domingo, 29 de maio de 2016

Notas do Meu Diário — Praia de Mira


Quando passo um fim de semana sem grandes preocupações dou-me conta de que à minha volta, bem perto de casa, o mundo gira carregado de emoções. Leio os jornais, online e em papel, e fico com remorsos de não ter saído ao encontro da vida das comunidades. Depois já é tarde. 
O PÚBLICO explicou ontem por que razão a Praia de Mira ostenta com vaidade e lógico orgulho a Bandeira Azul há 30 anos, a única praia portuguesa campeã nesta área. E até do mundo, alvitra o repórter Luciano Alvarez. As fotos são de Paulo Pimenta. 
Na reportagem sublinha-se que o segredo está nas pessoas e toda a população se sente corresponsável pelo galardão merecidamente atribuído ininterruptamente durante três décadas. 
Já fui vezes sem conta à Praia de Mira e gosto do que vejo. Mas esta reportagem do PÚBLICO vai obrigar-me a voltar lá, agora com outros olhos e de espírito aberto para perceber melhor o porquê desta beleza ao pé da porta. Depois direi.

Mais Te encontro, mais Te procuro ainda

Crónica de Frei Bento Domingues 


1. Ó Deus, Trindade Santa,/ ó luz mais radiosa que toda a luz,/ fogo mais ardente que todo o fogo,/ Tu és um oceano, a paz,/ Tu és um mar sem fundo,/ mais eu mergulho, mais eu me afundo,/ mais eu Te encontro, mais eu Te procuro ainda./ Sede que Tu saciaste no deserto um dia,/ para sempre ficar com sede de Ti.[1]
Esta oração é um poema. Não precisa de comentários. Traz consigo a sua própria inteligibilidade simbólica. Pode exigir uma iniciação, mas nunca a sua substituição.
Tentei, desde muito cedo, inscrever-me numa corrente de pensamento teológico que pratica a modéstia subversiva como atitude básica da inteligência da fé. Estou a referir-me a S. Tomás de Aquino que, em poucos anos de vida – morreu aos 49 anos – produziu uma obra monumental de análise filosófica, de exegese bíblica, de selecção patrística, sempre em confronto aberto e criativo com as várias correntes do seu tempo, de horizontes culturais e religiosos muito diferentes. Ditou um impressionante e rigoroso guião para principiantes na investigação teológica, para que não se perdessem na floresta de opiniões para todos os gostos[2]. Procurou abrir novos caminhos, na escola de Alberto Magno. Mas os pseudo discípulos viram nesse guião um repouso, uma preguiça, um substituto de constantes interrogações. Como escreveu Umberto Eco, fizeram de um incendiário, um bombeiro. Um pensador subversivo e condenado foi promovido a padroeiro de uma ignorante ortodoxia.

sábado, 28 de maio de 2016

Notas do meu Diário: Uma tarde no sótão

Dedico este apontamento aos confrades 
da Confraria Gastronómica do Bacalhau



De vez em quando dá-me para isto: fujo da trivial normalidade e meto-me no sótão. Fecho os olhos, passo pelas brasas, ouço o silêncio, leio e pego algo que está para ali esquecido, como que em sono eterno. 
Hoje peguei na revista ILUSTRÇÃO, 1928, e deparei com publicidade daquela época. Interessante. Dá que pensar nas mudanças que entretanto se operaram até aos nossos dias. Esta publicidade, que partilho e dedico aos confrades da Confraria Gastronómica do Bacalhau, desta nossa terra que um dia foi batizada com o nome justo e pomposo de Capital do Bacalhau, terá tido a sua utilidade. 
Apresenta um quadro, como podem ver, em que sobressai uma máquina a petróleo que eu conheci perfeitamente, porque em minha casa até havia duas, uma mais barulhenta e outra mais silenciosa, e por baixo lá vem em “Opiniões Insuspeitas” , a recomendação que aos confrades diz respeito:

O bacalhau: 

“Um fogão d’estes da Vacuum, 
Com pressão em alto grau,
Atesto p’la minha honra
Que até estende o bacalhau!”

Meus caros confrades… E se experimentassem? 
Bom domingo para todos, com ou sem bacalhau preparado desta maneira. 

Nota: Desculpem a foto do telemóvel, mas o digitalizador está lá em baixo...

