sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O tesouro da liberdade e o seguimento de Jesus

Georgino Rocha
 
 Não basta cumprir os mandamentos com lisura e honestidade. Não chega a atitude obediente e rigorista. Não adianta alimentar piedosos desejos e nunca os realizar. Não. É preciso deixar o coração livre de todas as amarras, designadamente a posse de bens, as rotinas da vida, o sentir-se acomodado no já conseguido e apreciado. É necessário alcançar o tesouro da liberdade.
 
 
Jesus está na rua prestes a sair para a missão. Ia pôr-se a caminho quando é surpreendido por um homem que vem a correr ao seu encontro. Não apenas vem a correr, como chegando junto dele se ajoelha e faz uma pergunta crucial, típica de todo o ser humano, em alguma fase da vida: “Que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?” O coração fala mais alto do que a vergonha pública e o possível comentário displicente, desdenhoso. A pressa da corrida denota a intensidade do desejo. A atitude assumida manifesta o reconhecimento de Jesus como Alguém que pode abrir a porta do espírito humano a novas dimensões para além dos saberes positivos/experimentais. A súplica indica claramente o sentido do encontro provocado pela pressa do ritmo do coração aliado ao impulso da consciência de querer agir recta e livremente.

Jesus acolhe o homem com delicadeza, respeita a atitude, escuta o pedido, antevê o alcance da pergunta, assume a sua ânsia, sintoniza com o seu reconhecimento e inicia o diálogo da liberdade que se constrói na verdade. Havia sido tratado por bom. Pois é a partir da bondade que se faz a conversa. Marcos reveste de um são realismo a narrativa (Mc 10, 17-30). Dá-nos um quadro referencial para revermos as nossas atitudes e, guiados pela mão do Mestre, deixar que aflorem as perguntas decisivas da nossa vida, a articulação do que andamos a fazer com o futuro que nos espera, com a vida eterna que se faz presente na prática dos valores do Reino. A semente do presente dá frutos no tempo e faz germinar a eternidade. “Na morte se recebe, o que na vida se semeia”, repetia o saudoso P. José Gualdino, pároco da Murtosa.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Postal do Porto - Chuvas de outono

Manuel Olívio

Amigo

As primeiras chuvas de Outono recordam-me as viagens de bicicleta a caminho do velho Liceu de Aveiro… Tantas saudades.
Passaram-se os anos… À vida sucedeu o estudo…
Agora a Escola Antiga está a ser contestada… Surge a Escola Nova…
Praza a Deus que a reforma nos traga um clima de sossego e de trabalho onde, cada um, possa e queira estudar ou, melhor, preparar-se para a vida.
Não tenhamos ilusões. Por mais voltas que a roda dê, um jovem sentirá sempre o salto para as realidades da vida. A escola tem obrigações de lhe deixar o espírito aberto para essa adaptação.
Que os nossos estudantes saibam aproveitar tantas facilidades concedidas e continuem, como os outros, à procura de um mundo melhor!

Um abraço

Manuel

Nota: Este Postal do Porto foi publicado pelo meu familiar e amigo, Manuel Olívio da Rocha, no Timoneiro, em outubro de 1973. E como esta noite choveu, vem mesmo a propósito a sua publicação. Um abraço para o Manuel.

D. António Marcelino faleceu há cinco anos


(Foto do meu arquivo)

Há cinco anos, D. António Baltasar Marcelino partiu para o seio do Pai que ele tão bem soube testemunhar, estimulando quantos o procuravam e ouviam a terem em conta a Boa Nova de Jesus Cristo. Tive o privilégio de o ouvir imensas vezes e de editar, no Correio do Vouga, as suas reflexões semanais, carregadas de entusiasmo por uma Igreja que levasse à prática o Vaticano II, o mesmo concílio que muitos queriam  fechar em gavetas de sete chaves. Curiosamente, faz hoje, também, 56 anos que o Papa João XXIII abriu o Concílio Vaticano II, na esperança de que o ar fresco acabasse de vez com os bolores que inundavam o pensar e o agir de uma Igreja que urgia renovar e revigorar. 
Na altura da partida do Bispo que me ordenou Diácono Permanente para o regaço maternal de Deus, resolvi suspender as edições do meu blogue, em sinal de saudoso respeito pelo então Bispo Emérito de Aveiro, que fez questão de permanecer nesta cidade que se revia no dinamismo de um prelado carismático. Recordo-o com muita saudade.
O que então escrevi pode ler-se aqui.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

