A comunicação social tem repetido, nas últimas horas, que o reinado de Khadafi está a chegar ao fim. Todos os homens livres e democratas esperam que sim. Há ainda, porém, muitos outros ditadores a aguardar vez para a inevitável queda, forçada, está bem de ver. Resta saber se a queda de um ditador, na Líbia, por exemplo, não vai dar lugar a outro ditador.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
domingo, 21 de agosto de 2011
Jornada Mundial da Juventude
Em Madrid, mais de um milhão e meio de jovens de todo o mundo católico ouviram os apelos do Papa Bento XVI para vivam em espírito de missão no meio da indiferença que campeia nas sociedades atuais. Leia no link indicado a homilia do Papa na eucaristia de encerramento da jornadas. As JMJ voltarão daqui a três anos.
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Ao sabor da maré - 1

1 - Desde 2000, passo regularmente pela Figueira da Foz. Gosto da cidade, do mar que a beija, do areal imenso, da maresia que a circunda e nos entra pelas narinas e por todos os poros do corpo, da serra da Boa Viagem, do rio Mondego que aqui chega com ares serranos, das vielas estreitas e do casario antigo. Também das pessoas que são afáveis, dos registos de outros tempos que topamos em cada esquina, das histórias ligadas ao mar e dos poetas que tudo isto cantam.
PERGUNTA CRUCIAL, RESPOSTA SUBLIME
O SER HUMANO TENDE A FAZER PERGUNTAS
QUE SACIEM A SUA FOME DE SABER
Georgino Rocha

O ser humano tende a fazer perguntas que saciem a sua curiosidade e fome de saber. É sinal dos limites da natureza finita e da aspiração infinita do seu espírito. Faz perguntas desde a mais tenra idade e sobre os mais diversos assuntos, chegando normalmente a interrogar-se sobre o sentido da vida, a identidade pessoal, a convivência em sociedade, o futuro após a morte, Deus, Jesus Cristo, Igreja, família. Tem tendência a interrogar Deus, a pedir-lhe explicações dos seus actos, a julgá-lo no “tribunal da razão” pelas suas ausências e cumplicidades.
A pergunta do ser humano é um eco das perguntas que Deus lhe faz ao longo da história: Adão, onde estás? Caim, que fizeste do teu irmão? Povo meu, que te fiz eu? Responde-me – suplica por meio do profeta. E vós, quem dizeis que eu sou? – indaga Jesus aos seus discípulos.
Este modo de ser manifesta a relação mais profunda e o diálogo mais salutar que, naturalmente, se estabelece entre ambos: criatura e criador, ser carenciado e salvador, ser peregrino na história e senhor do tempo e da eternidade.
TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 251
DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 34


DOIS MOLICEIROS E ... Caríssima/o: Em tempos de férias, de verão e de praia sabe bem um repouso refrescante (respeitando o esforço dos barqueiros...). E fica um desafio: que há de comum e de insólito nestes dois moliceiros? Manuel - Posted using BlogPress from my iPad


DOIS MOLICEIROS E ... Caríssima/o: Em tempos de férias, de verão e de praia sabe bem um repouso refrescante (respeitando o esforço dos barqueiros...). E fica um desafio: que há de comum e de insólito nestes dois moliceiros? Manuel - Posted using BlogPress from my iPad
sábado, 20 de agosto de 2011
Outras Férias: Pardilhó de tantas lembranças