As nossas praias continuam com a Bandeira Azul

Bandeira Azul será hasteada 
em 314 praias e 17 marinas
Praia da Barra
Praia da Barra - Dunas
Costa Nova - Casas Típicas
Praia da Costa Nova - Dunas 
«A Bandeira Azul vai ser hasteada este ano em 314 praias, mais 15 atribuições do que em 2015, ultrapassando pela primeira vez a barreira das três centenas, anunciou nesta sexta-feira o presidente da associação promotora em Portugal.
O galardão vai ser entregue também a 17 marinas, mais duas do que no ano passado.
No ano em que se comemoram 30 anos de Bandeira Azul, sob o mote “Trinta anos, trinta critérios, um objectivo”, José Archer referiu que o facto de a Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) atribuir mais de 300 distinções a praias é uma marca “significativa”.
Este número “representa aproximadamente 55% das praias designadas [com reconhecimento oficial] em Portugal”, colocando, percentualmente, o país no topo a nível mundial, afirmou o responsável aos jornalistas, após a conferência de imprensa de anúncio das atribuições deste ano, em Lisboa.
Em termos de valores brutos, Portugal, com 314 Bandeiras Azuis, é o quinto país com mais galardões conferidos, entre os 54 países que os atribuem, atrás da Espanha (578), Turquia (436), Grécia (395) e França (379).»

Li no PÚBLICO 

Eucaristia: a revolução

Crónica de Anselmo Borges 

Última Ceia. Painel Cerâmico  de Manuel Ângelo Correia
1. Um bispo, pessoa inteligente e estimável, perguntou-me: "O que é que se responde a uma criança de 12 anos que, depois de uma procissão do Santíssimo, me veio dizer: "Tu não levavas Cristo, pois não? Tu não podias com ele!..."" Respondi-lhe: "Olhe, senhor bispo, o que é que se deve responder exactamente não sei. Sei é que se não deve ensinar o que, depois, leva até uma criança a fazer observações dessas." Tudo por causa da Eucaristia e da presença real de Cristo.
Jesus, na iminência da condenação à morte, ofereceu uma ceia, a Última Ceia. Nela, abençoando o pão e o vinho, que significam a entrega da sua pessoa por amor a todos, disse: "Fazei isto em memória de mim." Os primeiros cristãos reuniam-se e, recordando (recordar é uma palavra muito rica, pois significa voltar a passar pelo coração) essa Ceia, o que Jesus fez e é, celebravam um ágape, o "partir do pão", uma refeição festiva e fraterna em sua memória, abertos a um futuro novo de Vida. E aconteceu o que constituiu talvez a maior revolução do mundo: se algum senhor se tinha convertido à fé cristã, sentava-se agora à mesma mesa que os seus escravos, em fraternidade.

Jesus admira e elogia a fé do Centurião

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus vai a caminho da casa do Centurião para satisfazer o seu pedido: curar um servo muito estimado que estava quase a morrer. É surpreendido por uma delegação de notáveis anciãos que vem ao seu encontro. Acolhe-a com solicitude e ouve a “carta” de recomendações que trazia: Estima a nossa gente e mandou construir a sinagoga; é digno de ser atendido.
Esta declaração destaca um modo contrastante com o habitual. O exército romano ocupante impunha as suas leis e promovia os seus símbolos; frequentemente menosprezava ou destruía os vestígios locais da identidade das populações. Interessar-se pelos súbditos e promover o seu bem-estar era estranho e tornava-se merecedor de uma atenção especial. O cuidado revelado pela vida e saúde do servo mostra o ambiente próximo e familiar que cultivava com todos os que o rodeiam e servem. O recurso aos anciãos judeus e aos amigos enviados põe em realce a rede de relações sociais e religiosas que mantinha e apreciava.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Inaugurações na Vista Alegre

Presidente da República elogia 
a evolução da Vista Alegre

Descerramento da placa
O espetáculo do fogo de artifício
Durante a visita do PR
O Presidente da República elogiou ontem à noite a evolução da Vista Alegre, salientando a forma como conseguiu ultrapassar a crise, criando postos de trabalho e promovendo atividades culturais. 
Marcelo Rebelo de Sousa referiu a importância do «pão para a boca» e do «pão para alimentar o espírito», traduzidos nos empregos que criou e na ampliação do Museu. 
Quem esteve presente sentiu a enorme empatia estabelecida entre o Presidente e os inúmeros convidados e o povo, que compareceu de forma muito significativa. Em nota enviada à comunicação social, a CMI lembra que foram inauguradas obras de conservação e restauro na capela de Nossa Senhora da Penha de França e no Teatro da Vista Alegre, mas ainda de ampliação do Museu e da Creche.
Na referida capela da Vista Alegre, onde repousam os restos mortais de D. Manuel Moura Manuel, antigo Bispo de Miranda, foi celebrada a Eucaristia, presidida por D. Jorge Ortiga e concelebrada pelo Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, e pelo prior de Ílhavo, Padre António Cruz, estando presentes, ainda, representantes da família Pinto Basto. 

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