segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Crónica de férias: estacionamento difícil nas zonas costeiras

Solidariedade
Encontrar um lugar de estacionamento, numa zona balnear, onde o farol é ponto cardeal, dir-se-ia que é como procurar agulha em palheiro. Na verdade, com a multidão de gente que aflui a esta praia, torna-se quase uma aventura encontrar uma nesga de terreno, onde deixar arrumado o veículo que nos trouxe até ao destino. Não há parques de estacionamento disponíveis para as necessidades do tráfego que entope, nos meses de verão, as artérias de toda a zona costeira. Não estará a autarquia muito preocupada em sanar o problema, pois não consta da carta de intenções, agora tão profusamente propalada, numa época de fervor eleitoral. Sendo que a grande massa de veraneantes e ou banhistas que desaguam neste mar, são forasteiros que vêm à procura deste sol, em terras planas e arejadas, não parece estar na lógica eleitoralista da edilidade camarária, o alargamento da rede viária, nem tampouco, a criação de espaços alternativos de estacionamento. Primeiro estão os munícipes que urge satisfazer... nomeadamente em períodos concretos como estes de febre eleitoral. Esperemos por melhores tempos, associados a mais amplos propósitos e que, por arrastamento, também trazem benfeitorias para a própria região. Foi num contexto de grande dificuldade em arrumar, condignamente, o seu carro, que a autora destas linhas se defrontou com a situação que passa a descrever. Num pseudoparque de estacionamento em terra batida, mas muito empoeirada, circulava devagar, na mira de vislumbrar algum buraquito no meio de tanta chapa automóvel. A certa altura, observa o estacionar de um veículo que numa manobra de economia, daria para dois carros. Fica parada em frente do condutor, lançando subliminarmente o pedido de lhe facultar um pouco do seu avantajado espaço de estacionamento. Se a telepatia funciona ou não, não sabe, mas a resposta não se fez esperar e mais que depressa se vê o senhor fazer manobras para arrumar melhor o seu veículo. Aquele tão almejado lugar de estacionamento surgia como por milagre daquela troca de olhares, um de súplica (!?), outro de compreensão e generosidade. Mesmo atrás de uns óculos escuros que o sol escaldante impunha, houve entendimento e do bom, do positivo! Depois de sair do seu carro, o emigrante francês, ainda concedeu a sua ajuda a estacionar o outro veículo, que ali coubera. Depois de um profuso e sentido agradecimento, cada qual dirigiu-se para o recanto da praia que mais lhe convinha, mas aquele gesto de solidariedade ficara bem gravado na memória daquela veraneante. Regressada da praia, ainda com o sol alto e a dardejar, neste dia escaldante de Agosto, sem a nortada característica da época, teve um relance! Ia deixar-lhe preso, na escova do limpa pára-brisas, uma nota de agradecimento – Merci! A falta duma caneta ali, à mão, não constitui óbice à realização do seu propósito. Uns banhistas, a sair do parque, deram a ajuda para a concretização do seu gesto. Apesar de ser um dever cívico, de cidadania, pensarmos nas necessidades dos outros quando estacionamos o nosso veículo, deparamos, a cada passo, com o egoísmo atroz daqueles que olham só para o seu umbigo e para o seu carro e quantas vezes ocupam um espaço que daria para uma limousine! Todos têm direito a um lugar... ainda que seja um modesto Honda com música Jazz! Na verdade, é imenso o prazer e gratidão que sente perante atitudes deste jaez! E... este emigrante em França, ao longo das vicissitudes por que passou na sua odisseia, por certo aprendeu, bem fundo, o sentido da partilha que tão ostensivamente ali, demonstrou. Merci beaucoup, mon ami!
M.ª Donzília Almeida 13.08.09

O planeta Marte será o mais brilhante no céu nocturno a partir de Agosto?