Em férias, onde quer que estejamos, lembramos sempre outras férias, onde fomos felizes. Ainda bem, porque recordar é viver.
Em Pardilhó, fomos felizes todas as férias de verão. Lá viviam as tias Zulmira e Aida, ambas solteiras e "mães" da Lita, que nutria por elas um amor carregado de ternura. Até devoção. Outra tia, a Lurdes, também "mãe", vivia em Aveiro e a Pardilhó voltava com frequência.
Num ambiente de dedicação plena, partilhávamos fraternidade em tudo o que fazíamos e planeávamos. Saídas à praia da Torreira, em cuja mata passávamos horas em piqueniques previamente organizados com todo o rigor, onde nada faltava para miúdos e crescidos.
A visita à praia, para molhar os pés, não podia fugir ao esquema. Mais para andar pelo areal e arredores do que para mergulhar nas águas normalmente frias. Não havia muito o gosto pelo mergulho nem sequer apetência pelo bronzeado. Acho que nos bastava o moreno natural da nossa pele. Havia na praia a merenda também preparada antecipadamente.
Os nossos filhos, naturalmente pequenos, deliravam com o carinho dispensado pelas tias. O amor que lhes tinham era notório.
Pergunta intempestiva: quando vivemos?
Como chegámos até aqui? As razões são incontáveis. Mas não me canso de repetir que a multiplicação acéfala de instituições de ensino superior foi fatal. O dinheiro corria a rodos e as pessoas interiorizaram que a fonte não secava, e instalou-se um consumismo pateta, estimulado por cartões de crédito, que os bancos davam a engolir. E voava-se a crédito para férias em Cancún. E multiplicaram-se auto-estradas, talvez porque aí era mais fácil corromper e ser corrompido. E não se investiu suficientemente no capital que não se corrompe e que ninguém rouba: o saber, a cultura, o chamado capital humano.
As pessoas foram-se encostando ao Estado, pai providente e aparentemente rico. Com políticos menores, as dívidas foram crescendo, crescendo, até os credores começarem a gritar que exigiam que fossem pagas. Agora, é a esfola. Impostos, mais impostos, novos impostos. E o desemprego a aumentar. E a pobreza e também a fome. E a maioria da gente a pensar que mais algum tempo de sacrifícios e voltaremos ao sabor da abundância. Quem disse? Afinal, quem manda e decide? Como é possível que o mundo entre em terramoto por causa de uma nota de uma agência de rating? Mas, sobretudo, ainda se não viu que o "trabalho" é um bem escasso, que será necessário, de um modo ou outro, distribuir? Acima de tudo: como é que ainda se não percebeu que, num mundo limitado, não é possível um progresso ilimitado? E toda a gente a correr e a desfazer-se em stress e angústia para trabalhar aqui e ali e não soçobrar na avaliação.
Porque, agora, a avaliação é palavra de ordem, como a concorrência. É preciso concorrer, competir. E ninguém pergunta: produzir o quê e para quê e para quem? Precisaremos de tanta quinquilharia produzida? Mas agora é a ambição - foi sempre, mas não como agora. Ora, lá está a Escritura, na Primeira Carta a Timóteo: "Nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele. A raiz de todos os males é a ganância do dinheiro. Arrastados por ele, muitos se enredaram em muitas aflições." Não precisaremos de viver mais moderadamente e, para lá do ter, buscar o ser e ser?
Já há muito, o matemático e filósofo, Prémio Nobel da Literatura, B. Russell escreveu que bastaria trabalhar quatro horas por dia, e o físico H.-P. Dürr, Prémio Nobel alternativo, disse que precisaríamos apenas de um terço do nosso tempo de trabalho para produzirmos o que é realmente importante. O outro tempo seria para a cultura... Edgar Morin Agora, é Edgar Morin, o pensador da complexidade, que, do alto da sabedoria dos seus 90 anos, publica "La Voie", e, a propósito, numa entrevista à "Sciences Humaines", vem dizer verdades imensas.
"O planeta Terra está metido num processo infernal que leva a Humanidade a uma catástrofe previsível. Só uma metamorfose histórica poderá permitir resolver as crises - maiores e múltiplas - ecológicas, económicas, societais, políticas, que ameaçam a própria existência das nossas civilizações em vias de unificação." As reformas exigidas implicam uma "reforma de vida". De facto, o desenvolvimento é "uma máquina infernal de produção/consumo/destruição".
Há um paralelo deste processo no plano individual: trata-se de um desenvolvimento encarado essencialmente como "quantitativo e material", que leva a uma corrida infernal para o "sempre mais" e a um mal-estar no próprio seio do bem-estar. A modernidade ocidental produziu a barbárie do cálculo, da técnica, e não inibiu suficientemente a "barbárie interior", feita de incompreensão do outro, de indiferença.
"As sociedades contemporâneas realizaram em muito o que era um sonho para os nossos antepassados: bem-estar material, conforto. Ao mesmo tempo, descobriu-se que o bem-estar material não traz a felicidade. O preço a pagar pela abundância material revela-se de um custo humano exorbitante: stress, corrida à velocidade, adicção, sentimento de vazio interior." E volto à pergunta do título: afinal, quando vivemos? Sim, porque, como isto está, não vivemos, somos vividos.
Anselmo Borges
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