quarta-feira, 11 de agosto de 2010

“Gafanha da Nazaré — 100 anos de vida”



Integrado na celebração do centenário da criação da freguesia da Gafanha da Nazaré, teve lugar no sábado, 7 de Agosto, pelas 21.30 horas, no Centro Cultural da nossa terra, o lançamento do meu livro “Gafanha da Nazaré — 100 anos de vida”. Participaram muitos amigos, mais do que era esperado, já que, à mesma hora, decorria um jogo de futebol (Benfica – Porto), um festival de folclore na Praia da Barra, com organização do Grupo Etnográfico da nossa terra, e o festival de marisco, na Costa Nova, entre outros eventos.
Não é esperado nem bonito que eu fale do livro, que me ocupou alguns meses, em resposta ao desafio que me lançou o meu Prior, Padre Francisco Melo. Faço-o, no entanto, fundamentalmente, para dizer que se trata de um trabalho feito por dever de consciência e por imperativo do amor que tenho à minha terra e suas gentes, com as quais me identifico, por força genética que herdei dos meus antepassados, que aqui se fixaram desde há séculos.
No fundo, é preciso que diga que é um trabalho com lacunas, já que não foi humanamente possível abordar outros temas, tão dignos como os referidos no livro, por falta de tempo e de espaço.
Quero expressar os meus agradecimentos a todos os que, directa ou indirectamente, me ajudaram.
No final, a encerrar o livro, achei por bem sublinhar esse facto com este texto:

Etc.

Aqui chegado, fica-me a certeza de que o etc. é a melhor maneira de concluir este modesto trabalho. Ele representa o muito que ficou por dizer para memória futura.
O crescimento da Gafanha da Nazaré durante um século indicia um futuro ainda maior, alicerçado na responsabilidade colectiva das suas gentes, que não perderão a oportunidade de continuar a aproveitar as condições extraordinárias que a mãe-natureza lhes tem oferecido.
A sensação que colhi diz-me que muitos acontecimentos, vivências, projectos realizados e por realizar, emoções, sonhos e anseios ficaram na berma dos caminhos, sem espaço para ocupar um lugar no autocarro da história. Ficarão para a próxima viagem, se Deus quiser.

2010, ano do centenário

Fernando Martins

O drama dos fogos florestais




Todos os anos, invariavelmente, os fogos florestais espalham dor e morte por todo o mundo. Em Portugal, também. E muitas vezes, nos mesmos dias e horas, por ironia do destino, cheias semeiam dramas e multiplicam desalojados.
Olhando à nossa volta, paisagens lindas das nossas terras, com tonalidades verdes de cambiantes vários, convidativos quanto baste, mostram-se, de um dia para o outro, pinturas negras de troncos nus, hirtos e mortos.
Ainda há dias andei por S. Pedro do Sul a recordar momentos agradáveis que por lá vivi com esposa e filhos, todos brincando entre o arvoredo de matas virgens, ora em momentos de puro lazer, ora à cata da pedra da escrita em Serrazes ou por ali perto. Fotografias perdidas em alguma gaveta, a que não tenho acesso agora, testemunham essa caminhada entre mato cerrado e silvas agressivas, num verão quente de há décadas.  E há dias, um pouco incapaz de busca semelhante, passei por outras aldeias agora carbonizadas pelas chamas impiedosas que ninguém consegue evitar, deixando nos rostos de tanta gente as marcas do sofrimento que jamais serão esquecidas.
Os fogos florestais não são monopólio exclusivo de Portugal. Outros países se debatem com eles. Mas não será possível, perante tantas perdas, criar-se um ministério para o combate e prevenção dos fogos, com equipas de vigilância e com programas para ordenamento da rede de combate? O que se consome nesta luta, todos os verões, não daria para se fazer algo de mais positivo?

FM

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Gente da Nossa Terra: Mário Retinto

Mário Cardoso

Doença pulmonar abre-lhe as portas ao estudo

Mário Cardoso, mais conhecido por Mário Retinto, 79 anos, casado, quatro filhos e seis netos, foi, desde muito jovem, um membro activo da nossa comunidade.
Primogénito de uma família numerosa, com 16 filhos, 12 dos quais ainda vivos, entrou no mundo do trabalho muito novo, e aos 16 anos assumiu a presidência da JOC (Juventude Operária Católica), depois do casamento do presidente, António Pata, «uma excelente pessoa», que, de algum modo, o marcou para a vida.
Aos 18 anos foi conhecer, como ajudante de motorista, a faina da pesca do bacalhau, no velho Santa Joana, e aos 20 concorreu para a Escola de Aviação Naval Almirante Gago Coutinho, como serralheiro. E foi aqui, durante 11 anos, que conheceu profissionais muito competentes, distinguindo um, Joaquim Bernardo, pela sua cordialidade e integridade.
A passagem pela Acção Católica, desde a pré-JOC, contribuiu para a sua formação cívica, religiosa e humana. «A JOC, em tempos de proibição dos sindicatos livres, foi um movimento que, de certa maneira, desenvolveu entre os seus filiados a consciência sindical operária», disse. E acrescenta: «Com o 25 de Abril, os membros da Acção Católica dispersaram-se e muitas deles envolveram-se no sindicalismo, com as bases que colheram nos organismos em que militavam.»
Por toda a formação que recebeu, o nosso entrevistado não descarta, ainda agora, a hipótese da reorganização deste movimento, a nível nacional, cujos princípios se apoiam no método “Ver, Julgar e Agir”, que leva à intervenção nos ambientes de trabalho, nas famílias e na sociedade em geral.
Mário Retinto recorda os tempos em que uma lesão pulmonar o atirou para a cama, aos 21 anos, durante dois anos e meio, um dos quais foi vivido num sanatório do Caramulo. Curiosamente, em vez de se lamentar, sublinha que a sua permanência naquela estância de cura, famosa na época, acabou por ter um saldo positivo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Faça Férias cá dentro: Festival do Bacalhau

