1 Fico a saber através de Jesús Bastante que, segundo a Associação Internacional de Exorcistas, há um "auge" das possessões demoníacas, centenas de milhares em todo o mundo, embora o próprio Vaticano tenha advertido que desses "endemoninhados" só uns 2% a 3% o eram realmente. São poucos os padres que se sentem com vocação para exorcistas; aliás, para "expulsar o demónio", têm de ter uma autorização especial do bispo. Em face da escassez de exorcistas, "a Santa Sé está a organizar cursos para treinar mais sacerdotes". "Por estranho que possa parecer, a preocupação com o demónio aumentou nas fileiras católicas, e o próprio Papa Francisco fala frequentemente das influências de Satanás, como mostra a maldade no mundo, o auge das guerras e do ódio", tendo inclusive "recomendado aos sacerdotes que recorram aos serviços de um exorcista caso sintam alguma actividade demoníaca contrária. No entanto, pediu precaução na situação de determinar se uma pessoa sofre influências demoníacas ou transtornos mentais". Um facto: instado por um padre que lhe apresentou alguém alegadamente possuído - "Santidade, esta pessoa precisa da sua bênção. Viram-no dez exorcistas, fizeram-lhe mais de 30 exorcismos e os demónios que leva dentro não querem sair" -, Francisco saudou esse homem, que lhe beijou o anel e caiu em transe, mas o Papa não se deixou impressionar e continuou com a sua oração. Depois, "o Vaticano desmentiu que Francisco tivesse realizado um exorcismo, embora tenha rezado junto dessa pessoa". Na exortação "Gaudete et exsultate", desta semana, diz que o diabo é "um ser pessoal" e "não um mito, um símbolo ou uma ideia".
sexta-feira, 13 de abril de 2018
VÓS SOIS TESTEMUNHAS DE TUDO ISTO
Georgino Rocha
Os discípulos de Emáus estão a contar o que lhes havia acontecido no caminho de regresso à sua terra, como sentiram o coração a arder enquanto ouviram a explicação das Escrituras dada pelo peregrino anónimo e como ao partir do pão reconhecem Jesus ressuscitado. Os outros, precavidos, encontram-se reunidos numa casa, em Jerusalém, e escutam com atenção e algumas reticências, apesar de notícias estranhas e cautelosas que já circulavam. (Lc 24, 35-48).
É neste cenário que Jesus aparece de novo; e, sem demoras, coloca-se no meio deles e saúda-os desejando-lhes a paz. Os discípulos não o reconhecem ainda. Uma série de sentimentos perturbava-lhes a lucidez, mas sobretudo faltava-lhes a compreensão das Escrituras no que se refere à morte e ressurreição do Mestre. Jesus capta o turbilhão interior em que eles se encontram e toma a iniciativa de lhes serenar o espírito e fazer despertar a alegria e a confiança. Realiza uma série de gestos e dá-lhes uma explicação complementar do que havia acontecido à luz das Escrituras. E depois atesta o alcance do que acaba de fazer dizendo: “Vós sois testemunhas de tudo isto”. Atestado este que fica como missão para todos os tempos da história da salvação. E, por isso, para nós, também.
Jesus aos discípulos
“Ser pobre no coração: isto é santidade. Reagir com humilde mansidão: isto é santidade. Saber chorar com os outros: isto é santidade. Buscar a justiça com fome e sede: isto é santidade. Olhar e agir com misericórdia: isto é santidade. Manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor: isto é santidade. Semear a paz ao nosso redor: isto é santidade. Abraçar diariamente o caminho do Evangelho mesmo que nos acarrete problemas: isto é santidade.”
Papa Francisco
É neste cenário que Jesus aparece de novo; e, sem demoras, coloca-se no meio deles e saúda-os desejando-lhes a paz. Os discípulos não o reconhecem ainda. Uma série de sentimentos perturbava-lhes a lucidez, mas sobretudo faltava-lhes a compreensão das Escrituras no que se refere à morte e ressurreição do Mestre. Jesus capta o turbilhão interior em que eles se encontram e toma a iniciativa de lhes serenar o espírito e fazer despertar a alegria e a confiança. Realiza uma série de gestos e dá-lhes uma explicação complementar do que havia acontecido à luz das Escrituras. E depois atesta o alcance do que acaba de fazer dizendo: “Vós sois testemunhas de tudo isto”. Atestado este que fica como missão para todos os tempos da história da salvação. E, por isso, para nós, também.
quinta-feira, 12 de abril de 2018
REVISTA “IGREJA AVEIRENSE”
“IGREJA AVEIRENSE”, editada pela Comissão Diocesana da Cultura (CDC), publica-se semestralmente há XIII anos e o mais recente número corresponde ao período de julho a dezembro de 2017. Trata.se e uma publicação de interesse histórico, cultural e pastoral, estando aberta a todos os que tenham curiosidade, gosto pela formação ou se dediquem ao estudo da vida da Diocese de Aveiro.
