terça-feira, 6 de janeiro de 2009

DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO

Um Estímulo para Viver 
o Amor Fraterno


Certamente para nos estimular a vivência do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que acontece a 18 de Janeiro de 2009, o Papa Bento XVI acaba de publicar uma Mensagem bastante oportuna, que importa ler e reler, numa perspectiva de mudança, em ordem ao acolhimento e ao apoio fraternos dos migrantes e refugiados. Aqui fica para reflexão.
"Queridos irmãos e irmãs, o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado a 18 de Janeiro de 2009, seja para todos um estímulo a viver em plenitude o amor fraterno sem quaisquer distinções e sem discriminações, na convicção de que o nosso próximo é quem quer que tenha necessidade de nós e a quem nós possamos ajudar (cf. Deus caritas est, 15).
O ensinamento e o exemplo de São Paulo, humilde-grande Apóstolo e migrante, evangelizador de povos e culturas, nos leve a compreender que o exercício da caridade constitui o ápice e a síntese de toda a vida cristã. 
O mandamento do amor - sabemo-lo bem - alimenta-se quando os discípulos de Cristo participam unidos na mesa da Eucaristia que é, por excelência, o Sacramento da fraternidade e do amor. E como Jesus no Cenáculo, ao dom da Eucaristia uniu o novo mandamento do amor fraterno, assim os seus "amigos", seguindo os passos de Cristo que se fez "servo" da humanidade, e sustentados pela sua Graça, não podem deixar de se dedicar ao serviço recíproco, responsabilizando-se uns pelos outros segundo quanto o mesmo o próprio São Paulo recomenda: "Carregai os fardos uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo" (Gl 6, 2). Somente deste modo cresce o amor entre os fiéis e por todos (cf. 1 Ts 3, 12)."

Fórum::UniverSal lança livro

"3 anos – 30 ideias: 
debate aberto sobre a actualidade"

Com a chancela da Universidade de Aveiro, Fundação João Jacinto de Magalhães e Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC), foi publicado o livro “3 anos – 30 ideias: debate aberto sobre a actualidade”, nascido no âmbito das Conversas Abertas do Fórum::UniverSal. Nele se reflectem temas abordados na primeira quarta-feira de cada mês, com organização do CUFC e da Fundação João Jacinto de Magalhães, numa perspectiva de nos sensibilizar para as nossas responsabilidades, na linha dos direitos humanos. 
O livro acabou por ser lançado em 10 de Dezembro de 2008, aquando das comemorações da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948, em Paris, naquele mesmo dia. A riqueza e a variedade dos assuntos tratados só por si são um desafio a cada um de nós para uma leitura cuidada. E se soubermos que pelo CUFC passaram convidados de alto gabarito cultural, académico e humano, mais fortemente seremos impelidos a procurar o livro para o ler, não como quem lê um romance ou um livro de contos, mas como quem se debruça, com serenidade, sobre os temas apresentados em resumo ou em esquemas alargados, ao jeito de quem nos convida a reflectir sobre eles. 
Por esta casa de encontro de ideias e de projectos, passaram pessoas tão diversas como Guilherme d’Oliveira Martins, José Ferreira Mendes, Fernando Nobre, Júlio Pedrosa, Manuel Augusto Oliveira, Rui Marques, Laurinda Alves, Adriano Moreira, Margarida Santos, Fernando Vieira, José Carlos Vasconcelos, Ximenes Belo, João de Deus Ramos, Paulo Borges, Victor Sérgio Ferreira, João Gaspar, Élio Maia, Luís de Matos, Martinho Pereira, João Fernandes, Luís Antero Reto, Eduardo Marçal Grilo, Francisco Sarsfield Cabral, José Alfredo Martins, Nuno Rogeiro, Amaro Neves, Barbosa de Melo, Isabel Alçada, Polybio Serra e Silva e José Matoso. 
Saberes diversos, culturas diferentes e até divergentes, de tudo houve nestas Conversas Abertas, espelhando o livro sinais do que se passou no CUFC, nestes últimos três anos, em serões normalmente bastante participados. No prefácio, que o Bispo Emérito de Aveiro, D. António Marcelino, intitulou de “um diálogo libertador”, síntese perfeita do que realmente aconteceu, foi sublinhado que “O verdadeiro diálogo não tem vencedores. Tem colaboradores honestos na investigação e beneficiários comuns dos resultados obtidos. O diálogo é sempre orientado a uma procura respeitosa e aberta da verdade que interessa a todos, que é um bem de todos e para todos e cada um”.
Por sua vez, Alexandre Cruz, a alma grande deste projecto, manifesta o desejo, na Nota Introdutória, de “que este Sal, partilhado em fórum plural, complemente a autocrítica de justo sabor como sentido de ética mundial, por forma ao reencontro apurado das actualidades em direitos e responsabilidades humanas”. E mais adiante sublinha que o Fórum::UniverSal, se traduz numa “experiência essencialmente errante de tertúlia em diálogo cultural e de saberes disciplinares que vence o unilateralismo fechado das dicotomias”, tendo sido, por isso, “um contributo aberto à reflexão”. Ler esta obra será, pois, uma boa oportunidade para cada um olhar o mundo à sua volta, nos mais diversos sentidos que nos são indicados pela rosa-dos-ventos. 
 