Marte
O planeta Marte poderá ser observado a olho nu, tão grande quanto uma lua cheia, especialmente no dia 27, quando vai estar mais próximo da Terra. Não deixe de observar o céu na noite de 27 de Agosto, às 00h30, porque verá duas "luas"!!! Não perca. A próxima vez que Marte vai aparecer assim será em 2287. Partilhe isso com seus amigos pois ninguém, hoje vivo, terá oportunidade de observar novamente o facto.
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Nota: Não consegui qualquer confirmação. Se for verdade, teremos uma boa oportunidade de conferir o facto. Se não for, não morre ninguém.
FM

domingo, 16 de agosto de 2009

Uma Gaivota

Silêncio


uma gaivota
ou apenas pequenas coisas 
um sorriso 
um silêncio
a lua 
uma pomba 
ou apenas pequenas coisas 
um olhar
um silêncio 
a lua 
estamos sós 
abrigados dos ventos 
à espera da chuva do tempo 
de poesia e do sorriso das gaivotas


Orlando Jorge Figueiredo

Como Marcelo Rebelo de Sousa vê a morte

Marcelo Rebelo de Sousa
Na morte, Missa de Acção de Graças

Marcelo R. de Sousa

Qual é a sua relação com a morte?  Sente que vive este tempo em desconto? 

Sou cristão e nisso não tenho angústia nenhuma. A morte é uma passagem para outra vida. Nesse sentido até me choca um bocadinho que nas missas de corpo presente, nesses momentos que são imediatamente dolorosos, não haver a ideia da Acção de Graças. Mesmo os cristãos vêem só o lado da separação física, em vez de darem graças por se ter aberto uma nova vida, que no fundo é o que nós andamos a fazer aqui. 
Andamos por aqui em peregrinação, o tal rally paper para essa outra vida. E quando chega a morte as pessoas pensam como se a sua fé não fizesse sentido nenhum. Ora se a fé faz sentido, então a morte tem de ser lida à luz dessa fé. 

Quantos anos lhe apetecia viver mais? 

Sou providencialista: aqueles que Deus quiser. Agora, sem ser providencialista, acho que estou aqui para cumprir determinadas missões no domínio do ensino, da comunicação com os outros, da pedagogia e da transmissão aos outros. O Amigo lá de cima decidirá se é daqui a dois, cinco, dez ou 15 anos. Mas eu tenho uma teoria que descobri agora: as pessoas morrem como vivem. Se vivem pachorrentamente, serenamente, morrem assim. Se vivem de forma violenta, abrupta, morrem assim. Há uma frase em latim que diz tales vita finis ita - tal vida, tal morte. O que quer dizer que já há muitos séculos se pensava isso. Eu, como tenho uma vida particularmente agitada, provavelmente vou ter uma morte agitada.


Ler toda a entrevista aqui

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 144

BACALHAU EM DATAS - 34
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Mulheres das secas

MULHERES ... SECAS
Caríssimo/a:
A propósito do “Festival do bacalhau”, onde 150 mil visitantes provaram, o ano passado, todas as iguarias à base de bacalhau”, lembrei-me de vos segredar que há dias recebi uma “caldeirada de espinhas de bacalhau”; foi uma prima que se lembrou de mim e mas enviou. “Que queres, a gente tem de ajudar; a vida não está fácil, eu ando na seca e sempre trago algum!” Já ninguém se lembra de que a Gafanha é terra de bacalhau e da sua preparação! E é bem verdade que, além desta prima, uma sobrinha também se dedica a essa faina!.. Bem vindas as espinhas mas logo uma diferença: foram aparadas à máquina. Lascas de bacalhau, viste-las!, só uns fiapitos que a lâmina deixou passar. E então a imagem de marca: secas a atulhar de bacalhau e de raparigas, montes de raparigas, na labuta, por entre galhofas, ditos e cantares. No final do dia, estradas e caminhos fervilhavam de juventude, em correrias ou andar romanceado, que era hora da procura, dos encontros e das conclusões. De duas irmãs que conheço, percorreram estes caminhos e ambas casaram “fora”: muitos rapazes imigravam à cata de trabalho, aqui criaram raízes e já não regressaram às suas terras de origem! Casadas e cansadas, chegam a casa onde as espera o filho faminto e carente: seu primeiro cuidado é dar leite à criança que se aperta ao colo da mãe. Nos tempos que correm seria suposto uma qualquer ASAE fazer análises ao leite desta Mãe e não me surpreenderia que os químicos espreitassem bem para o fundo dos tubos de ensaio não acreditando nos valores que o computador ia revelando: suor, gotícolas de sal, uma ou outra farripa de bacalhau, vestígios de escamas e leite de muito boa qualidade! Mas, espanto geral, ao surgir um novo elemento, o mais inesperado e nunca visto: a análise acusava de forma bem clara a presença intensa de cheiro de bacalhau! Quem diria?! E foi assim, amigas/os, que destas Mulheres nasceu a nossa geração. De onde, pois, a admiração de que ainda hoje a nossa preferência vá para “todas as iguarias à base de bacalhau”!... Do muito que (esta geração) viveu, trabalhou, pescou e até mordeu o bacalhau não vos massarei eu já que, ontem como hoje, só o conheço no prato! Mas fica aí o desafio para que se abram espaços (blogues... ou quejandos) onde se aprofundem estes temas; e um dos que valeria a pena seria, sem dúvida, “a mulher da Gafanha e as secas de bacalhau”. Manuel

