segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Festival do Bacalhau — Floresta do Sr. Bacalhau



Ingredientes:

500g de bacalhau lascado
Ovo cozido
Salsa
Tomate
Azeitonas pretas
Batatas
Cebola
Manteiga
Alho
Pimenta e sal q.b.

Preparação:

Comece por confecionar um puré de batata.
Refogue a cebola e, quando a mesma começar a alourar, adicione o bacalhau pré cozido em leite.
De seguida, triture um ovo cozido com a salsa.
Numa frigideira, misture o tomate cortado em cubos com as azeitonas.
Por fim, “construa” a “brandada”  num prato, colocando em primeiro lugar a camada de puré, posteriormente a camada de ovo, seguidamente o tomate e, em cima, o bacalhau.
Decore a gosto.


Receita gentilmente cedida pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, associação participante no Concurso Gastronómico do Festival do Bacalhau 2015.

Fonte: Agenda "Viver em " da CMI

domingo, 6 de dezembro de 2015

O PREC do Papa em 2015

Crónica de Alexandra Lucas Coelho 
no Público de hoje



Do ponto de vista do Vaticano, o Papa Francisco vai cada vez mais longe. Do ponto de vista de Lampedusa, da favela de Manguinhos ou do bairro PK5 da República Centro-Africana, está cada vez mais perto, de mais católicos, mas não apenas, de outros cristãos, de espíritas, de pagãos, de agnósticos, de muçulmanos. Francisco tem coragem, visão e uma empatia imediatamente sentida como verdadeira. Testemunhei isso de perto no Rio de Janeiro, na voz, na postura, na escolha dos lugares e das palavras. Há nele uma graça que parece vir de uma rara percepção do sofrimento. Como poucos, é tocado e toca, tanto que quase acredito na possibilidade de ele mudar a relação da igreja com a sexualidade, conflito que muito faz sofrer e mata, separando a igreja do humano. Aí, Francisco deu passo-e-meio em frente, um ao lado, nada mudou muito. Mas em muitas outras fronteiras, políticas, religiosas, étnicas, económicas, este Papa tem movido e comovido. Para uma irredutível não-crente como eu, a sua visão do mundo é a mais próxima de um ideal humanista compatível com a fé. Dito de outra forma, Francisco traz à fé uma firme determinação em mantê-la humana, o que é relevante para crentes de todas as igrejas e para não-crentes, para qualquer pessoa que se relacione com outra neste planeta à beira do abismo. Por isso foi tão importante o que aconteceu na República Centro-Africana esta semana: inspirador para os muçulmanos e cristãos locais; para centenas de milhões de muçulmanos em todo o mundo acossados pelo saque da sua religião; e para toda a gente que se ache à deriva numa espécie de terceira guerra mundial.

Novas figuras do Advento

Crónica de frei  Bento Domingues 
no Público de hoje

 «Porque não abrir os olhos 
para as figuras que vivem hoje 
e abrem novos caminhos de Esperança?»


1. Segundo um conto judaico, um rabino fez a Deus o seguinte pedido: ”Deixa-me ir dar uma vista de olhos pelo céu e pelo inferno”. O pedido foi aceite e Deus enviou-lhe o profeta Elias, como guia.
O profeta levou o rabino a uma grande sala. No centro ardia um fogo que aquecia uma panela enorme, com um guisado que enchia o espaço com o seu aroma.
À volta deste apetitoso manjar estava reunida uma multidão com uma grande colher na mão. Apesar disso, viam-se as pessoas esfomeadas, macilentas, sem forças, a cair.
As colheres eram mais compridas do que os seus braços, de tal modo que não as conseguiam levar à boca. Tristes, desejosas e em silêncio, de olhar perdido.
O rabino, espantado e comovido, pediu para sair desse lugar espetral. De inferno já tinha visto o suficiente.
O profeta levou-o então a outra sala. Ou talvez fosse a mesma. Tudo parecia exactamente igual: a panela ao lume, com apetitosas iguarias, a gente à volta com grandes colheres na mão. Via-se que estavam todas a comer com gosto, alegres, com saúde, cheias de vida. A conversa e as gargalhadas enchiam a sala. Isto tinha que ser o paraíso! Mas, como é que tinham conseguido uma tal transformação?
As pessoas tinham-se voltado umas para as outras e usavam a enorme colher para levar comida a quem estava à sua frente, procurando que a outra ficasse satisfeita e assim acabavam por ficar todas bem!