Fernando Martins

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Centenário da freguesia da Gafanha da Nazaré

Farol em construção
A propósito da entrevista que o presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Serra, me concedeu, para publicação no TIMONEIRO e que aqui transcrevi, tenho recebido algumas sugestões interessantes, muito variadas e todas respeitosas. Gosto de comportamentos dignos de gafanhões, que nos prezamos de ser. Na impossibilidade de me referir a todas, de uma só vez, tenciono pegar nelas para, de tempos a tempos, voltar ao assunto. Penso que poderão ser, deste modo, mais rendíveis. Diz o Hélder Ramos, docente numa escola de Ovar, que seria importante que a Junta estabelecesse “protocolos com as escolas para pôr os alunos a estudar a identidade da Gafanha da Nazaré, garantindo futura publicação”, porque, acrescenta, “precisamos dos mais jovens para aprofundar a memória da nossa gente, sob pena de a estarmos a perder irremediavelmente”. O meu amigo Hélder tem razão. É preciso, de facto, envolver os nossos jovens nesta tarefa ingente e urgente de descobrir, estudar, preservar e divulgar a nossa identidade. Sei que algo tem sido feito, mas reconheço que tudo quanto se fizer será sempre pouco. Das muitas iniciativas já levadas a cabo pelas nossas escolas, neste âmbito, julgo que falta uma divulgação adequada. Sei que existem, porque frequentemente tenho sido solicitado para prestar um ou outro esclarecimento e até já fui falar, há anos, a algumas escolas, sobre o nosso passado. Mas é evidente que urge fazer mais. Talvez as nossas escolas, de vários graus, estejam um pouco fechadas à sociedade, ou, melhor dizendo, nem sempre terão sabido envolver os gafanhões nos seus projectos educativos. Assunto a rever, em meu entender. Se então pegarmos no Centenário da freguesia, que chega em 2010, para a partir dele desenvolvermos iniciativas na linha proposta pelo Hélder, estaremos decerto a contribuir para preservação e divulgação da nossa identidade. Eu, como é óbvio, farei o que estiver ao meu alcance. Fernando Martins

Primeiro dia depois das festas

SEMPRE INTERESSADO PELA VIDA
Depois das festas todas, do Natal ao Ano Novo, hoje recomeça o trabalho. Parece estranho, um aposentado, como eu, dizer que recomeça o trabalho, com a normalidade da vida. Mas é verdade. Não a vida de horários para cumprir, mas a vida sem tanto sofá, com doces variados à mistura. Gosto de sentir que o meu espírito tem anseios para alcançar e projectos para realizar. Gosto de saber, por experiência do dia-a-dia, que, afinal, não sou um conformado com a vida, o que me impele a procurar a acção, do corpo e da mente. Para me sentir pessoa com planos de futuro. A vida, como é normal, não se resume ao tempo que dedico ao meu blogue, espaço onde retrato o que penso, a partir da leitura que faço dos acontecimentos da sociedade. Outras solicitações me desafiam. De alguém que me leu recebi um pedido de ajuda para um trabalho académico. De outro veio um voto de sucesso para o Pela Positiva. Um comentário sobre um escrito meu é um incentivo para continuar. Um leitor que gostou de saber que o TIMONEIRO reapareceu e que vai contar com a minha colaboração também é estímulo para não me quedar por aqui à espera, simplesmente, que o tempo passe. Que passa, sei eu que é inevitável, mas que me encontre sempre interessado pela vida, é o meu grande desejo. FM

domingo, 4 de janeiro de 2009

ROSTOS - Júlio Cirino

Uma vida dedicada ao Atletismo com muita paixão 




Quando contactei o Júlio Cirino, estava ele a chegar de uma viagem à Guiné-Bissau, onde se deslocou na qualidade de formador de treinadores de Atletismo. Antes, andou por Espanha, Hungria e Croácia, entre outros países. Em breve irá a Cabo Verde e Angola. 
Membro da IAAF – Federação Internacional de Atletismo Amador, dá o seu contributo do muito que sabe, ensinando alunos universitários e treinadores de Atletismo, sobretudo na área dos Lançamentos, de que se tornou especialista, no país e no estrangeiro. 
Júlio Cirino esteve ligado à FPA – Federação Portuguesa de Atletismo, entre 1997 e 2007, como treinador nacional de Lançamentos. Presentemente, é colaborador da mesma federação, para os sectores do Peso e Disco, abrangendo jovens com idades compreendidas entre os 13 e os 17 anos. 
Em conversa com o Júlio, percebe-se facilmente a sua paixão por este desporto, paixão que começou ainda jovem, como atleta de meio-fundo, sobretudo nos 1500 metros obstáculos. Chegou a ser detentor do recorde nacional dos 1000 metros, no âmbito escolar, com a marca de 2’ 41’’, mais tarde batido pelo Fernando Mamede, com 2’ 39’’. 

