segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Happiness

Por Maria Donzília Almeida





Perdoem-me os defensores da língua portuguesa, mas eu também o sou! Apenas utilizo o termo inglês, por uma economia de dicção, de tinta e de espaço ocupado! A palavra portuguesa, correspondente, tem cinco sílabas e...é uma palavra grave! Não gosto, decididamente, das coisas graves, prefiro as agudas ou as esdrúxulas...como o nome que ostento!
Será esta a razão aparente do uso da língua de Shakespeare, pois o verdadeiro motivo...só pode ser o contágio do espírito “poupadinho”do nosso ministro da economia! De tanto poupar, à custa da usurpação dos nossos proventos, até me fez sentir compelida a poupar as nossas palavras! Uso a estrangeira, seguindo o caminho e as práticas de Álvaro Santos Pereira! Com esta tendência de nos ir roubando a “ração”, qualquer dia vai acontecer-nos como ao burro do Inglês! Quando o animal se tinha habituado a não comer....e a não dar qualquer despesa, morreu! Que desfaçatez para o dono! Nem lhe deu o prazer de poder gabar-se que tinha um burro dependente, sem nenhum encargo financeiro! Sr ministro! Vai querer imitar o Inglês? Sabe, eu gosto muito dos Ingleses e se o Sr também gostar.........corremos esse perigo!

Adiante esta avaliação morfológica da palavra e detenhamo-nos no conceito aqui apresentado.
A felicidade está nas pequenas coisas, dizia-me um amigo, quando, em amena cavaqueira, discorríamos sobre o tema; um pequeno iate, uma pequena mansão, uma pequena fortuna! Concordei, de imediato (!?), já que contrapus que a felicidade não está... num grande sonho, num grande projeto, numa grande aventura!
Muito se tem escrito sobre o tema e se fossemos analisar, haverá tantas fórmulas de ser feliz, quantos os habitantes do planeta! Cada um é ou procura ser feliz, à sua maneira. Para alguns, seria ganhar o euromilhões e por isso existem tantas sociedades a partilhar a conquista da sorte. A alimentar o sonho!
Nesse particular, espantam-se muitas pessoas comigo, pois não faço o mais elementar, dar o 1º passo, isto é, preencher o boletim. Perguntava-me há dias, um companheiro de jornada, por terras do Adriático, se eu não tinha interesse em ganhar o euromilhões. Qualquer pessoa, em qualquer quadrante da terra, gostaria de receber uma quantia fabulosa e inesperada e, neste contexto, eu era uma avis rara. –O que queres tu afinal? Pergunta-me curioso. –Ser feliz! Foi a resposta desconcertante que atirei de arremesso.
No meu campo semântico de felicidade, não incluo, por estranho que pareça, a palavra dinheiro. Não sou eremita, nem tão desprendida dos bens materiais que abomine e prescinda, em absoluto, do vil metal. Não! Nada disso! Nem sequer sou daquelas pessoas fundamentalistas que dizem que ”O dinheiro é a fonte de todos os males!”, mas acrescentaria logo: “Mas quão bela é a sua folhagem!”.
Se assim fosse, todos os ricos seriam muito felizes e todos os pobres muito infelizes! Nada é assim tão linear.
P’ra mim, a felicidade está, verdadeiramente nas pequenas coisas e na capacidade de as tornar grandes!
Quando me passeio pelas ruas da nossa Gafanha, por entre as ervas secas dos campos em pousio, neste verão longo, vêm até mim os acordes melodiosos do cantar do grilo E os meus ouvidos castigados pelos decibéis exagerados da atividade profissional, recebem esta música, como uma suave carícia. Que encanto! Nunca alteram o tom, nunca desafinam, não incomodam. É o concerto a que vou todos os dias.....e mesmo que não ultrapasse os limites do meu jardim, há sempre um músico de serviço, digamos que privativo que canta só p’ra mim! Quando se aproxima a hora do crepúsculo, aquela que os poetas abençoam, lá está ele, sempre a cantar! E é tal a discrição com que atua, que ninguém o vê! Trabalha nos bastidores, o meu grilinho de serviço! Mas quando for preciso dar a cara e fazer a vénia de agradecimento (!?), lá está ele, sempre pronto no seu traje de cerimónia –o fraque. Até parece um maestro, na sua elegância preta!
Eles sabem bem deste meu apreço pela raça, pois às vezes, há um grilinho bebé que me vem fazer uma visita, em casa! Já que é muito cortês, fica-se pela garagem, entrando pelas frestas da porta. Não se insinua na intimidade dos quartos, é respeitador!
Se passo pelos campos, em passeio e me chega o cantar do grilo, sinto-me transportada a outra dimensão, a da música! Evoco, então, a época em que o coautor, ao ensinar um rebento a tocar cavaquinho, usava a canção do grilinho: “Era meia-noite cantava o grilinho (bis) Era meia-noite, o grilinho cantava. Era meia-noite cantava o grilinho, gri gri gri gri, no seu buraquinho!”A certa altura, toda a família queria aprender cavaquinho e cantar a canção de embalar!
E....tendo um concerto gratuito, todas as noites, de música mais que clássica, não é motivo para me sentir feliz?
Andrew Matthews ensinou-me no seu best-seller “Being Happy” de 1993, que a felicidade é uma decisão! “I must be happy, right here, right now”!
Como sou fã dos Anglo-Saxónicos, sigo, à risca, o seu conselho!


02.09.2012


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