sábado, 15 de agosto de 2009

Concelho de Ílhavo: aproveite bem o programa Mar Agosto 2009

Farol da Barra de Aveiro
MAR AGOSTO 2009
Festas do Município de Ílhavo para todos os gostos

A edição 2009 do Mar Agosto continua a marcar a vida do Município, com momentos diversificados de festa: música variada, cultura, tradição, desporto, actividades recreativas, entre outras, numa acção que é também de homenagem ao Sol, à Ria e ao Mar, à nossa História e, em especial, à Vida. Ver programa aqui

Sílvia Ribau celebrou Bodas de Ouro de Consagração

A Irmã Sílvia Ribau celebrou hoje, na sua terra natal, Gafanha da Nazaré, as Bodas de Ouro da sua Consagração Religiosa, no Instituto das Franciscanas Missionárias de Maria. Houve missa solenizada, presidida pelo Prior, Padre Francisco Melo, e um almoço, no Stella Maris, a que se associaram algumas dezenas de pessoas. Para além do Prior da Gafanha da Nazaré, marcaram presença os padres Miguel Lencastre e Carlos Alberto, frei Silvino Filipe e os diáconos permanentes Joaquim Simões, Emanuel Caçoilo e Fernando Martins. Ainda vimos Irmãs do seu Instituto, do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt e do Instituto das Irmãzinhas da Assunção. 
É sempre comovente, para mim, participar em cerimónias destas, em que se agradece a Deus uma vida percorrida, quantas vezes com sacrifício, ao serviço da Igreja e do mundo. Afinal, as nossas comunidades, um pouco por todo o lado, são alimentadas pelo testemunho de gente que se dá em plenitude aos outros, sem nada esperar em troca. Ainda bem que assim é, porque uma sociedade mais justa e mais fraterna não se constrói apenas com pessoas que falam muito e bem, mas, fundamentalmente, com gente que trabalha com alegria com e para os feridos pela vida. 
A Irmã Sílvia, desde muito jovem, envolveu-se em tarefas paroquiais na Gafanha da Nazaré, nomeadamente, como catequista, visitadora de doente e de pobres. Foi membro da JOCF (Juventude Operária Católica Feminina) e participou, em Fátima, num congresso dessa organização da Acção Católica. Depois, o Prior Saraiva terá descoberto a vocação da Sílvia. Diz ela: “A minha mãe falou-me que o senhor Padre Saraiva lhe disse que eu tinha vocação religiosa. Passado algum tempo falou-me a mim própria …” Certo é que, aos 19 anos, entrou no noviciado das Franciscanas Missionárias de Maria e aos 20, em 1959, tomou o hábito. E desde aí, até hoje, com 50 anos passados, nunca se arrependeu de “fazer esta caminhada com Jesus Cristo e de realizar o Seu projecto”, com “fidelidade, inteira disponibilidade e alegria”. Os meus parabéns à Sílvia, minha colega da “doutrina” (como era designada a catequese da nossa infância), e da primeira comunhão, com o saudoso Prior Guerra.

 FM