SINAL +

1.Em cada início de um novo ano renascem as esperanças de um mundo melhor. No coração do homem, esta ânsia renova-se, desde que o ser humano tomou conta do mundo. Ainda é assim nos tempos que correm. Será assim nos tempos vindouros. Para além das contingências das épocas, o futuro está, seguramente e em grande parte, nas mãos dos homens. Só eles, sem ambições desmedidas, poderão ser agentes activos do seu futuro, que tem de passar pela construção de uma sociedade mais solidária. Nestes primeiros passos de 2009, marcados por crises económicas e guerras que parecem sem fim à vista, ouso acreditar que o velho ditado, “Depois da tempestade vem a bonança”, acabará por triunfar, para bem da humanidade. Sempre, naturalmente, com o contributo de todos, em especial de gente que aposte no bem, no belo, mas ainda na paz, na justiça, na verdade e na fraternidade. Para todos estes vai o meu Sinal + deste primeiro domingo de 2009. 2. O meu Sinal + vai também para o Presidente da República e para a sua Mensagem de Ano Novo. Bem ordenada e lida sem gaguejar, com frontalidade e sentido de Estado. Disse verdades e apelou à verdade para enfrentar a crise. Teme, como todos tememos, o desemprego, a pobreza e a exclusão social. Condenou a pregação de ilusões e a insistência em políticas desastradas. Disse que se gasta mais no país do que aquilo que se produz. Mas não deixou, também, de nos alertar para a necessidade de cultivarmos a esperança, olhando para o essencial, a que urge dar prioridade. “Este é o tempo de resistir às dificuldades, aos obstáculos, às ameaças com que cada um pode ser confrontado”, afirmou Cavaco Silva. FM NOTA: Em cada domingo do ano, esta minha nova rubrica vai sublinhar os acontecimentos ou as pessoas que mais se distinguiram, pela positiva, na minha óptica.

Tecendo a vida umas coisitas – 112

DATAS DE BACALHAU- 2
NO PRINCÍPIO...
Caríssima/o: Como bem se compreenderá não está no meu entendimento a pretensão de grandes explicações ou profundos esclarecimentos; apenas e só me limitarei a apontamentos ligeiros que nos poderão ajudar a fazer uma leitura da pesca do bacalhau através da nossa vida e ...história. Tentativa de outro calibre ultrapassa a minha pesca à linha... Assim sendo, iniciemos a pescaria. Como se verá a nossa relação com o bacalhau é anterior ao início da nossa nacionalidade... Século IX- “Em todos os portos Bretões e Normandos, havia um considerável comércio de bacalhau fresco, frescal e salgado; como se sabe também que a sua exportação em barricas para os países mediterrânicos e portos do Levante remonta a essa época”. Histórias Desconhecidas dos Grandes Trabalhadores do Mar, Valdemar Aveiro, Papiro Editora, Porto, Novembro 2006, p. 20 [De futuro será referenciado: HDGTM, 20] Século XII- “D. Henrique o Navegador, estava sem dúvida ao corrente do conhecimento geral da navegação nessas paragens [Labrador e Terra Nova], pois em sua vida continuaram a desenvolver-se as relações entre as coroas portuguesa e dinamarquesa, atestadas pelo casamento de uma sua prima com o rei Erik da Dinamarca. No século XII já uma filha de D. Sancho I casara com Valdemar II, rei da Dinamarca.” História da Pesca do Bacalhau: por uma antropologia do “fiel amigo”, Mário Moutinho, Editorial Estampa, Lisboa, 1985, pp. 17/18 [HPB, 17/18] Século XIII- “Berengária, filha de D. Sancho I, casou na Páscoa de 1214, com Waldem da Dinamarca. Leonor, filha de D. Afonso II, sobrinha da anterior, casou [em 1229] com outro príncipe dinamarquês.” “A partir do século XIII, muito provavelmente devido a alterações climatéricas – desvios de correntes, etc. - o bacalhau começou lenta e progressivamente a desparecer, rarear, primeiro no Mar Cantábrico, depois na Biscaia e a seguir na Mancha, acabando a pesca por cair nestas zonas para níveis desencorajantes”. [HDGTM, 22] 1353 - “Na condição de portugueses, já como nação e reino independente, o primeiro acordo de pesca que se conhece entre nós remonta ao século XIV, mais concretamente ao ano de 1353, firmado entre D. Afonso III de Portugal e Eduardo III de Inglaterra, autorizando, por um período de 50 anos, as caravelas pesqueiras portuguesas [de Lisboa e do Porto] a pescar nas costas de Inglaterra e a demandar portos, assim como os da Bretanha, sem qualquer risco ou impedimento, conquanto pagassem os respectivos direitos ao senhor do país. A assinatura dum tratado deste género só se compreende se a actividade piscatória tivesse já adquirido alguma magnitude em anos anteriores.” [HDGTM, 22; HPB, 15 e Oc45, 67 (Oceanos, n.º 45, Janeiro/Março 2001, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses)] A vós o dizer se vale a pena prosseguir nesta rota... Manuel
NOTA: Foto da capa da revista OCEANOS

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