O Sporting está mal. Aquele que foi um dos mais ecléticos clubes desportivos do nosso país, campeão em tantas modalidades, está muito mal. Foi na onda dos que se endividaram de olhos fechados e aí o temos aflito. Os maus resultados em campo não perdoam e o presidente abandona o barco, que pode ficar à deriva, se depressa não se conseguir um timoneiro de cabeça fria e mão firme para segurar o leme. Estou convencido de que ele surgirá a tempo e horas.
Muitos outros clubes também estão endividados. A dívida do Benfica é superior às do Porto e do Sporting juntas. De um dia para o outro as bombas podem rebentar.
Afinal, as dificuldades económico-financeiras do país chegam a todos os lados e a todos os campos. E apesar de o Futebol ser um mundo à parte, não é seguro que possa viver à margem das leis que nos regem. Quem deve tem de pagar, mais tarde ou mais cedo, sendo certo que quanto mais tarde pior.
Gostaria que o Sporting começasse por dar o exemplo de realismo na área das contas, começando pelos ordenados dos seus profissionais. Não é possível gastar-se dinheiro que não existe. Tirá-lo de sacos vazios. De cofres sem cheta.
Os nossos clubes não podem nem devem entrar em loucuras só para satisfazer o ego dos adeptos que querem festa a qualquer preço. O Boavista lá anda pelas ruas da amargura. Outros se lhe seguirão, se os dirigentes não tiverem juízo. Cá por mim, o Sporting tem de continuar, mas apenas e só com as contas em dia. Será possível? Julgo que sim.