Escritores e a Ria de Aveiro — 8

A Ria de Aveiro

A velha ponte da Gafanha da Nazaré


Deixem-me ir hoje, no meu rico vagar, pela estrada que de Aveiro vai ter à Barra. 
A começar nas Pirâmides. 
Mas antes de lançar pés à suavíssima marcha, esperemos que avance e que passe uma vela que se mostrou ao longe, vinda certamente com pescaria miúda das costas de São Jacinto em demanda do nosso canal. 
Já se distinguem perfeitamente os clássicos e variados remendos do pano: um xadrez, meus amigos, um verdadeiro xadrez! 
À escota vem um marnoto de idade, de ceroilas curtas, nem chegam aos joelhos: de camisola azul ferrete, grossa como uma tábua, grossa como um cortiço, aberta à boca do peito; de carapuço de lã na cabeça, com a ponta derrubada para a nuca e terminada por uma bolinha. 
— Linda manobra, sim senhora, linda manobra. 
— Pois c’anté! — responde o velho, descobrindo a venerável cabeça. 
A estrada não é muito larga nem dá muitas voltas para chegar ao seu aprazível e benfazejo destino: mas de ambos os lados tem uma renda finíssima de tamargueiras que mergulham os troncos na água e que se vêem surgir na maré-baixa, de entre os calhaus arroxados e humedecidos da margem. 
Nestas alturas, não há remédio senão poisar a pena durante um momento e coçar a cabeça! 
(…)
A Olha-se para um lado: água, muita água, brisas, espumas, velas, barcos, moinhos, areia e sol! 
Olha-se para o outro lado: tabuleiros de cristal, montinhos brancos expostos ao tempo, marinhas, marnotos e salineiras, a planície, a imensidade, e no fundo, no extremo horizonte, a sombra quase imperceptível, a divina moldura dos pinheirais! 
Olha-se para trás: a cidade: Alto! Ali não se distingue, ali não se aponta para nada: é a cidade, é Aveiro! 
Nestas doces ocupações do espírito vai-se chegando, sem dar por ela, à ponte da Gafanha. Dizem que é uma ponte velha, feia, indigna dos nossos tempos; mas eu, se fosse milionário, comprava a peso de oiro a consolação de sentir neste momento debaixo dos pés as pranchas carcomidas do seu tabuleiro. 
Agora começam casinhas baixas à beira da rua e, na areia amoliçada, semeadura às mãos cheias: milho, feijão, batata, abóboras, pinheiros! 
Eram dez horas da manhã de 20 de Julho de 1909. Que estava eu a fazer em casa, taciturno, pasmado?! Fugi para aqui, vim passar a minha agonia para estas areias onde a Providência não me negaria com certeza o seu anjo de consolação! A Barra! O Forte! A Ronca! A Capela! 
Eu já disse Missa naquela ermida. A meio da Missa ateou-se um ramo seco que deitou uma chama enorme; e um doido manso que estava presente, o Julinho de Esgueira, exclamou aterrado no meio da assembleia: 
— Ai Portugal, que te vais à vela! 

