1 - Desde 2000, passo regularmente pela Figueira da Foz. Gosto da cidade, do mar que a beija, do areal imenso, da maresia que a circunda e nos entra pelas narinas e por todos os poros do corpo, da serra da Boa Viagem, do rio Mondego que aqui chega com ares serranos, das vielas estreitas e do casario antigo. Também das pessoas que são afáveis, dos registos de outros tempos que topamos em cada esquina, das histórias ligadas ao mar e dos poetas que tudo isto cantam.
2 - Quando estou na Figueira, frequento naturalmente o CAE (Centro de Artes e Espetáculos), porque ali encontro um ambiente acolhedor, sereno, silencioso e cómodo. leio o jornal, visito exposições, tomo café, registo na minha agenda o que vai ser apresentado nos seus anfiteatros ou nos seus exteriores. É bom estar e passar pelo CAE.
Contudo, algo me intriga. Os figueirenses ainda não assumiram este espaço cultural como motivo de interesse. Noto que o CAE merecia da parte de todos os que aqui vêm ou moram visitas regulares.
Há um bom restaurante-bar, sanitários asseados, galerias de exposições, livraria com temas de arte e regionais, literatura figueirense, sala de música, sala infantil, esplanadas interiores exteriores, pessoal atencioso e a frescura própria de um edifício moderno e bem posicionado, frente ao Parque das Abadias e ao lado do Museu Municipal e da Biblioteca.
3 - Durante o verão há espetáculos ao vivo, gratuitos ou a preços simbólicos. Cinema de autor e muito mais, que um boletim, com publicação periódica, nos ajuda a programar o que vale a pena ver. Por que razão, então, não é o CAE visitado pelo povo da Figueira da Foz?
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