O Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi uma grande aposta da nossa democracia. Importa dizê-lo para que tomemos a peito a obrigação de o divulgar, sublinhando o que tem de meritório. Haverá falhas e algo a melhorar, como em qualquer serviço público ou privado. Utilizo-o quando preciso, embora tenha alternativas no privado, mas não posso deixar de reconhecer que, como português, me orgulho desta extraordinária conquista de Abril.
Vem isto a propósito do atendimento de que tenho beneficiado nos últimos tempos para tratar de um problema oftalmológico dispendioso e urgente. A visão é importantíssima, todos o sabemos, mas nem sempre apreciamos as pessoas cegas que são capazes de viver o dia a dia normal, adaptando-se às circunstancias com recurso a diversas tecnologias, podendo ver a vida com os olhos de outras sensibilidades e sentidos.
Tenho um amigo no Facebook, arqueólogo, historiador, escritor e guia turístico que me deu, nas férias, em São Pedro do Sul, uma excelente lição de história e de adaptação às circunstâncias. Só descobri que era cego quando alguém pretendeu ajudá-lo a mudar de sala. E de vez em quando lá está a manifestar o seu interesse sobre o que se escreve no FB.
Voltando ao SNS, que hoje me atendeu e tratou no Hospital de Águeda, quero salientar o acolhimento, a atenção, a simpatia e os cuidados dos médicos, enfermeiros, técnicos e demais funcionários de serviço, sentindo, da parte de todos, a assunção plena, das suas tarefas profissionais e humanas. O meu bem-haja.
Fernando Martins