sexta-feira, 18 de abril de 2014

RECORDANDO A PÁSCOA

Crónica de  Maria Donzília Almeida



A festa da Páscoa, para o mundo cristão representa a vitória sobre a morte, consubstanciada na ressurreição de Cristo.
Coincidindo com o início da primavera, sente-se uma envolvência da natureza, numa súbita transformação da mesma. Esta que estivera em hibernação durante a estação cessante, desperta para a vida e em nosso redor é vê-la a desabrochar e encher-se de cor.
Antigamente, quando as Gafanhas viviam, em parte, da agricultura e as mulheres eram as maiores protagonistas do trabalho nos campos, a limpeza da casa ficava sempre em segundo plano. Aproveitava-se a pausa da Páscoa, em que as sementeiras estavam feitas e o sol começava a puxar por elas e fazia-se uma limpeza geral às casas. Quase todas revestidas a soalho de madeira e muito humildes no seu recheio, assumiam uma nova vitalidade e asseio nesta altura. Para esse efeito, era ver a dona de casa, mulher escafonada, pôr o chão a brilhar com o tradicional sabão amarelo, que p’ra mim, era mais cor de tijolo. 
Aqui, nas Gafanhas, a sala do Senhor mobilada apenas com uma cómoda e cadeiras, à volta, ganhava protagonismo, na receção à visita pascal. Ali, o crucifixo era entregue ao chefe de família que, por sua vez, o dava a beijar a todo o agregado familiar, cumprindo-se assim um ritual antigo, de muitas gerações.
Na comunidade, faz-se a comemoração religiosa em que os cristãos vivem a quaresma, tempo de preparação para a Páscoa. Exemplo disso são alguns sacrifícios/ privações, como o jejum e abstinência na 4.ª feira de cinzas e na sexta-feira santa.


Dia Internacional dos Monumentos e Sítios


Celebra-se hoje, 18 de Abril, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que foi instituído em 1982 pelo ICOMOS e aprovado pela UNESCO no ano seguinte. A partir de então, esta data comemorativa tem vindo a oferecer a oportunidade de aumentar a consciência pública relativamente à diversidade do património e aos esforços necessários para a sua proteção, conservação, chamando a atenção para a sua vulnerabilidade.
Este ano o Dia internacional dos Monumentos e Sítios é dedicado ao tema Lugares de Memória.
De 12 a 20 de Abril, por todo o Território Continental e Regiões Autónomas terão lugar 640 atividades distribuídas por 170 concelhos e promovidas por 345 entidades públicas e privadas.
O acesso à maioria das atividades é gratuito.
As atividades promovidas nos Monumentos, Museus e Palácios da DGPC têm entrada livre.

Li aqui  

Ver ÍLHAVO

Ver AVEIRO

Falar e ser entendido

Editorial  de José Tolentino de Mendonça 




Durante muito tempo o desafio da renovação eclesial esteve centrado na necessidade de encontrar uma nova linguagem. Um dado era (e continua a ser) evidente: a linguagem habitual não só dos documentos, mas até da pregação da Igreja, já não é entendida pelos nossos contemporâneos. Podemos simplesmente cruzar os braços e denunciar a falta de uma formação cristã de base. Contudo, o desencontro entre a mensagem e os seus destinatários continua lá. E o “desencontro” não é só “ad extra”: dentro das nossas próprias comunidades contam-se pelos dedos os que resistem a uma leitura integral de um texto mais longo do magistério. Ora isso gera uma desarticulação e uma incomunicabilidade que só acentuam a fragmentação do corpo eclesial. Não funcionamos como arquipélagos, mas como desagregadas ilhas.

ÍLHAVO: Feriado Municipal

Segunda Feira da Páscoa



No próximo dia 21 de abril, segunda-feira de Páscoa, comemoramos o Feriado Municipal de Ílhavo com um conjunto de atividades, que têm início às 10h00 com a visita do Sr. Ministro da Defesa Nacional, Dr. José Pedro Aguiar-Branco, ao Museu Marítimo de Ílhavo (MMI), onde se procederá à assinatura do Protocolo de Cedência Temporária de Espólio Físico e Documental dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo ao MMI.
Seguir-se-á às 10h45 a Cerimónia do Hastear das Bandeiras junto aos Paços do Concelho e a Sessão Solene Evocativa do Feriado Municipal, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Ílhavo, na qual serão entregues Condecorações Municipais a um conjunto de entidades e individualidades. A Sessão Solene será este ano presidida pelo Sr. Ministro da Defesa Nacional, Dr. José Pedro Aguiar-Branco.
As comemorações do Feriado Municipal constituem um momento de festa e partilha, assumindo uma condição diferente pela homenagem que vamos realizar ao Poder Local no Município de Ílhavo.

