O padre não pode ser de Deus
se não for para os outros
No momento da partilha do bolo |
«Eu venho, Senhor, à vossa presença;/Ficarei saciado ao contemplar a vossa glória./Ficarei saciado ao contemplar a vossa glória.» Foi ao som deste cântico, entoado por toda a assembleia, que enchia por completo a igreja matriz da Gafanha da Nazaré, que o Padre João Santos entrou no templo para celebrar a Missa Nova. Ordenado no dia anterior, 12 de julho, na Sé de Aveiro, por D. António Monteiro, presidiu pela primeira vez a uma eucaristia na nossa paróquia, na segunda-feira, 13 do mesmo mês, na qual se celebraram os 68 anos da ordenação do Padre José Lourenço e os 18 anos dos Padres Pedro José, Ângelo Silva e António Torrão.
O Padre João Santos que estagiou, como cooperador, nas paróquias das Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo, sob a orientação do Padre Francisco Melo, mostrou-se grato pelo apoio que recebeu da equipa sacerdotal responsável pela paroquialidade das três Gafanhas, que todas contribuíram para esta festa significativa, mas não deixou de sublinhar quanto recebeu do Padre Francisco Melo: amizade, confiança, e sentido de organização e obediência.
À homilia, o Padre João Santos referiu que o sacerdote «é sinal de que Deus nunca abandona o Seu Povo nesta caminhada até à nossa morada permanente», adiantando que «é no acolhimento da Palavra de Deus que de facto se joga a nossa vida, mesmo no meio das dificuldades». E frisou que não nos podemos deixar «prender pelo medo da desconfiança nem da tristeza», sendo «luzeiros da Vida de Deus, sem termos medo da bondade nem da ternura, como tantas vezes nos recorda o Papa Francisco». E acrescentou: «Não tenhamos dúvida de que aquilo que fizermos aos mais pequeninos ao próprio Cristo o fazemos.»
Padre João Santos |
O Padre João Santos disse que nesta caminhada não deixou de olhar a Mãe de Deus «a quem estas terras da Gafanha estão confiadas», porque «d’Ela aprendemos o olhar materno e solícito por todos», enquanto é «para nós modelo de acolhimento de uns para com os outros».
Cidália e Manuel, pais do padre João Santos, receberam muito bem a notícia de que seu filho queria ser sacerdote, aceitando esse seu desejo como graça de Deus e nunca deixaram de o apoiar. A ordenação de presbítero deu-lhes uma alegria enorme. «Não arranjamos palavras para descrever o que sentimos; é uma alegria que nos transcende», garantiram-nos no final de Missa Nova, no momento do convívio à volta da partilha de um bolo com todos os que participaram na eucaristia.
Cidália e Manuel afirmaram que, quando lhes dão os parabéns pela ordenação do filho,«eles não são exclusivos da sua família, mas de todos nós, Igreja». E frisaram que o Padre João «não pode ser de Deus se não for para os outros».
Sobre a sua caminhada de oito anos, salientaram que, após a sua ordenação diaconal, batizou, no domingo seguinte, a sua sobrinha, referindo que o seu filho foi sempre, desde criança, uma pessoa ligada à Igreja. Como membros do Movimento Famílias de Nazaré, reconhecem que essa pertença também os tem ajudado imenso. E contaram que o João, quando ingressou na Universidade de Aveiro, onde se licenciou em Engenharia do Ambiente, com mestrado, descobriu o CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura — instituição da Diocese de Aveiro de apoio espiritual, e não só, aos estudantes universitários), quando «procurava missa».
A Missa Nova do Padre João Santos foi preparada por uma equipa constituída por fiéis e organizações das três comunidades em que colaborou, recebendo delas lembranças de agradecimento. Flores foram para ele e para os padres que, nesta data, comemoraram aniversários de ordenação presbiteral.
Fernando Martins