sábado, 18 de outubro de 2008

Campeã deixa a alta competição

Teresa Machado, a multicampeã que quer esquecer o atletismo
Teresa Machado, atleta portuguesa com mais títulos nacionais, recordista de Portugal dos lançamentos do peso e disco, e finalista olímpica, terminou esta temporada, aos 39 anos e com as cores do FC Porto, a sua longa carreira competitiva de 24 anos. Presente em quatro Jogos Olímpicos (Barcelona, Atlanta, Sidney e Atenas), foi finalista do lançamento do disco nos Mundiais de Atenas 97, com um sexto lugar. Com um recorde de 32 medalhas de ouro em campeonatos de Portugal de ar livre e 19 em pista coberta, é a mais internacional das atletas portuguesas, com 46 presenças em competições de pista. O adeus às competições aconteceu esta temporada, depois de algumas ameaças anteriores não consumadas. "Competi esta época pelo FC Porto e dei uma ajuda nos campeonatos nacionais de clubes", recorda a lançadora natural da Gafanha da Nazaré, que um dia foi descoberta pelo seu treinador de sempre, tinha então apenas 14 anos.
Leia todo o texto no DN

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

OBJECTIVOS ATÉ 2015 Erradicar a pobreza extrema e a fome; alcançar o ensino primário universal; promover a igualdade de género; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental; e fortalecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Foram estas oito propostas que os Chefes de Estado e de Governo traçaram como Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, a alcançar até 2015. A Campanha dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio apoia os esforços dos cidadãos para exigir junto dos seus líderes que cumpram os compromissos assumidos quanto à erradicação da pobreza extrema, até 2015.
A nossa indiferença deixará que tudo fique na mesma.

Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

AMI alerta para o aumento da pobreza em Portugal
A Fundação AMI - Assistência Médica Internacional considera que "o empobrecimento das famílias em Portugal é uma realidade", assinalando que "tendo em conta a análise da AMI, nestes primeiros seis meses de 2008, registou uma tendência para o aumento deste tipo de casos". Estas conclusões decorrem da análise do número de pessoas que recorreram de Janeiro a Junho de 2008, aos equipamentos de apoio social da AMI espalhados por todo o país e da sua comparação com igual período de 2007. No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, a Fundação portuguesa sublinha que "a pobreza persistente agravou-se e os elevados números de novos casos continuaram ao longo do primeiro semestre de 2008, com 1400 pessoas a recorrer pela primeira vez ao apoio social da AMI". O principal motivo verbalizado de recurso aos centros Sociais "Porta Amiga" é a "precariedade financeira". "O serviço que maior procura registou neste período de tempo foi o de distribuição de géneros alimentares, roupa e medicamentos. De salientar que a quantidade de alimentos é cada vez menor, enquanto aumenta o número de famílias apoiadas", refere comunicado enviado à Agência ECCLESIA. Segundo o documento, este é "um balanço que retrata uma situação preocupante no que respeita à capacidade da AMI e de outras ONG/IPSS darem respostas que impeçam o alastrar da pobreza em Portugal". Fonte: Ecclesia

Porto de Aveiro

Foi o melhor Setembro de sempre no Porto de Aveiro, que registou 292 257,4 toneladas de mercadorias movimentadas. Facto a assinalar, tanto mais que Setembro é, tradicionalmente, o mês mais fraco do ano. Pelo Porto de Aveiro passaram 85 navios com 296.690 de GT.

