O mais recente livro de Manuel Olívio da Rocha
“Retalhos históricos da Escócia e Portugal” é o mais recente livro de Manuel Olívio da Rocha, numa edição de autor. Trata-se, à semelhança de outros trabalhos, de uma edição familiar, a que o autor chama “Cadernos de Família”, sendo este livro o n.º 27 de uma coleção apenas disponível para esposa, filhos e netos, mas ainda para outros familiares e amigos.
Com capa de Domingas Vasconcelos, sua filha, o caderno diz respeito a 2015. E porquê esta união entre Escócia e Portugal, já que entre as duas nações não haverá assim tanta ligação histórica? Simplesmente, ou fundamentalmente, porque Manuel Olívio tem filha, genro e netos naquelas paragens, tornando-se necessário, ao que julgo, estimular ligações com raízes comuns.
O autor cita Eduardo Araújo antes de entrar nos retalhos, em jeito de recomendação: «Conhecer a nossa memória, reconhecer o nosso património e manter uma relação afetiva com o lugar em que vivemos, é a melhor ferramenta de preservação que a nossa sociedade pode ter...» Não é por acaso, pois, que neste trabalho nos é oferecido um conjunto de dados históricos, interligados quase sempre, enriquecidos por fotografias a preto e branco alusivas aos acontecimentos relatados.
Para além dos apontamentos históricos, muitos dos quais, no que diz respeito a Portugal, são conhecidos dos portugueses, há normalmente, aqui e ali, pormenores curiosos que nos fazem reviver cenas do nosso património cultural, social e político, porventura a caírem no esquecimento, que os armazéns do nosso cérebro, quando cheios, começam a transbordar para darem lugar a mais recentes informações. Para os escoceses será o mesmo.
Cronologias bem elaboradas, sem serem exaustivas, situam os leitores em cada tempo e é a partir delas que avançamos para as leituras que lhes dizem respeito, página a página auxiliadas por imagens que exibem quotidianos de outras eras, muitas das quais quase já perdidas na história dos homens que habitaram os espaços da Escócia e Portugal, desde muitos séculos antes de Cristo.
Confesso que me encantam estes trabalhos do Olívio. E neste caso, que da Escócia pouco ou quase nada sabia, o livro “Retalhos históricos da Escócia e Portugal” tem sido uma mais-valia nas horas de fuga aos meus quotidianos marcados por outras leituras e escritos.
A obra fecha muito bem com um oportuno e belo texto de João XXXIII, o bom Papa João, “Hoje, apenas hoje”, de que transcrevo apenas o primeiro e o último pensamento:
«Procurarei viver pensando apenas no dia de hoje, sem querer resolver de uma só vez todos os problemas da minha vida»
«Hoje, apenas hoje, não terei qualquer medo. De modo especial não terei medo de apreciar o que é belo e de crer na bondade»
Fernando Martins