Celebra-se hoje, 20 de fevereiro, o Dia Mundial da Justiça Social, criado precisamente há 11 anos pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Foi celebrada pela primeira vez em 2009 e precisa de todos nós, no sentido de despertar a consciência de toda a gente para as realidades concretas de injustiças ofensivas da dignidade humana.
Desde jovem, sempre me senti acordado para esta premência de lutar, no dia a dia, pela justiça social, graças ao meu envolvimento concreto na Ação Católica, nomeadamente na JOC (Juventude Operária Católica). Foi aí que tomei consciência das injustiças no mundo do trabalho e na sociedade em geral, ao ouvir, semana a semana, os relatos dos jovens trabalhadores, apesar de eu ser estudante. O método criado por Joseph Cardjin, um padre belga, filho de operários, apoia-se no Ver, Julgar e Agir, e ainda se mantém atual.
Os jovens trabalhadores relatavam, com riqueza de pormenores, as injustiças de que eram alvos nas oficinas, fábricas, empresas de construção civil e outras, o que nos levava a refletir e a delinear estratégias de atuação, no sentido de repor a justiça de quem ganhava o pão com o suor do seu rosto. E se havia patrões compreensivos e justos, não faltavam os exploradores dos operários, quantos deles ainda na adolescência. Conheci humilhações que me marcaram para a vida.
Presentemente, o Dia Mundial da Justiça Social, que deve ser vivido todos os dias do ano e de todos os anos, leva-nos a olhar para a pobreza que nos cerca, para o desemprego e exclusão, para os aposentados com reformas de miséria, para trabalhadores com o salário mínimo para sustentar a família, para a discriminação com base no sexo e na idade, para a xenofobia e marginalização dos migrantes e refugiados, no espírito de contribuirmos para que o mundo se torne verdadeiramente mais fraterno.
Se é verdade que muitos já fazem muito pelos mais desprotegidos, importa continuar a lutar sem descanso pelos Direitos Humanos em todas as frentes.
Fernando Martins