DIREITO E DEVER DE COLABORAR E RESPEITAR

Sartre dizia, na sua visão da vida e das relações humanas e sociais, que “o inferno são os outros”. Há gente entre nós, por si e pelos movimentos que representa ou apoia, que quer impor ao país, ante os problemas graves que surgem numa sociedade plural que não se compadecem com uma leitura, ética e culturalmente unívoca, que a Igreja e quem não pensa segundo a “clave progressista e laica” de alguns, são agora o inferno dos políticos, apresados e dogmáticos, que tudo querem resolver por força das maiorias em campo. Assim se esconjuram e difamam, por todos os meios, esses críticos incómodos que é preciso calar, se possível por caminhos legais, ou ir impedindo que usufruam do lugar a que ainda têm direito, na mesma praça pública, onde se pode ver quem são os verdadeiros democratas e qual o estilo de democracia praticado por gente que o diz ser. Reconhecemos e afirmamos o legítimo lugar de cidadania de diversas confissões religiosas sediadas no país, e o direito à sua acção, legalmente legitimada. A Igreja Católica, porém, por muitos políticos a mais atacada e desconsiderada por ser a mais incómoda presença actuante, merece, frente aos problemas que se levantam cada dia no país e sobre os quais sente ela o direito e o dever de intervir, uma reflexão especial e cuidada, pois também aí tocam as exigências de um Estado de direito. Pela acção histórica e realidade actual, apoiadas em actos concretos de grande serviço à comunidade, e pelo acordo internacional, assinado, por justificadas razões, entre a Igreja e o Estado, no qual se estabelece uma relação pública de colaboração leal e de cooperação respeitosa, a Igreja não pode ser tratada pelos políticos oficiais, no governo ou na oposição, como instituição impertinente ou indesejável, quando usa do seu direito de intervenção e age, legitimamente, no campo da sua missão e competência. Ignorar a história, desprezar a realidade, fazer tábua rasa de acordos legítimos existentes não se pode considerar atitude sensata, nem acção positiva, por parte de quem deve intervir, publicamente e por ofício, na consecução do bem comum da comunidade e no manter do respeito devido aos cidadãos e instituições, que operam na vida da sociedade. Os preconceitos servem sempre para confundir e atacar, quando a ideologia é redutora, o campo de visão cultural limitado e os interesses imperam. O verdadeiro pluralismo e o regime de separação legalmente acordado não passam por esses caminhos. São formas de construir, não de marginalizar, minimizar ou destruir. Nas relações abertas entre a Igreja e o Estado, e é como tal que estão reguladas em Portugal por acordo, a Igreja respeita a autonomia e independência do Estado, este reconhece a liberdade e independência da Igreja, a mútua cooperação é regra de acção, e a primazia da pessoa humana, na sua integridade, é o principio orientador comum. Tudo isto, traduzido na prática de uma normal de convivência e acção respeitosa, não dá, nem pode dar lugar a lutas ou desconfianças. Por isso, deve imperar o diálogo construtivo, a partilha serena dos valores próprios ante os problemas em causa, mormente quando são problemas que tocam em direitos fundamentais das pessoas e instituições que as apoiam, como a família, a escola, a saúde e o bem estar moral. Ora, em tudo isto, o lugar de intervenção da Igreja é na praça pública e não apenas no interior do templo, como pretendem alguns grupos laicos. O Estado, como os cidadãos, não têm que ter medo da Igreja. Pelo contrário. Também esta não tem que desconfiar do Estado, nem minimizar a sua acção, reconhecendo a complexidade dos muitos problemas a enfrentar. Quando os responsáveis lutam pelos interesses de todos há que reconhecer que, por vezes, não se pode ir além do bem possível, que acaba por ser o mal menor.
António Marcelino

