terça-feira, 14 de julho de 2015

Construtores do Reino de Deus

Bispo de Aveiro na Eucaristia do Crisma:

É importante saber que outros 
foram à nossa frente na santidade

Sara Raquel foi batizada antes de ser crismada

«Quem é Jesus para mim, que vou receber o sacramento do Espírito?» Este foi o desafio que D. António Moiteiro, Bispo de Aveiro, lançou aos 59 jovens que foram crismados na igreja matriz, no sábado, 20 de junho, na eucaristia das 19 horas. Igreja cheia de fiéis, onde decerto pontificaram familiares e amigos dos que assumiram a missão de testemunhar Jesus Cristo na vida pessoal e comunitária, nomeadamente, na família, no trabalho, no lazer, mas ainda na cultura, no desporto e no empenho social e caritativo. A Sara Raquel, antes de receber o sacramento da Confirmação, foi batizada e nesta Eucaristia também comungou pela primeira vez.
Numa alusão concreta ao Evangelho do XII domingo do tempo comum, D. António questionou os crismados sobre a figura de Cristo, «o homem a quem o mar e o vento obedecem», lembrando que Jesus «não é apenas uma figura do passado», porque está sempre connosco. E acrescentou: «É o Espírito Santo que vos dá a verdadeira vida; vida que vós ides viver e testemunhar.»
O Bispo de Aveiro convidou todos os presentes a pedirem ao Espírito Santo que os fortaleça, ajudando-os a serem «cristão a sério», qual «pequena semente — referida no Evangelho — que se vai tornar numa árvore frondosa». E explicou: «Essa semente vai fazer de vós construtores do Reino de Deus.»

Referindo-se aos padrinhos dos crismados, D. António salientou que eles são «vossas testemunhas», enquanto «vos ajudam a crescer na fé; é essa fé que vós quereis professar; é essa fé que dá sentido à vossa vida, porque sabeis que Jesus Ressuscitado é a razão do vosso testemunho cristão».
Os jovens crismados frequentaram 12 anos de catequese, tendo como catequistas Otília Bola, Catarina Grangeia, Isabel Fidalgo e Didácio Frei, entre outros, sob orientação do nosso Prior, Padre Francisco Melo, e seus colaboradores, Vigários Paroquiais, Padres César Fernandes e Pedro José, bem como o Diácono João Santos.
A propósito da catequese que ajudou na caminhada de fé destes jovens, o nosso Bispo afirmou que, «se houve catequistas que vos ajudaram, também pode ser que Deus chame alguns de vós para continuarem essa missão, porque — garantiu — estou convencido que só respondendo àquilo que Deus nos vai pedindo no coração é que podemos construir a nossa felicidade». E ainda frisou que seria interessante que cada um soubesse qual é o santo do seu nome para o imitar. «É importante saber que outros foram à nossa frente na santidade», disse.

Sara Raquel 
e o sonho de ser batizada

Sara Raquel Gomes, dois filhos, um menino de cinco anos e uma menina que fez recentemente a primeira comunhão, recebeu naquela Eucaristia os sacramentos da iniciação cristã. O sonho de ser batizada nasceu quando decidiu pôr a filha na catequese. «Acho que esta minha decisão é fruto da minha fé; este é o meu caminho que passa por aqui, porque senti no meu coração que precisava de ser batizada, como preciso da fé em Cristo», disse ao Timoneiro no final da cerimónia e depois de assinar a ata que ficará para a sua história pessoal enquanto membro da comunidade católica.
Ao matricular a sua filha na catequese, percebeu que «precisava de dar o exemplo», enquanto compreendeu que tinha de «estar na Igreja». E esclareceu: «Precisava de conhecer Jesus Cristo para O transmitir aos meus filhos.»
A Sara Raquel sentiu que «o sacramento do Crisma, como os outros, nos levam a seguir Jesus Cristo na vida, agora como testemunha qualificada», estando convicta de que «a fé se vive na família, estendendo-se depois aos outros com quem convivemos».
Questionada sobre o seu interesse em se integrar nos serviços da Igreja, Sara Raquel garantiu que é esse o seu propósito e que tenciona participar na próxima reunião, dia 30 de junho — anunciada pelo nosso prior —, sobre a iniciação à formação de catequistas. E concluiu com alegria: «Quero ser membro ativo da nossa Igreja porque entendo que a fé não pode ser passiva; tenho de transmitir aquilo em que acredito.»

Fernando Martins

NOTA: Texto escrito para o Timoneiro de julho

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