Como membro da CDC, até à entrada de D. António Moiteiro, fiz parte da criação e edição desta revista, que muito prezo, embora lamente que não tenha a repercussão e a leitura que merece, já que o passado e o presente são, notoriamente, os alicerces do futuro.
Desde o número um, a revista “IGREJA AVEIRENSE” regista nas suas páginas todos os documentos do nosso bispo, nomeadamente, mensagens e comentários, cartas e notas pastorais, visitas pastorais e conferências de imprensa, homilias e decretos relacionados com o semestre a que diz respeito. Mas não se fica apenas por aí, pois a vida da Igreja não se circunscreve apenas ao que diz e escreve D. António Moiteiro. Há, portanto, capítulos para a Vigararia Geral, Pastoral, Serviço Diocesanos, Clero, Arciprestados e Paróquias, Instituições de Ensino e Cultura, Movimentos e obras de Apostolado, Vida Consagrada, Publicações, Efemérides, Em Memória de…, Breves e Pessoa Notável, neste número, D. António Francisco dos Santos.
Como desde o primeiro número da revista, a Apresentação foi escrita por Georgino Rocha, que foi presidente da CDC, sendo atualmente assistente. E nela sublinha que a «“Igreja Aveirense” faz memória reconhecida de programas e relatos deste labor pastoral como suporte humano organizado ao agir livre do Espírito Santo, o grande responsável da missão eclesial e agente de renovação da “face da terra”».
Citando Bruno Forte, bispo teólogo, Georgino Rocha salienta que «Será a caridade que nos permitirá valorizar o bem presente em todo o fragmento, sem renunciar ao horizonte unificador do amor que salva, fazendo-nos reconhecer o Evangelho nos sinais dos tempos, nos fragmentos da vida e da história comum, no serviço à pessoa humana e ao bem comum».
“IGREJA AVEIRENSE” apresenta-se com 267 páginas, muitas delas ilustradas a preto e branco. O diretor é Georgino Rocha e a redação é constituída por Luís Manuel Pereira da Silva, Georgino Rocha e Carlos Alberto Lourenço Nunes. A administração, composição e paginação são de Carlos Alberto Lourenço Nunes.
Fernando Martins
Réplica da nau "São Vicente"
De vez em quando, sou abordado para prestar informações sobre os mais variados temas relacionados com as Gafanhas. Vou dando uma dicas, dizendo o que sei, mas tenho a noção exata de que fico aquém do que as pessoas pretendem. É óbvio que revelo o que li e indico pistas, minhas conhecidas, mais ou menos, para abrir portas a quem estuda o que à nossa terra diz respeito. Também sugiro livros de autores da nossa região que podem prestar sempre preciosas informações.
Hoje mostro um trabalho publicado sobre a réplica da nau "São Vicente" no blogue Restos de Colecção, que sigo e aprecio há muito.
Hoje mostro um trabalho publicado sobre a réplica da nau "São Vicente" no blogue Restos de Colecção, que sigo e aprecio há muito.
Consultar aqui
quarta-feira, 11 de abril de 2018
Bacalhau de cura tradicional
Soube, há dias, que a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) apreendeu bacalhau na Gafanha da Nazaré que estava a secar, ao sol e vento, segundo a tradição de há séculos. Ao que julgo saber, aquela autoridade, que garante a qualidade do que se consome em Portugal, para bem de nós todos, agiu em conformidade com as leis comunitárias.
Antes de mais, confesso que aprecio e respeito a intervenção da ASAE que age em nossa defesa. Mas há casos e casos.
Em Portugal, para só falar daquilo que sei de concreto, come-se bacalhau seco ao sol e vento há séculos, e, que se saiba, nunca morreu ninguém por isso. Fundamentalmente, porque o bacalhau de cura tradicional, antes de ir para a panela, tem de passar por várias águas para perder o sal. É o processo da demolha que, para além de reduzir, significativamente, o teor do sal, também elimina impurezas deixadas pelo vento.
Ora, se os produtos que comemos não podem estar expostos ao sol, como não proíbe a ASAE as couves e outros legumes, bem como ervas aromáticas e frutas? É óbvio que não proíbe, porque é de bom senso admitir que todos os produtos são bem lavados, em várias águas, antes de serem consumidos.
O que me parece é que os nossos políticos e demais especialistas envolvidos nas negociações nas comissões da UE não souberam defender, neste caso, os nossos interesses. Não será de repensar o caso? O bacalhau de cura tradicional não será mesmo o mais saboroso?
Fernando Martins
NOTA: Depois dos comentários que o meu escrito suscitou, importa esclarecer:
1. A ASAE tem a obrigação e o direito de zelar pela nossa saúde; Mal de nós se assim não fosse;
2. Sei que a secagem do bacalhau em estufa, iniciada, ao que sei, no país, na EPA (Empresa de Pesca de Aveiro), há décadas, nasceu por razões económicas. Em estufa, a secagem era mais rápida e em maior quantidade, e, porventura, mais económica, por necessitar de menos mão de obra;
3. O que eu defendo é o direito de uma empresa poder produzir, se assim o entender, bacalhau seco de cura tradicional.
19h45, deste mesmo dia.