Fonte: CMI


A NOSSA GENTE: Baltasar Casqueira

Baltasar e esposa 

Com a 4.ª classe saltou para o mundo do trabalho

Baltasar Ramos Casqueira, 77 anos, casado com Madalena Caçoilo, cinco filhos e 12 netos, está reformado há bons anos. Começou cedo a luta pela vida. Aos 11 anos, concluída a 4.ª classe da então chamada instrução primária, entrou para os serviços de limpeza da EPA (Empresa de Pesca de Aveiro), durante o inverno, nos arrastões Santa Joana e Santa Princesa. No verão, a vida mudou de figura na marinha de sal de que o pai era marnoto. Trabalho difícil, como osso duro de roer, debaixo de sol escaldante e pisando a moira que lhe roía os pés. «Era a marinha Fornos, do proprietário José Vieira», disse. E assim andou, «durante seis safras», saltando depois para um dóri, como verde, aos 17 anos, para a pesca do bacalhau, no lugre Lousado, da praça de Alcochete. «Foi o meu irmão António que me levou», afirmou. «Pesquei no primeiro ano 226 quintais de bacalhau à tábua [era numa tábua que o oficial de bordo pousava a folha onde registava, por estimativa, o peixe pescado por cada pescador], tendo recebido 11 mil e 200 escudos, que trouxe escondidos nas meias, com medo dos carteiristas», afiançou o Baltasar.
Depois emigrou para os Estados Unidos, onde chegou a exercer o cargo de encarregado numa firma de obras de águas e saneamento. Como reformado, regressou às origens deixando lá os filhos e netos.
Homem dado ao trabalho desde sempre, sem tempo para ser menino e brincar, não sabe estar parado, «sem nada fazer». Reconhece que «não se pode parar na vida» e não é de seu feitio estar «sentado num qualquer banco de café ou jardim». E se já não consegue trabalhar na agricultura, por dificuldades físicas, já que foi operado a uma perna, gosta de se entreter a fazer aquilo de que gosta. Também deixou a pesca na ria. Mas nem por isso se sente diminuído e lá se vai ocupando com o artesanato, não para vender, mas pelo prazer de fazer. Quando o visitei, tenha acabado de pintar um navio em miniatura. «O resto virá a seguir», adiantou. 
Para os seus trabalhos, aproveita pedaços de madeira, restos de troncos, ramos ou raízes de árvores. A imaginação faz o resto. No meio da sala tem muitas cabaças de diversos tamanhos e feitios. Semeia-as, colhe-as, saca-lhes o miolo, pinta-as e usa a técnica do guardanapo. Apreciei búzios, pinhas de anel três e de retenida, usadas nos navios, vertedouros, garrafas e garrafões de vidro, revestidos de fios coloridos. Estes com a preciosa colaboração da esposa, a quem ele ensina a técnica que aprendeu ao longo da vida. 

Fernando Martins

quarta-feira, 16 de abril de 2014

DIGNIFICAR A PESSOA PRESA

Em entrevista ao Correio do Vouga, o coordenador nacional da pastoral penitenciária, padre João Gonçalves, afirmou que "´É terrível a pessoa continuar presa mesmo depois de sair da cadeia". E acrescenta que "a situação dos presos tem a ver com toda a sociedade e muito especialmente com a comunidade cristã".

NOTA: Logo que possível, publicarei aqui a entrevista


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terça-feira, 15 de abril de 2014

A fé alimenta-se de poesia


«Cada poema é um início. Como o estar sempre perante o branco, perante o silêncio, perante o não saber. E recomeçar. A fé alimenta-se muito disso, porque a fé não é o acumulado do ontem, mas é viver no aberto da esperança e do corpo, do nascer e do morrer, do amor e da fragilidade. E no fundo a escrita treina-me para a sucessão de começos que a vida é nas suas várias dimensões.»

José Tolentino Mendonça

De uma entrevista publicada na revista ESTANTE, para ler aqui