terça-feira, 4 de setembro de 2012

Onde o tempo é outro

Por João Aguiar Campos





As férias trouxeram-me à serra. É certo que, por razões familiares, por aqui passo com muita frequência; mas as férias permitiram duas semanas de presença, traduzidas em conversas mais longas e observação mais paciente.

Vi o óbvio: uma população envelhecida, passeando achaques e olhares tristes. Muitos, procurando na memória nomes e acontecimentos para alimentar diálogos.

Num passeio a meio da manhã, o cenário é o mesmo todos os dias: do interior das casas escorre o som das rádios ou televisões. O volume demonstra as dificuldades de audição dos moradores. Alguns assomam ao patamar das escadas, para ver se passa vizinho com quem possam trocar frases doridas.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Happiness

Por Maria Donzília Almeida





Perdoem-me os defensores da língua portuguesa, mas eu também o sou! Apenas utilizo o termo inglês, por uma economia de dicção, de tinta e de espaço ocupado! A palavra portuguesa, correspondente, tem cinco sílabas e...é uma palavra grave! Não gosto, decididamente, das coisas graves, prefiro as agudas ou as esdrúxulas...como o nome que ostento!
Será esta a razão aparente do uso da língua de Shakespeare, pois o verdadeiro motivo...só pode ser o contágio do espírito “poupadinho”do nosso ministro da economia! De tanto poupar, à custa da usurpação dos nossos proventos, até me fez sentir compelida a poupar as nossas palavras! Uso a estrangeira, seguindo o caminho e as práticas de Álvaro Santos Pereira! Com esta tendência de nos ir roubando a “ração”, qualquer dia vai acontecer-nos como ao burro do Inglês! Quando o animal se tinha habituado a não comer....e a não dar qualquer despesa, morreu! Que desfaçatez para o dono! Nem lhe deu o prazer de poder gabar-se que tinha um burro dependente, sem nenhum encargo financeiro! Sr ministro! Vai querer imitar o Inglês? Sabe, eu gosto muito dos Ingleses e se o Sr também gostar.........corremos esse perigo!

Figueira da Foz de antigamente

Por gentileza de um amigo, partilho com os meus leitores um filme da década de 30 do século passado, que mostra, apesar de ser mudo, a vida de gente da alta sociedade naquela estância balnear. Veja aqui

Senhor Jesus dos Navegantes adorado em Ílhavo

Foto de Carlos Duarte




Momento único e profundamente expressivo registado por Carlos Duarte. Da escuridão da morte provocada por um processo ignóbil elaborado pelos hierarcas do tempo, brota a luz do mundo que redime e nos indica caminhos de misericórdia, de perdão e de fraternidade universal.
O Senhor Jesus dos Navegantes, adorado em Ílhavo, de maneira especial, pelas gentes do mar, continuará a indicar a rota certa que conduz a portos seguros.



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sábado, 1 de setembro de 2012

Homem de valor


"Não tente tornar-se um homem de sucesso, 
mas sim um homem de valor"


Albert Einstein 
(1879-1955)


Albert Einstein tem razão. No seu tempo como no nosso, para muitos, o sucesso é a mola-real da vida quotidiana. O que importa é a fama a qualquer custo, o sucesso a qualquer preço, com a ajuda da comunicação social, que não se cansa de criar ídolos de pés de barro. 
Vivemos, tanto quanto vou percebendo, numa sociedade onde a inversão de valores é nota dominante. Que importa a honestidade, a transparência, a lealdade, a verdade e a justiça, se isso não der fama nem dinheiro?  É o mundo que temos, infelizmente. Na minha ótica, claro.

FM

A teologia da libertação na Doutrina da Fé?

Por Anselmo Borges




"Depois da queda do comunismo, alguns pensaram que se poderia conseguir o paraíso na terra com um capitalismo desenfreado. As forças auto-reguladoras do mercado à escala mundial trariam por si mesmas o bem-estar para todos ou, pelo menos, para a maioria. A realidade é muito diferente. Foi a cobiça de homens concretos que provocou a actual crise financeira mundial, cujas consequências, mais uma vez, os pobres e os mais pobres dos pobres têm de pagar com a sua vida, a sua saúde, a morte prematura e todas as perspectivas perdidas, previstas por Deus para eles."

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Maria Montessori


Por Maria Donzília Almeida






"A tarefa do professor é preparar motivações
para atividades culturais,
num ambiente previamente organizado,
e depois abster-se de interferir"

Maria Montessori


Vem mesmo a talhe de foice este tema,
para quem vai, em breve, retomar a atividade letiva

Maria Montessori nasceu em 31 de agosto de 1870, em Chiaravalle, no seio de uma família muito religiosa. Após os estudos elementares, ingressou na Faculdade de Medicina, vencendo a resistência de toda a família, pois considerava-se, em toda a Itália, que não era próprio das mulheres, exercer esta atividade. Maria Montessori impôs-se pelo seu gosto do estudo e era respeitada pelos mestres e condiscípulos. Todos louvavam a sua inteligência e a sua coragem; havia nela um desejo de ver claramente os problemas, uma ânsia de servir a humanidade, um poder de iniciativa que lhe proporcionaram uma carreira brilhante.
Em 1896, alcançou o diploma de doutoramento e era uma curiosidade a primeira médica italiana. Ela só pensava em preparar-se para entrar na vida profissional, munida de boas armas. Interessavam-lhe, sobretudo, as doenças do sistema nervoso e concorreu ao internato da clínica de psiquiatria. A pouco e pouco foi-se especializando: as crianças desequilibradas atraíram-lhe a atenção e a piedade, encontrava-as em grande número num hospital de doenças mentais, onde ia escolher os seus doentes. Confrangia-se a sua alma, ante aqueles seres que um destino cruel aniquilara e ante os quais a medicina se sentia impotente. Invadia-a uma imensa piedade e a cada passo lhe ocorriam as palavras de Jesus: “Deixai vir a mim as criancinhas!” Ela estava certa de que o reino de Deus não se poderia construir sem a ajuda da criança.