sexta-feira, 4 de março de 2016

A nossa gatinha Biju morreu

O gosto pela solidão

Morreu hoje a nossa gatinha Biju com cancro que não lhe perdoou a sua existência serena no meio de nós. Tinha 15 anos e parecia saudável. Era assistida com regularidade pelo médico veterinário, mas de repente tudo se precipitou.
Não considero um lugar-comum proclamar-se que, «quanto mais conheço os homens, mais gosto dos animais». É verdade. Os animais domesticados são companhia agradável, fieis aos donos e disponíveis para a convivência. Até dão a impressão de que se alegram com as alegrias da família, ficando tristes quando pressentem dores e tristezas de quem deles cuida.
Quando a doença se manifestou, longe estávamos de pensar que seria o fim. A Biju enfrentou outros males, mas tudo ultrapassou, dando-nos o exemplo, inconsciente decerto, de teimosia em viver.
Cá em casa morava no sótão com a filha, a Guti, com quem teve algumas quezílias temporárias que a seguir esquecia.
Quando nova, ia dar as suas voltas, mas logo regressava à janela por onde saía habitualmente. Depois corria para os seus aposentos, onde a dona, a minha Lita, tudo tinha preparado: camas adequadas à estação do ano, água fresca, alimentação própria, uma janela para apreciar o ambiente e o sossego de que tanto gostava. Tardes e noites inteiras sem se mostrar e sem se incomodar com o mundo.
Quando estranhava a ausência da dona, à noitinha, descia pela porta sempre entreaberta e miava como que a saudar ou chamar a Lita. E então, na altura em que a Lita se aprontava para subir ao sótão, a Biju corria feliz da vida à sua frente.
Morreu deixando um certo vazio em toda a família, mas legou-nos uma filha que dela herdou o gosto pela solidão, por uma vida sem pressas, sem querer incomodar seja quem for, mas desejado também que a não incomodassem.  

quinta-feira, 3 de março de 2016

A nossa gente: Urbino Vieira Grave

Uma tradição 
que não quis deixar morrer 

Neste mês de março, em que se realiza mais uma edição da Rota das Padeiras, promovida pela Câmara Municipal de Ílhavo em parceria com a A.C.R. “Os Baldas”, dedicamos a rubrica “A Nossa Gente” ao moleiro Urbino Grave. 
Urbino Grave nasceu a 11 de julho de 1939, em Vale de Ílhavo, e desde tenra idade aprendeu esta antiga profissão, que herdou do seu pai e do seu avô, dedicando-se a apreciar o ritmo pachorrento com que o moinho procedia à moagem dos cereais. 
Estudou até à 4.ª classe num tempo em que a vida era dura e se tornava imperioso auxiliar na lavoura e na moagem. Com apenas 12 anos de idade, Urbino Grave já fazia o transporte da farinha para os clientes: as padeiras de Vale de Ílhavo e padarias de Ílhavo e da Gafanha da Nazaré. 
Antes de casar, ainda trabalhou durante três anos na CUF (Companhia União Fabril), em Cantanhede e em Coimbra, mas foi a arte de moleiro que lhe preencheu o ser. 
Urbino Grave recorda-se das águas nascentes do Vale das Maias (Município de Vagos) passarem pela levada que abastecia a azenha fundada pelo seu avô José João Grave.

Casa da Música da Gafanha da Nazaré em marcha


O Executivo Municipal adjudicou à firma Teixeira, Pinto & Soares, Lda a construção da Casa da Música da Gafanha da Nazaré, através da “Requalificação das instalações da Cooperativa de Consumo Gafanhense”, pelo valor de 607.206,42 euros + IVA e um prazo de execução de 14 meses. O processo segue agora para contrato e visto prévio do Tribunal de Contas.
Com esta obra, a Câmara Municipal de Ílhavo cumpre o objetivo de criar um equipamento cultural que acomode condignamente as Associações da Freguesia da Gafanha da Nazaré que se dedicam especialmente à promoção do folclore e do ensino e prática de música.

