possível. Hoje, por exemplo, não estou em maré de escrever. Ocupei algum tempo livre a ver fotos das muitas que tenho em arquivo e resolvi editar e publicar este modesto arranjo, com votos de muita saúde e otimismo para todos, neste domingo de um sol luminoso.

Tudo por causa da alegria

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

O cristianismo não é propriamente conhecido por ser a religião da alegria e é uma pena. Como escreveu Nietzsche, o cristianismo seria muito mais credível se os cristãos vivessem em alegria.

1. Faz parte da diferença humana a capacidade de perguntar, de investigar, de receber e criar as mais diversas formas de expressão cultural alimentadas pelo sentido do humor. Da consciência da nossa infinita ignorância brota a sabedoria do sorriso perante as vazias promoções do carreirismo, seja em que domínio for. A realidade será sempre mais vasta do que todas as nossas ciências, filosofias e religiões.
É verdade que também faz parte da diferença humana a possibilidade de desenvolver cada vez mais ciências, técnicas e ideologias que destroem as suas melhores criações. Verificamos, a toda a hora, que a chamada globalização não é garantia da universal solidariedade entre os povos. Mas é possível.
O papa Francisco, durante os seus dez anos de pontificado, não desistiu nem desiste de associar pessoas, movimentos cívicos, políticos e religiosos, para fazer deste mundo a casa de todos e para todos.

Dia da Mãe




Celebra-se hoje, 7 de Maio, o Dia da Mãe, razão mais do que suficiente para aqui evocar a minha querida mãe, a quem devo tudo. Não está entre nós, mas mora no regaço maternal de Deus. Um dia morarei com ela também para sempre.

A minha mãe, Rosita Facica, deixou-nos há muito tempo. Ainda tenho na minha memória o seu último olhar cheio de ternura. Na altura, estando ela numa cama do hospital de Aveiro, fixou-me tão ternamente que nem sei explicar o que senti. Jamais me passaria pela cabeça que estava a despedir-se de mim. 
Regressei a casa para o almoço, com vontade de voltar ao fim da tarde. Toca, entretanto, o telefone. Atendi e percebi que era do hospital. E o que ouvi, deixou-me sem palavras. Ainda hoje e até ao fim dos meus dias terrenos aquele olhar da minha mãe jamais me deixará.
Até um dia, querida mãe!

Teu filho

Fernando