Bacalhau à confraria

Uma boa maneira de fazer férias cá dentro é aproveitar o que nos oferecem de graça, em geral. Está neste caso o Festival do Bacalhau, que se vai realizar no Jardim Oudinot, entre 18 e 22 de Agosto, com um programa recheado para todos os gostos.
Haverá o culto do “fiel amigo” às mesas das instituições, com lugar marcado no festival, que sabem cuidar da nossa gastronomia com saber e arte. O destaque vai, naturalmente, para o bacalhau, mas também teremos música para todos os gostos.
Mesmo em tempo de crise, como é inegável, talvez haja possibilidades para ao menos podermos petiscar, com a família à nossa volta, umas pataniscas, carinhas fritas, línguas ou samos, neste caso com feijoada. Não será necessário empanturrar, mas ao menos saibamos degustar o que é típico da nossa terra.
Tem dito o presidente da Câmara, Ribau Esteves, que é aqui que se pode saborear o melhor bacalhau do mundo. E faz muito bem em garantir esta verdade, porque é uma realidade indesmentível.
Então, boas férias no Festival do Bacalhau. E bom apetite.



domingo, 8 de agosto de 2010

Festa simples para celebrar 45 anos de casamento

Flor do meu jardim. Foto da Lita

Uma festa simples para celebrar 45 anos de casamento só tem lugar uma vez na vida. Como é óbvio. Aconteceu ontem, 7 de Agosto, em ambiente familiar, como mandam as boas regras, na minha óptica. Há quem procure fazer uma festa de arromba para tornar mais badalada a efeméride. Prefiro a primeira forma, no aconchego da família, com esposa, filhos, nora, genro  e netos.
Alguns ainda perguntaram porquê celebrar 45 anos, que não é uma data certa, como 25 ou 50 anos. Respondi que mais vale comemorar já, não vá dar-se o caso de algum percalço estragar a festa. Portanto, agora, ano após ano, fazemos questão de viver essa celebração.
Foi muito agradável recordar, com calma e com a família, o que foram 45 anos de harmonia e amor, onde a aceitação do outro, neste caso a minha Lita ou eu próprio, com tudo o que cada um é.
Ver os filhos crescer, senti-los envolvidos na vida, ouvir as suas aspirações, apoiar os seus projectos e alegrarmo-nos com as suas alegrias, dá-nos um prazer enorme. Por isso a festa, por isso o encontro, por isso os brindes…





TECENDO A VIDA UMAS COISITAS -196

PELO QUINTAL ALÉM –33


O TOMATE

A
António Sá e esposa Rosa
Caríssima/o:



a. É um regalo ver como o Amigo Sá cuida da horta, num recanto do nosso quintal, e encantador ter o privilégio de acompanhar o desenvolvimento das plantas. Sem menosprezo para pimentos, couves, nabiças, melões, meloas, malaguetas, coentros, pepinos, ..., todos concordam que os tomates são únicos! Como escolhe as variedades; prepara o terreno; os semeia; os estaca; os capa; os rega; os sulfata, os colhe!... E o resultado não desilude e espelha-se no seu riso aberto e franco.
Degustar qualidade é outra coisa!

e. Embora sem tantos requintes, por vezes quase ao deus-dará, a nossa juventude deliciava-se com tomates apanhados e comidos ali mesmo (que crime: não os lavávamos!...) servindo-nos de merenda diferente e apetecida.

i. O tomateiro é uma planta fanerogâmica, angiospérmica e dicotiledónea. Apesar da crença generalizada de que seja um legume, é, na realidade, um fruto, uma vez que é o produto do desenvolvimento do ovário e do óvulo da flor, formando o pericarpo e as sementes, respectivamente, após a fecundação.
De sua família, fazem também parte as beringelas, os pimentas e os pimentões, além de algumas espécies não-comestíveis.
Os tomates podem ser divididos em diversos grupos, de acordo com o seu formato e a finalidade de seu uso.

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