domingo, 7 de maio de 2023

Imagens da nossa terra


Legenda: Arvoredo do Jardim Oudinot; Farol ao pôr do Sol; Velha Ponte da Cambeia; Marnoto à volta do sal.

A partilha de sentimentos e emoções nem sempre é possível. Hoje, por exemplo, não estou em maré de escrever. Ocupei algum tempo livre a ver fotos das muitas que tenho em arquivo e resolvi editar e publicar este modesto arranjo, com votos de muita saúde e otimismo para todos, neste domingo de um sol luminoso.

Tudo por causa da alegria

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

O cristianismo não é propriamente conhecido por ser a religião da alegria e é uma pena. Como escreveu Nietzsche, o cristianismo seria muito mais credível se os cristãos vivessem em alegria.

1. Faz parte da diferença humana a capacidade de perguntar, de investigar, de receber e criar as mais diversas formas de expressão cultural alimentadas pelo sentido do humor. Da consciência da nossa infinita ignorância brota a sabedoria do sorriso perante as vazias promoções do carreirismo, seja em que domínio for. A realidade será sempre mais vasta do que todas as nossas ciências, filosofias e religiões.
É verdade que também faz parte da diferença humana a possibilidade de desenvolver cada vez mais ciências, técnicas e ideologias que destroem as suas melhores criações. Verificamos, a toda a hora, que a chamada globalização não é garantia da universal solidariedade entre os povos. Mas é possível.
O papa Francisco, durante os seus dez anos de pontificado, não desistiu nem desiste de associar pessoas, movimentos cívicos, políticos e religiosos, para fazer deste mundo a casa de todos e para todos.

Dia da Mãe




Celebra-se hoje, 7 de Maio, o Dia da Mãe, razão mais do que suficiente para aqui evocar a minha querida mãe, a quem devo tudo. Não está entre nós, mas mora no regaço maternal de Deus. Um dia morarei com ela também para sempre.

A minha mãe, Rosita Facica, deixou-nos há muito tempo. Ainda tenho na minha memória o seu último olhar cheio de ternura. Na altura, estando ela numa cama do hospital de Aveiro, fixou-me tão ternamente que nem sei explicar o que senti. Jamais me passaria pela cabeça que estava a despedir-se de mim. 
Regressei a casa para o almoço, com vontade de voltar ao fim da tarde. Toca, entretanto, o telefone. Atendi e percebi que era do hospital. E o que ouvi, deixou-me sem palavras. Ainda hoje e até ao fim dos meus dias terrenos aquele olhar da minha mãe jamais me deixará.
Até um dia, querida mãe!

Teu filho

Fernando

sábado, 6 de maio de 2023

Gosto muito de ficar por casa

Eu reconheço que sou uma pessoa muito caseira. Não tem nada a ver com a idade porque fui sempre assim. A propósito desta minha maneira de ser, até vou recordar um episódio da minha juventude: Um domingo, depois do almoço -- antigamente dizia-se jantar --, os meus pais foram dormir a sesta e o meu irmão, o Armando, também conhecido por Grilo, apelido da família do meu pai, foi dar uma volta de bicicleta. Os meus pais perguntaram-me por que razão eu havia de ficar por ali. Disse-lhes que ia ler. E insistiram, mas eu acabei mesmo por ficar em casa. E acontecia muitas vezes.
Hão de pensar que eu não tinha amigos. Tinha e muitos, mas nem sempre haveria motivos que justificassem sair de casa. Por exemplo, nos dias de hoje há cafés por todos os lados. Nem calculo quantos cafés e similares temos na Gafanha da Nazaré.  E outras diversões...
Presentemente, no rescaldo do Covid-19, criei fortes raízes caseiras e sinto-me bem assim. Vou ao quintal, aprecio o arvoredo, saboreio uma tangerina ou laranja, tiro uma fotografias, que não faltam motivos por aqui, como a flor que ilustra este texto E que mais quero para ser feliz?

A pessoa em tensão

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

O Homem vive-se a si mesmo numa tensão insuperável. Por um lado, o corpo é o seu peso, a sua limitação - parece que, se fôssemos espírito puro, poderíamos, por exemplo, estar em todo o lado. Com o tempo, o corpo decai, envelhece e, aparentemente, envilece-nos. Referindo-se ao nascimento, Santo Agostinho, nada exaltado, tem estas palavras cruas: "inter faeces et urinam nascimur", que não traduzo, por ser desnecessário. Adoecemos e desmoronamo-nos. Depois, com a morte, o que resta do corpo é lixo biológico e coisa que apodrece.
Por outro lado, será sempre misterioso um corpo que fala: produz sons que encarnam e transmitem sentido. Um olhar é sempre a visita do infinito. Um corpo humano canta, ora, sorri, produz obras de arte, que param o tempo e visibilizam a transcendência.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Catedral de Aveiro celebra 600 anos


“A catedral de Aveiro, outrora Igreja do Mosteiro de Nossa Senhora da Misericórdia, ou de São Domingos, celebra, este ano, os 600 anos do início da sua construção e desde o ano passado comemoramos os 550 anos da chegada da Princesa Santa Joana à vila de Aveiro e da sua entrada no Mosteiro de Jesus. Aproveitando estas efemérides, vamos celebrar, entre 12 de maio de 2023 e 13 de maio de 2024, um Ano Jubilar, concedido pelo Papa Francisco, sob o lema: “Igreja de Aveiro peregrina na esperança”.

A Salve Rainha de Alçada Baptista

De vez em quando volto ao Alçada Baptista, um escritor intimista e memorialista que muito me marcou. Hoje andei às voltas com estórias e estorietas de “A cor dos dias — memórias e peregrinações”, escritas com saber e sabor inexcedíveis, pela forma e sumo.

Alçada Baptista nunca perdia a oportunidade de criticar o que em seu entender estava mal, tanto em textos cívicos como religiosos. Um dia insurgiu-se contra o Hino Nacional, naquela parte que nos incita a lutar contra os canhões. Em sua opinião, essa fase já está ultrapassada, pelo que seria importante dar uma volta ao texto. Hoje recordo a sua discordância em relação à Salve Rainha, uma oração que acompanha a recitação do terço. E propõe uma nova oração, para eliminar «os degradados filhos de Eva», e depois «deste desterro nos mostrai Jesus». Então diz:
«Eu acho que era bonito termos uma oração a Nossa Senhora mas escusávamos de nos desvalorizar tanto para o fazer.» Sugeriu então:

“Salve Rainha, mãe de Deus, olhai por nós que somos frágeis. A vós nos dirigimos do meio das dificuldades da vida com ansiedade e confiança. Lançai sobre nós os vossos olhos bondosos e, depois da nossa morte, leva-nos a Jesus com a ternura da mãe para o filho querido. Ó doce Virgem Maria, ajudai-nos e olhai para nós e ajudai-nos para podermos alcançar as promessas de Cristo.”

Nota 1 - Nós, os católicos, estamos tão habituados à Salve Rainha que aprendemos em criança, que nem sei se seríamos capazes de optar pela proposta do Alçada Baptista de saudosa memória;

Nota 2 - Texto reeditado.

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