terça-feira, 28 de janeiro de 2020

AMOUR - Um filme para meditar...



Ontem, na RTP2, revi o filme Amour, de Michel Haneke, contemplado com vários prémio. Vi-o na altura do seu lançamento por sugestão da notoriedade que alcançou. 
Nos papéis principais, distinguiram-se Jean-Louis Trintignant, nascido em 1930 e, ao que suponho, ainda vivo, e Emmanuelle Riva (1927-2017). 
Tal como da primeira vez, gostei do filme. Marido e esposa eram professores de piano já retirados do ensino, mas com memórias que marcavam os seus quotidianos. A esposa, atingida por doença grave, provavelmente um AVC, acamada e dependente do marido, vai definhando, olhar perdido e sem futuro. Perde o gosto pelo que a rodeia, mas ainda consegui pedir a um ex-aluno, pianista, que visitou o casal, que interpretasse  uma melodia dos primeiros tempos da aprendizagem. E a indiferença recai, inevitavelmente, sobre a professora. 
O marido, com uma serenidade impressionante, é o seu apoio de todas horas, dia e noite. O agravamento da doença exige profissionais assíduos. E a filha única visita os pais, mas leva como temas de conversa os seus problemas do dia a dia. Soluções não estão nos seus propósitos. Há mais que fazer...
Deixo o final dramático para quem quiser e puder ver o filme. Os dramas são terríveis. É o dia a dia de um casal de idosos no fim da sua existência terrena. Tal como decerto os temos nas sociedades atuais. Solidão, abandono, sofrimento, desespero  e morte.

Fernando Martins

SNS - Uma grande aposta da nossa democracia


O Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi uma grande aposta da nossa democracia. Importa dizê-lo para que tomemos a peito a obrigação  de o divulgar, sublinhando o que tem de meritório. Haverá falhas e algo a melhorar, como em qualquer serviço público ou privado. Utilizo-o quando preciso, embora tenha alternativas no privado, mas não posso deixar de reconhecer que, como português, me orgulho desta extraordinária conquista de Abril. 
Vem isto a propósito do atendimento de que tenho beneficiado nos últimos tempos para tratar de um problema oftalmológico dispendioso e urgente. A visão é importantíssima, todos o sabemos, mas nem sempre apreciamos as pessoas cegas que são capazes de viver o dia a dia normal, adaptando-se às circunstancias com recurso a diversas tecnologias, podendo ver a vida com os olhos de outras sensibilidades e sentidos. 
Tenho um amigo no Facebook, arqueólogo, historiador, escritor e guia turístico que me deu, nas férias, em São Pedro do Sul, uma excelente lição de história e de adaptação às circunstâncias. Só descobri que era cego quando alguém pretendeu ajudá-lo a mudar de sala. E de vez em quando lá está a manifestar o seu interesse sobre o que se escreve no FB. 
Voltando ao SNS, que hoje me atendeu e tratou no Hospital de Águeda, quero salientar o acolhimento, a atenção, a simpatia e os cuidados dos médicos, enfermeiros, técnicos e demais funcionários de serviço, sentindo, da parte de todos, a assunção plena, das suas tarefas profissionais e humanas. O meu bem-haja. 

Fernando Martins

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Domingo muito agradável




O fim de semana que acaba de ficar para trás foi muito agradável para mim. Ainda bem que tal aconteceu para me sentir reanimado. A modorra mata e eu amo a vida. Culminou com uma passagem pela Costa Nova do Prado, apenas conhecida por Costa Nova. Afastando-me das ruas apinhadas de carros, com estacionamentos bem cheios, dirigi-me para o encanto da Ria de águas límpidas a meus olhos e nitidamente serenas. Do outro lado, as silhuetas do casario das Gafanhas completavam a paisagem. E por ali fiquei a olhar os horizontes sempre apetecíveis. Voltei-me para as casas para turista apreciar e percebi o fascínio que este recanto suscita em todas as pessoas.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Não às canonizações apressadas

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO de hoje

«Enquanto esta narrativa não for o guia de todos os ministérios na Igreja, ordenados ou não, masculinos ou feminismos, nenhuma reforma será possível.»

1. Eugenio Scalfari é um filósofo italiano e co-fundador do jornal La Republica. Não é crente nem ateu ou, melhor, tem outra maneira de ser crente. Continua a ser um aturado estudioso das questões religiosas e teológicas e cultiva um relacionamento muito intenso com o Papa Francisco. Por causa da interminável e ridícula telenovela em torno de um livro muito publicitado [1] que pretende fazer do celibato dos padres um assunto sagrado – publicado em francês e inglês com a assinatura de Bento XVI e do Cardeal Robert Sarah –, procurou conhecer a reacção e o estado anímico do seu amigo Francisco. Marcou com ele, por telefone, um encontro que se realizou no dia 14 deste mês, em Santa Marta.
Entretanto, Ratzinger já tinha desmentido, através do seu secretário particular, o arcebispo Georg Gänswein, que tivesse sido co-autor dessa obra com R. Sarah. Este cardeal manteve que tinha havido troca de correspondência com Ratzinger em relação ao livro que surgiu, por essa razão, com dupla assinatura: “Afirmo solenemente que Bento XVI sabia que o nosso projecto tomaria a forma de um livro. Posso dizer que trocámos várias provas para fixar as correcções.” Agora, “considerando as controvérsias que a publicação do livro Desde o mais profundo dos nossos corações provocou, decide-se que o autor do livro será, para futuras edições, o Cardeal Sarah, com o contributo de Bento XVI. O texto completo permanece sem alterações.” Desmente assim o desmentido apresentado pelo secretário pessoal de Ratzinger.