D. João Evangelista de Lima Vidal, 
em “Aveiro: Suas Gentes, Terras e Costumes”, pág.125

sábado, 5 de dezembro de 2015

Presidente da República condecorou Tolentino Mendonça

Tolentino Mendonça na cerimónia


O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, atribuiu hoje a José Tolentino Mendonça, primeiro diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, o grau de comendador da Ordem de Sant’Iago da Espada.
Na cerimónia, que decorreu no Palácio de Belém, em Lisboa, foram distinguidas várias personalidades das áreas da Cultura e da Ciência, anuncia a página da Presidência da República.
Ao cientista e historiador Henrique Leitão, Prémio Pessoa 2014, foi igualmente atribuído o grau de comendador da Ordem de Sant’Iago da Espada, enquanto que a José Roquette, cirurgião cardiotorácico, investigador e professor universitário, foi imposta a insígnia de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Ler mais aqui 

NOTA: Congratulo-me com a condecoração atribuída ao padre, poeta, biblista, ensaísta, cronista, entre outras valências do domínio da cultura, que muito admiro e cuja obra procuro conhecer à  medida que vai sendo publicada. Tive, felizmente, o privilégio de o conhecer mais de perto em reuniões promovidas pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, percebendo, então, a sua  extensa capacidade cultural, em várias frentes, nomeadamente, da área eclesial, mas não só. As minhas felicitações para o condecorado.

A mulher mais poderosa

Crónica de Anselmo Borges 


Reflexões por ocasião do feriado 
do próximo dia 8, Festa da Padroeira

1 Em vésperas de se iniciar um doutoramento em Estudos Feministas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, numa entrevista um jovem jornalista perguntou-me: "Qual é, no seu entender, a mulher mais poderosa de Portugal?" E eu, espontaneamente: "Estou convencido de que a mulher mais poderosa em Portugal é Nossa Senhora." E lembrei-me concretamente de Fátima.
O que se passa é que quando falamos em poder vem-nos à mente o poder político, económico, militar... Mas há outros tipos de poder e influência. Pergunto: o que seria a Igreja em Portugal sem Fátima? E a influência de Fátima na política, sobretudo pela via da reconciliação, da pacificação de si mesma consigo e com os outros? Quem não se lembra da tristeza e angústia de tantos, por exemplo, durante a Guerra Colonial? E era em Fátima que as mães iam desabafar. Como é lá que os portugueses vão desabafar nestes tempos medonhos de crise. Pertence a Frei Bento Domingues a definição inultrapassável de Fátima: "É o cais de todas as lágrimas dos portugueses."
Claro que é preciso evangelizar Fátima. Estou convencido de que se deve, por exemplo, apresentar contas. E o Deus de Jesus não precisa nem quer que as pessoas se arrastem de joelhos. Mas na sua dor e aflições as pessoas vão aonde julgam poder encontrar socorro. Quem se atreveria a ridicularizar? Quem não se comove? Perante o sofrimento, é preciso curvar-se com respeito e fazer algo.

O SENHOR VEM. PREPAREMOS A SUA VINDA

Reflexão de Georgino Rocha

 “Toda a criatura 
verá a salvação de Deus”



João Baptista é o arauto que anuncia e exorta. Ele, o maior dos profetas, apresenta-se como voz que brada no deserto. Percorre a zona do rio Jordão. Convoca o povo com palavras persuasivas. Recomenda vivamente: “ Preparai os caminhos do Senhor”. Ele vem, está a chegar, vive já no meio de vós. Não o reconheceis?! 
A pregação de João é situada historicamente por Lucas, o autor da narração. Nada de fantasias nem de factos inventados. Ocorre no décimo quinto ano do reinado de Tibério, imperador romano, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia. São igualmente mencionados o nomes dos responsáveis, políticos e religiosos, nas regiões abrangidas. E também o de Zacarias, pai de João. Com estas credenciais, a mensagem pode ser mais impactante, despertar a atenção dos distraídos, convocar os desviados, chamar ao arrependimento os faltosos, anunciar, com êxito, a salvação dos perdidos que desejam acolher a salvação que Deus lhes oferece. Pregação que acontece no descampado, não no Templo, e é feita por um profeta, não por um sacerdote como Zacarias. Contrastes a denotar a novidade que se avizinha.

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