sábado, 18 de julho de 2015

Já não há mordaças, nem ameaças

Maria Barroso


Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
que possam perturbar a nossa caminhada, em que os
poetas são os próprios versos dos poemas e onde
cada poema é uma bandeira desfraldada.

Ninguém fala em parar ou regressar. Ninguém
teme as mordaças ou algemas. – O braço que
bater há-de cansar e os poetas são os próprios
versos dos poemas.

Versos brandos… Ninguém mos peça agora.
Eu já não me pertenço: Sou da hora.
E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas

que possam perturbar a nossa caminhada, onde
cada poema é uma bandeira desfraldada e os
poetas são os próprios versos dos poemas.


Sidónio Muralha, "Soneto Imperfeito  da Caminhada Perfeita"

Nota: Por sugestão do Caderno Economia do EXPRESSO, como um poema que Maria Barroso (1925-2015) mais apreciava dizer em público.

Francisco e o "crucifixo comunista"

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


"As ideologias terminaram 
sempre em ditaduras. 
Pensam pelo povo, 
não deixam o povo pensar"

1. Francisco voltou ao seu continente. Numa maratona de oito dias, percorreu três países - Equador, Bolívia, Paraguai -, que escolheu, entre os mais pobres, ficando bem clara a agenda religiosa, social e política deste pontificado: a Igreja esteve, concretamente na América Latina, ao lado dos vencedores e opressores, mas agora fica do lado dos pobres e desprotegidos. E aí está o pedido humilde de perdão "não só pelas ofensas da própria Igreja, mas também pelos crimes contra os povos indígenas durante a chamada conquista da América".

Férias ao estilo de Jesus

Reflexão de Georgino Rocha


«O descanso e o lazer são vitais 
para a pessoa cultivar o seu ser integral. 
Fazem bem ao corpo e ao espírito»

“Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco” é o apelo/convite e a recomendação de Jesus, após ter acolhido e ouvido os discípulos regressados da primeira experiência missionária. Mc 6, 30-34. A narração do que acontecera deixava perceber que a missão decorrera bem. As instruções tinham sido observadas. A confiança na palavra do Mestre estava confirmada. O êxito enchia de alegria contagiante o coração de todos. A sobriedade de meios, a simplicidade de vida, a itinerância doméstica, a eficácia do anúncio, a libertação do espírito oprimido pelas forças do mal são credenciais comprovadas e adquirem valor distintivo de quem é discípulo de Jesus em qualquer circunstância. Partilham o belo da missão. Nada que pareça fofoquice, reacções negativas das pessoas, sacudidelas do pó das sandálias, comentários negativos ào que viram e ouviram.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Abafai meus gritos com mordaças

Maria Barroso


Abafai meus gritos com mordaças,
maior será a minha ânsia de gritá-los!

Amarrai meus pulsos com grilhões,
 
maior será minha ânsia de quebrá-los!

Rasgai a minha carne!
 
Triturai os meus ossos!

O meu sangue será minha bandeira
 
e meus ossos o cimento duma outra humanidade.

Que aqui ninguém se entrega
 
— Isto é vencer ou morrer —
é na vida que se perde
Que há mais ânsia de viver!

Joaquim Namorado, "Promete"

Nota: Sugestão do Caderno Economia do EXPRESSO, como um poema que Maria Barroso (1925-2015) mais apreciava dizer em público.

Missa Nova do Padre João Santos, na Gafanha da Nazaré

O padre não pode ser de Deus 
se não for para os outros 


No momento da partilha do bolo

«Eu venho, Senhor, à vossa presença;/Ficarei saciado ao contemplar a vossa glória./Ficarei saciado ao contemplar a vossa glória.» Foi ao som deste cântico, entoado por toda a assembleia, que enchia por completo a igreja matriz da Gafanha da Nazaré, que o Padre João Santos entrou no templo para celebrar a Missa Nova. Ordenado no dia anterior, 12 de julho, na Sé de Aveiro, por D. António Monteiro, presidiu pela primeira vez a uma eucaristia na nossa paróquia, na segunda-feira, 13 do mesmo mês, na qual se celebraram os 68 anos da ordenação do Padre José Lourenço e os 18 anos dos Padres Pedro José, Ângelo Silva e António Torrão. 
O Padre João Santos que estagiou, como cooperador, nas paróquias das Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo, sob a orientação do Padre Francisco Melo, mostrou-se grato pelo apoio que recebeu da equipa sacerdotal responsável pela paroquialidade das três Gafanhas, que todas contribuíram para esta festa significativa, mas não deixou de sublinhar quanto recebeu do Padre Francisco Melo: amizade, confiança, e sentido de organização e obediência.
À homilia, o Padre João Santos referiu que o sacerdote «é sinal de que Deus nunca abandona o Seu Povo nesta caminhada até à nossa morada permanente», adiantando que «é no acolhimento da Palavra de Deus que de facto se joga a nossa vida, mesmo no meio das dificuldades». E frisou que não nos podemos deixar «prender pelo medo da desconfiança nem da tristeza», sendo «luzeiros da Vida de Deus, sem termos medo da bondade nem da ternura, como tantas vezes nos recorda o Papa Francisco». E acrescentou: «Não tenhamos dúvida de que aquilo que fizermos aos mais pequeninos ao próprio Cristo o fazemos.»

Porto de Aveiro


No site da Comunidade Portuária do Porto de Aveiro pode ser apreciado um bloco de fotografias que nos dão uma ideia da beleza desta área situada no Gafanha da Nazaré. Visite o site aqui.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Construtores do Reino de Deus

Bispo de Aveiro na Eucaristia do Crisma:

É importante saber que outros 
foram à nossa frente na santidade

Sara Raquel foi batizada antes de ser crismada

«Quem é Jesus para mim, que vou receber o sacramento do Espírito?» Este foi o desafio que D. António Moiteiro, Bispo de Aveiro, lançou aos 59 jovens que foram crismados na igreja matriz, no sábado, 20 de junho, na eucaristia das 19 horas. Igreja cheia de fiéis, onde decerto pontificaram familiares e amigos dos que assumiram a missão de testemunhar Jesus Cristo na vida pessoal e comunitária, nomeadamente, na família, no trabalho, no lazer, mas ainda na cultura, no desporto e no empenho social e caritativo. A Sara Raquel, antes de receber o sacramento da Confirmação, foi batizada e nesta Eucaristia também comungou pela primeira vez.
Numa alusão concreta ao Evangelho do XII domingo do tempo comum, D. António questionou os crismados sobre a figura de Cristo, «o homem a quem o mar e o vento obedecem», lembrando que Jesus «não é apenas uma figura do passado», porque está sempre connosco. E acrescentou: «É o Espírito Santo que vos dá a verdadeira vida; vida que vós ides viver e testemunhar.»
O Bispo de Aveiro convidou todos os presentes a pedirem ao Espírito Santo que os fortaleça, ajudando-os a serem «cristão a sério», qual «pequena semente — referida no Evangelho — que se vai tornar numa árvore frondosa». E explicou: «Essa semente vai fazer de vós construtores do Reino de Deus.»

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