Cardeal Sarah, Papa emérito e Francisco

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 


«Não temos dois Papas, existe apenas um, Francisco»

1. Julgo que nunca no Vaticano a Cúria tinha ouvido tais denúncias como as que tem ouvido da parte do Papa Francisco. Que "a corte é a peste do papado", que sofre de doenças terríveis como "sentir-se imortal, indispensável", "uma Cúria que não se autocritica, que não procura melhorar é um corpo doente", "a fossilização mental e espiritual", "Alzheimer espiritual", "a rivalidade e a vanglória", a doença da "esquizofrenia existencial", que é a de "quem vive uma vida dupla", a doença dos "rumores, mexericos, murmurações, má-língua", que pode levar ao "homicídio a sangue frio", a doença de "divinizar os chefes"...
Estas foram as críticas elencadas logo na saudação natalícia de 2014. Têm-se sucedido ao longo dos anos. Neste Natal, Francisco avisou de modo frontal: "Hoje não somos os únicos que produzem cultura, nem os primeiros nem os mais escutados". Mais: "Já não estamos num regime de cristianismo, porque a fé, especialmente na Europa, mas inclusivamente em grande parte do Ocidente, já não constitui um pressuposto óbvio, e ela até é frequentemente negada, gozada, marginalizada e ridicularizada." Por isso, concluiu, citando o cardeal Carlo Martini, outro jesuíta, que foi arcebispo de Milão: "A Igreja anda com duzentos anos de atraso. Porque não se mexe? Temos medo. Medo em vez de coragem? No entanto, o cimento da Igreja é a fé, a confiança, a coragem... Só o amor vence o cansaço."

sábado, 25 de janeiro de 2020

Bom e oportuno conselho



Bom e oportuno conselho. Todos podem enfiar a carapuça. Mesmo com erros ortográficos, toda a gente entende. Sigam esta proposta neste fim de semana. E depois digam alguma coisa... 

Foto captada no google

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Gafanha da Nazaré - Rua do Casqueirita

A propósito do Armando Ferraz, 
um amigo evoca o Tio Casqueirita,
nome de rua na Marinha Velha  

Ontem, ao editar um texto alusivo a um projeto da Câmara de Ílhavo, no qual se falava de Armando Ferraz, o último fantocheiro, como um dia o designei num escrito que elaborei para o recordar, apontei um link para mais informações sobre o seu trabalho de artista popular, muito querido na terra. E ao revisitar o que então escrevi sobre o Armando Ferraz deparei com um comentário, muito oportuno e desafiante. Veio de Nelson Calção e de sua esposa Teresa, pessoas amigas que muito estimo, residentes nos Estados Unidos da América. 
No comentário em que aplaudiam o que eu havia escrito sobre o último fantocheiro, referiram outra figura que também devia merecer a minha atenção, o que não fiz na altura, nem sei porquê. A vida às vezes ocupa-nos com tantas banalidade que nem tempo nos dá para o essencial.  E disseram assim:

«Obrigado por dedicares este teu blog a uma pessoa [Armando Ferraz] tão simples, mas em meu ver muito merecida.
Outras personagens não menos castiças da nossa terra, merecem de igual forma o seu espaço neste magnifico "forum".
E porque recordar é viver, aqui vai mais uma dica: lembras por certo, tão bem ou melhor do que eu, do "ti Casqueirita", que como o Armando Ferraz se envolvia praticamente em tudo: lembro-me dos ranchos folclóricos, do futebol, e se não estou em erro foi também o dono do primeiro carro de praça como então era chamado, da nossa terra, e muitas outras coisas que agora não me vêm à mente.
Talvez num futuro próximo, alguém se debruce sobre a sua história, para que todos conheçamos melhor essa personagem castiça da nossa gente, e não caia no esquecimento.
Uma vez mais um sentido obrigado pela tua dedicação.
Um abraço amigo para todos.» 

Nelson P. Calção 

NB: Ora aqui está uma boa achega sobre uma figura típica da nossa terra, que em devido tempo foi homenageada pela nossas autarquias, ao atribuírem-lhe a honra de ser nome de uma rua na Gafanha da Nazaré, Rua do Casqueirita. O seu filho emigrou  para o Brasil. 
Realmente, o Tio Casqueirita, de seu nome Manuel Casqueira,  merecia-a, bem perto da casa em que viveu, na Rua Padre Américo, na Marinha Velha. E sublinho que, para além do rancho folclórico e do clube de Futebol, o Atlético Clube da Marinha Velha, ainda cultivava e vendia  flores, mas ainda  fazia caixões. A sua residência era conhecida por Casa das Flores, assinalada, bem à vista, em painel de azulejo. 

F. M.

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