sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Georgino Rocha - Deixa-te convencer

DOMINGO XXVI


“Deixa-te convencer” é exortação velada e insinuante, que encerra a parábola do rico Epulão e do pobre Lázaro. “Se não dão ouvidos a Moisés nem aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos”. Lc 16, 19-31. Esta resposta está posta na boca de Abraão como ponto final a um diálogo persuasivo sobre o valor das coisas, vistas da “outra margem do rio”, sobre a importância de saber aproveitar as oportunidades que o tempo nos proporciona, sobre a articulação consequente que existe entre a fase presente da vida e o futuro definitivo, a inevitabilidade da morte, a gravidade das omissões.

Deixa-te convencer, pois a vida é só uma, no tempo e na eternidade, embora com ritmos diferentes, tem uma dignidade própria que se manifesta, progressivamente, nas opções que fazemos e nas atitudes que assumimos, nas relações que criamos e alimentamos e nas associações que organizamos, na sociedade que constituímos, infelizmente, cada vez mais desigual.

Deixa-te convencer, pois os bens são pertença de todos e a todos se destinam, de forma equitativa e solidária, estando nas nossas mãos para serem bem geridos, segundo o propósito do Criador que se revela, de modo original, em Jesus de Nazaré, o Filho único de Deus, e as leis justas estabelecidas pela autoridade humana. O Papa Francisco não se cansa de exortar a que se promova uma economia para todos e cuide da criação.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Eleições à porta - 6 de Outubro


Por alturas das eleições, costumo sublinhar a importância das escolhas do povo, habituado à ideia e à certeza, de que “o povo é quem mais ordena”. Realmente, numa democracia, os eleitores têm a obrigação de participar nas assembleias de voto, onde se encontram as urnas para nelas enfiarem o papelinho dobrado em quatro, onde fica exarada a opção de cada um. Da esquerda à direita, passando pelo centro, há espaço para todos. E como muitos já se consideram esclarecidos, os velhos partidos vão açambarcando os votos, sendo muito poucos os que ousam aventurar-se por outras ideias, algumas tão irrisórias que nem vale a pena perder tempo com elas. 
A campanha, com diversas cores, anda no ar e os debates televisivos ou radiofónicos já cansam. Para mim, claro. E já cansam porque nada de novo surge de modo a convencer seja quem for, penso eu.  A maioria dos portugueses, pelo que ouço e vejo, tomam alguns debates como um espetáculo para rir ou para adormecer. 
Promessas e mais promessas, quando toda a gente sabe que, uns dias depois da tomada de posse do Governo, tudo continua adiado para as calendas gregas. 
Eu vou votar… no dia 6 de Outubro. Já sei em quem… Mas haverá outras hipóteses. Na hora própria decidirei. Voto porque quero ter a legitimidade de protestar, de criticar ou de aplaudir, conforme o caso. Quem não votar fica à margem de democracia. 

Fernando Martins

Dia Internacional do Farmacêutico


Celebra-se hoje o Dia Internacional do Farmacêutico, razão mais do que suficiente para lembrar e homenagear quantos nos atendem quando vamos às farmácias à procura dos medicamentos que nos foram receitados pelos médicos que consultamos. Na farmácia que mais frequento, a Farmácia Morais, que conheço desde que me conheço, já que foi fundada em 1940, há um poema que gosto de ler e reler. Aqui o partilho com os meus amigos.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Ares do Outono - A beleza das árvores, arbustos e flores

Dia a dia vou espreitar se há novo rebento 
Com a chuva que aí está, mais o vento, ora brando ora bravo, teremos de nos habituar a uma vida mais triste? Penso que não. 
Há flores que murcham e caem, mas outras, mais dadas ao frio, hão de resistir. Que a vida, como é habitual, precisa da alegria e da beleza que arbustos, árvores e flores nos dão. 
Mas se elas se forem com o vento, que ao menos saibamos alimentar o prazer da espera pelo seu regresso. E até lá, aprendamos a cultivar outras flores, daquelas que nos enchem a alma com as suas cores e aromas: a amizade, a partilha da nossa alegria, o bem que podemos fazer a quem nos cerca, a aposta na construção de um mundo mais solidário.
Bom Outono para todos.