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O Fio do Tempo

João Paulo II, há 30 anos
1. Com o passar do tempo aprecia-se melhor a grandeza das pessoas. É normalmente assim. O tempo e as memórias ajudam a apurar o verdadeiro significado dos gestos e das palavras. Há 30 anos, a dia 16 de Outubro, iniciava o seu pontificado o homem de Cracóvia. João Paulo II é, indubitavelmente, uma das maiores personalidades da Humanidade do séc. XX. Afirmam-no, também agora que a distancia crítica é maior, gente dos variados quadrantes religiosos e sociopolíticos. Karol Woityla, na sua vida inteiramente doada, ajuda-nos a compreender a grandeza de um homem simples que soube cada dia viver com os pés na terra mas ancorado nas ideias dos “céus”. 2. A abertura do mundo (explicitamente) à era da globalização assinalado em Berlim (1989, queda do Muro de Berlim), a sua visão crítica e ética tanto do comunismo como do capitalismo, o acompanhar os progressos das comunicações (o primeiro Papa global), a mensagem da insistência pela Paz como desígnio e o diálogo ecuménico e inter-religioso como tarefa (Encontros de Assis), entre tantos outros, são factos que elevam João Paulo II; mas importa ir à raiz da sua acção. É a escola do serviço como exercício inalienável (fermento discreto e tolerante) do ser humano, do ser pessoa, do ser cidadão, do assumir uma filosofia e uma religião, do professar fé personalizada, do ser cristão. 3. Não há incompatibilidades entre religiões, sociedades, políticas e sistemas sociais quando se procura, efectivamente, a Verdade da Humanidade. Já as cegueiras unilaterais são o fim… Os sistemas fechados, bloqueadores ou aniquiladores da liberdade de pensar e agir foram desafiados à completa superação pelo homem de fé inteiramente livre que foi João Paulo II. Com o passar do tempo e a percepção de novos fechamentos (e mesmo de neoconservadorismos religiosos) pós-11 de Setembro, os anais da história ditarão em João Paulo II o autêntico profeta a seguir, peregrino da esperança e da paz na (Verdade da) Humanidade.

CUFC: Carreira das Neves fala de São Paulo

Ontem à noite tive o privilégio de assistir a mais uma Conversa Aberta, do Fórum::UniverSal, no CUFC. Digo privilégio porque não é todos os dias que temos entre nós um homem com larguíssimos conhecimentos da Bíblia. O padre franciscano Joaquim Carreira das Neves é um conceituado biblista e Prof. Catedrático, jubilado, da Universidade Católica Portuguesa. Tem, ainda, uma característica importante: apesar de retirado do ensino superior, continua a actualizar-se, em Portugal e no estrangeiro, porque a Bíblia é um desafio permanente à sua capacidade de estudar e de descobrir. Quem dera que fosse assim para muitos de nós. Carreira das Neves veio falar de “Paulo de Tarso e os Desafios do Cristianismo”, num tom que lhe é peculiar, explicando, de forma simples, questões por vezes complicadas. Ouvi-lo é aprender sempre muita coisa. De São Paulo, de quem se fala tanto, mas nem sempre com a profundidade que “o apóstolo” merece, ainda há imenso que aprender. Sabe-se, hoje, que Saulo, depois Paulo, nasceu na Palestina, mas não em Tarso. Para Tarso terá emigrado com a família, e ali terá sido um judeu extremista, um “Talibã”, no dizer de Carreira das Neves. Daí os registos de que andou a perseguir os cristãos. Depois veio a sua conversão, cujos moldes, históricos, ainda estão por esclarecer. Sabe-se, segundo palavras suas, que foi “apanhado” pelo mestre. Depois desse “encontro”, assumiu-se, a si próprio, como “apóstolo de Cristo”, embora nunca tenha estado com Ele. Por isso mesmo, e porque não fazia parte dos doze, chegou a ser perseguido. O Paulo do Evangelho é um apóstolo nada interessado nas tradições que vinham de Moisés, porque só Jesus lhe bastava. Por essa razão, foi incomodado inúmeras vezes. Mas nunca abdicou do princípio de que “a nova humanidade começou com Cristo”. E quanto mais sofria, “mais se animava”, lembrou o biblista convidado do CUFC. Segundo o conferencista, Paulo foi “um fenómeno da esperança”, pregando que Jesus é o Senhor e que a salvação vem por Ele, e só por Ele, e pela Sua ressurreição. Carreira das Neves falou com paixão da paixão de Paulo pela causa do Evangelho; da força que o impeliu a percorrer 20 mil quilómetros, de burro e de barco; das “lutas” que teve de travar com as Igrejas da escola de Jerusalém, onde pontificava Pedro; e do primeiro concílio para se chegar a um entendimento, para bem do Evangelho. No final, acabou por sair vencedora a sua tese, de que, com Cristo, já não há judeu nem grego, não há servo nem livre, não há homem nem mulher. A nova humanidade está, pois, assente na fé em Jesus Cristo, que veio, até nós, de forma gratuita.
Fernando Martins