O RECONHECIMENTO DAS PESSOAS NA IGREJA
Georgino Rocha
Os discípulos de Emaús, ao regressarem a casa em Jerusalém, narram a sua experiência de itinerantes que reconhecem Jesus ao partir do pão. O reencontro ocorre num clima denso: Os outros estão reunidos numa sala com as portas trancadas – sobretudo as do coração, apesar de notícias alegres que iam surgindo -, e escutam o testemunho de quem chega. Entretanto, acontece nova surpresa: Jesus aparece, coloca-se no meio deles, saúda-os e dá-lhes provas da sua identidade de Crucificado/Ressuscitado. A transformação é radical: o medo que tolhe a liberdade cede lugar à ousadia; a tristeza que abate os ânimos é superada pela alegria; a dúvida intrigante vê despontar a certeza da fé; a vida encerrada na tragédia do Calvário abre-se ao anúncio jubiloso do Senhor Ressuscitado; as trancas das portas transformam-se em pontes de missão universal.
Os sinais de que Jesus se serve para ser reconhecido como Ressuscitado estão relacionados com a mesa familiar, com os comensais da mesma refeição, com a conversa de amigos e o convívio de quem recupera energias perdidas e se dispõe a ler e a enfrentar as situações da vida, à luz da Escritura; a reganhar força para o futuro que se desenha nos desafios da missão. A experiência da refeição à mesa regenera a dignidade perdida, robustece a identidade, confirma o reconhecimento do que se é e se faz.
Os discípulos de Emaús, ao regressarem a casa em Jerusalém, narram a sua experiência de itinerantes que reconhecem Jesus ao partir do pão. O reencontro ocorre num clima denso: Os outros estão reunidos numa sala com as portas trancadas – sobretudo as do coração, apesar de notícias alegres que iam surgindo -, e escutam o testemunho de quem chega. Entretanto, acontece nova surpresa: Jesus aparece, coloca-se no meio deles, saúda-os e dá-lhes provas da sua identidade de Crucificado/Ressuscitado. A transformação é radical: o medo que tolhe a liberdade cede lugar à ousadia; a tristeza que abate os ânimos é superada pela alegria; a dúvida intrigante vê despontar a certeza da fé; a vida encerrada na tragédia do Calvário abre-se ao anúncio jubiloso do Senhor Ressuscitado; as trancas das portas transformam-se em pontes de missão universal.
Os sinais de que Jesus se serve para ser reconhecido como Ressuscitado estão relacionados com a mesa familiar, com os comensais da mesma refeição, com a conversa de amigos e o convívio de quem recupera energias perdidas e se dispõe a ler e a enfrentar as situações da vida, à luz da Escritura; a reganhar força para o futuro que se desenha nos desafios da missão. A experiência da refeição à mesa regenera a dignidade perdida, robustece a identidade, confirma o reconhecimento do que se é e se faz.
terça-feira, 10 de abril de 2018
BRAGA DA CRUZ RENUNCIA AO CARGO DE PRESIDENTE DA APA
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João Borges |
«João Borges acaba de assumir a presidência do Conselho de Administração do Porto de Aveiro (APA, S.A.), na sequência da renúncia de João Pedro Braga da Cruz.
A substituição destina-se a assegurar o cargo até nova nomeação dos órgãos sociais, que deverá acontecer na próxima Assembleia Geral, em finais de Maio.»
Li aqui
NOTA: Li hoje que João Pedro Braga da Cruz renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração da APA (Administração do Porto de Aveiro). Braga da Cruz desempenhou esta missão profissional duas vezes entre nós e sempre o apreciei pela sua postura no relacionamento com toda a gente, deixando transparecer muita cordialidade e atenção aos interesses das populações. Foi um presidente próximo, atento às pessoas e suas inquietações, sentindo mesmo que a APA não podia nem devia viver indiferente à terra que acolheu o Porto há mais de 200 anos, garantindo-me que a estrutura portuária é filha da Gafanha da Nazaré. «Quando o Porto de Aveiro aqui se instalou, já os gafanhões cá estavam», disse-me um dia, mais palavra menos palavra.
Braga da Cruz deixa obra feita e mostrou à saciedade que é possível o entendimento com o povo e seus representantes, oficiais e particulares, numa época em que a industrialização, o comércio em grande escala e os navios de grande porte que escalam o Porto de Aveiro podem conter focos de poluição. Atento a isso, procurou normalmente as melhores soluções, ouvindo propostas de diversas fontes.
Braga da Cruz deixa obra feita e mostrou à saciedade que é possível o entendimento com o povo e seus representantes, oficiais e particulares, numa época em que a industrialização, o comércio em grande escala e os navios de grande porte que escalam o Porto de Aveiro podem conter focos de poluição. Atento a isso, procurou normalmente as melhores soluções, ouvindo propostas de diversas fontes.
Desejo ao ex-presidente da APA as maiores venturas pessoais
e profissionais.
Fernando Martins
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