FILARMÓNICA GAFANHENSE celebra aniversário



No dia 13 de outubro de 1986, na Secretaria Notarial de Aveiro, foi registada uma nova escritura, desta vez para alterar os estatutos. Com esta alteração, ficou estabelecida a mudança da sede social da Música Velha para a Gafanha da Nazaré. A Associação Musical Filarmónica Ilhavense passou a designar-se, estatutariamente, Filarmónica Gafanhense (a Música Velha), como veio exarado no Diário da República, n.º 273, de 26 de novembro de 1986. 
Depois de mais de um século de existência, a Música Velha passou a celebrar esta data da sua refundação, festejando, também, a sua nova vida em prol da cultura musical. 
Assim, no próximo sábado, a Filarmónica Gafanhense vai celebrar o seu aniversário com o seguinte programa: 

SÁBADO DIA 13: 
21H30 - Concerto de Aniversário na Fábrica das Ideias na Gafanha da Nazaré (Antigo Centro Cultural); 

DOMINGO DIA 14: 

09h30 - Romagem ao Cemitério; 
10h30 - Missa de Aniversário; 
12h30 - Almoço no Restaurante Solar das Estátuas (Cacia) 

Nota: Já estão disponíveis os bilhetes para este grande concerto.

Os meus sinceros parabéns à nossa Filarmónica, com votos dos maiores êxitos

Ilha de Sama ou Ilha do Rebocho

Em dezembro de 2007, publiquei um texto que mereceu a atenção de amigos que muito prezo. Um deles, o Ângelo Ribau, já não está entre nós, embora continue connosco a sua memória. 


As tecnologias fazem por vezes quase o impossível. Na Gafanha da Nazaré, junto ao Porto de Pesca Longínqua, vê-se ao longe a célebre Ilha de Sama, também conhecida por Ilha do Rebocho. O que mal se vê ou vê mal a olho nu pode ser ampliado por qualquer razoável máquina fotográfica. O que fica, nesta fotografia, é uma imagem do abandono a que foi votada a ilha. A casa em ruínas dá a sensação de que é filha de guerra ou de puro esquecimento. Numa zona turística talvez a ilha pudesse ser devidamente aproveitada. Outrora foi propriedade agrícola, não sei se muito ou pouco produtiva. Mas tinha alguma vida. Hoje, está em agonia plena.
Presumo que continua na mesma. Não tive oportunidade de confirmar, mas vale a pena ler aqui as considerações então feitas no meu blogue, na altura noutra plataforma.

Biblioteca de Ílhavo vai atuar fora de portas


Com o objetivo de promover a leitura e o livro junto da comunidade sénior, a Câmara Municipal de Ílhavo, vai, esta quarta e quinta-feira (dia 10 e 11 de outubro), transportar a Biblioteca Municipal (BMI) para “fora de portas”. 
A BMI vai visitar vários lares de Terceira Idade realizando, em cada um deles, uma Sessão de Contos e deixando um baú repleto de livros para que os cidadãos seniores não se sintam privados de um importante veículo cultural, de saber e conhecimento. 
Não desejando ficar por aqui, a BMI avança também amanhã, 10 de outubro, quinzenalmente, com um serviço de apoio na utilização da Web, em especial na área do Facebook, direcionado para a população mais adulta. Neste caso, é necessária inscrição prévia junto da biblioteca.

Fonte: CMI

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Da oração, segundo Khalil Gibran




«Depois, uma sacerdotisa disse-lhe: Fala-nos da oração. 
E ele respondeu: 
Vós orais na aflição e na necessidade; gostaria que pudésseis orar igualmente na plenitude da vossa alegria e nos vossos dias de abundância. 
Pois, que é a oração se não a expansão de vós mesmos no ar vivo? 
E se, para vosso alívio, lançais no espaço as vossas trevas, é para vossa alegria que abris o vosso coração à aurora. 
E se só sabeis gemer quando a vossa alma vos incita à oração, ela deveria estimular-vos, embora gemendo, até finalmente chegardes ao riso. 
Quando orais, erguei-vos para encontrar nos ares aqueles que oram nesse mesmo instante, e só na oração os podereis encontrar.»
(...)

In “O Profeta”

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue

Arquivo do blogue