Fernando Martins

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Pe. César Fernandes celebra 40 anos da sua ordenação presbiteral

O Padre César Fernandes foi ordenado presbítero há 40 anos, mais precisamente em 23 de Setembro de 1979. Depois da ordenação, ingressou nas tropas paraquedistas como capelão, tendo participado na guerra, não para lutar como qualquer militar, mas sobretudo para apoiar quantos tinham de pegar em armas. Moveu-o, como seria compreensível, a luta pela paz e pelo entendimento entre os homens de boa vontade, deslocados para combater por decisões políticas. 
Depois de exercer as tarefas de membro da equipa sacerdotal responsável pela nossa paróquia, passou naturalmente a ocupar a missão de pároco da Gafanha da Nazaré, imprimindo à sua ação um dinamismo adequado ao nosso povo com as suas diversas instituições, sendo notória a sua dedicação e sensibilidade. 
Neste dia de aniversário da sua ordenação presbiteral, cumpre-me felicitá-lo, comprometendo-me a colaborar dentro das minhas modestas possibilidades no dia a dia da nossa paróquia.

Um livro de Humberto Rocha – “A Bruxinha Aprendiz”



O meu amigo e familiar Humberto Rocha teve a gentileza de me oferecer um livro para crianças, denominado “a Bruxinha Aprendiz”. Trata-se de uma peça de teatro escrita para as suas netas e por elas representada em 6 de Julho de 2005. As artistas são a  Clara Vidalinc (Princesa), a Sara Rocha (Bruxa), a Inês Vidalinc (Bruxinha), a Matilde Vidalinc (Bailarina) e a Carolina Rocha (Bailarina). Na altura, tinham, respetivamente, oito, sete, quatro, seis e cinco anos. E pelo que sei, saíram-se muito bem, ou não fosse o avô um mestre na arte Talma, entre outras artes. 
A edição saiu muito enriquecida pelas ilustrações do artista aveirense Jeremias Bandarra que, como já nos habituou há muito, põe no que faz uma sensibilidade notável. O trabalho do Humberto Rocha vale portanto pela ideia, pelo texto, pelo enquadramento familiar, pela magia que sempre encanta crianças e adultos, mas também por nos colocar em contacto com um artista que goza de merecida estima e admiração no mundo das artes plásticas, de onde sobressai um humanismo que muito prezo. 
A história começa, como é típico e em jeito de convite à leitura, com “uma princesa muito bonita, mas muito triste, porque não podia sair do castelo, pois havia uma bruxa má que a transformaria em estátua, caso a apanhasse a passear”.  Boa maneira de começar uma história para cultivar nas crianças o gosto pela fantasia, pelo sonho, pela harmonia, pelo mágico que a vida inúmeras vezes comporta. E como termina? Um segredo para descobrir no livro.  
Os meus parabéns ao Humberto, extensivos à sua família, em especial às artistas a quem ele dedicou este seu trabalho. 

Fernando Martins

Bento Domingues - Acabar com a chantagem

Papa não teme o cisma 
"Escusam de continuar com as ameaças de cisma.
Não o desejo, mas não me assusta e rezo para que não aconteça."


1. O acontecimento mais importante, na liderança da Igreja católica, nos últimos tempos, não pode passar despercebido ou dissolvido no ruído dos noticiários acerca do Vaticano.
O papa Francisco, ao regressar da última viagem apostólica a vários países africanos (Moçambique, Madagáscar e Ilhas Maurícias), não se limitou a responder às perguntas e curiosidades dos jornalistas, de forma aberta e desinibida, como sempre faz. Desta vez, foi muito mais longe. Decidiu colocar um ponto final na chantagem que se arrastava, dentro e fora do mundo católico, desde o começo do seu pontificado: a ameaça de um cisma.
Para quem conhece alguma coisa da história do cristianismo, não pode ignorar os efeitos terríveis que essa palavra evoca, efeitos que ainda hoje persistem, apesar de todas as iniciativas ecuménicas.
Dada a desenvoltura com que se pronunciou, terá Bergoglio esquecido as catástrofes dessa “bomba atómica” no tecido da Igreja? Essa ameaça não deveria aconselhar o Papa a ter mais cuidado com o que diz e faz e, sobretudo, com o modo provocador como fala e actua? Não saberá que está sempre a pisar terreno armadilhado?
Neste caso, essas perguntas não conseguem esconder uma solene hipocrisia. Dito de outro modo: o papa Francisco para não causar um cisma na Igreja deve renunciar a cumprir o programa do seu pontificado, tornar-se prisioneiro do medo, asfixiar a liberdade de expressão e concordar que o Vaticano continue num regime de monarquia absoluta!

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