Reflexão de Georgino Rocha
O grupo de Jesus vive uma crise profunda, depois do encontro de Cesareia de Filipe. Nem era para menos. Estava em jogo, após a avaliação da primeira fase da vida pública, o sonho de grandeza dos discípulos e o contraste que representa a resposta dada a Pedro, resposta contundente. “Fica longe de mim, satanás! Não pensas nas coisas de Deus, mas nas coisas dos homens”. E Pedro havia acertado em cheio: “Tu és o Messias”, exclama num misto de ousadia e assombro. Tinha razões para ficar satisfeito. A pergunta do Mestre: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” era bem respondida. Mas ouve o que não esperava: O anúncio surpreendente que deixa desconcertados os discípulos acompanhantes. A realização da missão vai passar por sofrer muito, ser rejeitado, morto em Jerusalém e ressuscitar. Pedro, porta-voz do grupo, é apanhado “em contra-mão” e reage de imediato. Chama Jesus à-parte e repreende-O. E este, atira-lhe a doer.
A crise estava instalada. O desencontro de perspectivas era notório, apesar de conviverem há tempos. Não estava em causa ser Messias, o Salvador, mas o modo de realizar a missão. Modo que ainda hoje se mantém. Em cada um de nós, na família, na Igreja, na sociedade. Como realizar a missão que Deus nos confia? Com que critérios?