Fonte: CMI

NOTA: Este foi um passo significativa em ordem à construção da Casa da Música da Gafanha da Nazaré. Fazemos votos de que os prazos sejam cumpridos.

terça-feira, 1 de março de 2016

Renovação da carta de condução no Espaço Cidadão

Serviço simpático e eficiente

Hoje, eu e a minha Lita fomos ao Espaço Cidadão, instalado na Câmara Municipal de Ílhavo, para renovar a Carta de Condução. Saímos de casa com pressa, para apanhar vez, porque a nossa experiência, de outras renovações em anos anteriores, na repartição instalada em Esgueira, não nos abria a porta ao otimismo. Ali, sala cheia de gente, com senha de acesso na mão e com os olhos postos na caixa luminosa, onde surgia o número a seguir, tínhamos de apelar à paciência para não desesperarmos. Mas desta feita, em Ílhavo, não foi assim.
Chegámos relativamente cedo, entrámos, levantámos a senha no local indicado por um funcionário e minutos depois, com a entrega do atestado médico, a diligente e simpática funcionária tudo despachou com ligeireza, depois de confirmar o processo. Deu instruções sobre o documento a apresentar no caso de haver intervenção da polícia, nas habituais ações de fiscalização na via pública. 
Faço esta referência ao trabalho no Espaço Cidadão, na área da renovação das cartas, pela eficiência e rapidez com que fomos recebidos e atendidos. Julgo, pelo que observei, que nos outros setores daquele serviço haverá atendimento semelhante.

NOTA: Nós, portugueses, temos muito o hábito de criticar quem nos atende nos departamentos públicos. Certamente, com alguma razão em muitos casos. E se os maus atendimentos nos merecem protestos, penso que nos casos inversos temos a obrigação de louvar a simpatia, a eficiência e a competência. É o que faço hoje. Amanhã poderá ser diferente.

“Retalhos históricos da Escócia e Portugal”

O mais recente livro de Manuel Olívio da Rocha


“Retalhos históricos da Escócia e Portugal” é o mais recente livro de Manuel Olívio da Rocha, numa edição de autor. Trata-se, à semelhança de outros trabalhos, de uma edição familiar, a que o autor chama “Cadernos de Família”, sendo este livro o n.º 27 de uma coleção apenas disponível para esposa, filhos e netos, mas ainda para outros familiares e amigos. 
Com capa de Domingas Vasconcelos, sua filha, o caderno diz respeito a 2015. E porquê esta união entre Escócia e Portugal, já que entre as duas nações não haverá assim tanta ligação histórica? Simplesmente, ou fundamentalmente, porque Manuel Olívio tem filha, genro e netos naquelas paragens, tornando-se necessário, ao que julgo, estimular ligações com raízes comuns.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Temos de ser nós a pagar?

Serra da Estrela

«Cansa-me assistir regularmente ao espetáculo de meios militares - homens, helicópteros, navios, etc - e de outras estruturas públicas serem chamados para acorrer, nas montanhas ou no mar, a pessoas que, por puro deleite e gosto insensato pelo risco, se metem em alhadas. 
Será que os contribuintes portugueses têm obrigação de suportar os custos decorrentes da inconsciência desta gente? A lei prevê que o Estado possa ser ressarcido por estes gastos? Alguém sabe responder?»



O que não fiz e podia ter feito

Conímbriga

Quando me recordo dos passeios que dei, das viagens (poucas) que fiz e das terras por onde passei, sem disso tudo registar, algumas vezes, quaisquer imagens que me encantaram e que mantenho na memória, fico incomodado. É certo que não havia o digital nem redes sociais para as partilhar com a facilidade com que hoje toda a gente o faz. E quando vou à cata de algumas, em álbuns ou em caixotes, aos molhos, fico desolado com a má qualidade que ostentam. A vida é mesmo assim.
Quem poderia imaginar que em poucas décadas tantas e tão espantosas mudanças surgiriam ao alcance de um clique, dando-nos a visão clara da aldeia global em que vivemos, onde o aqui e o agora nos mostram os vizinhos do lado a milhares de quilómetros das nossas janelas? E não é que com todos podemos falar, sorrir e chorar, partilhar ideias, sentimentos, emoções e até um pedaço de pão? 
Boa semana para todos.

Fernando Martins

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