quinta-feira, 12 de junho de 2008

PONTES DE ENCONTRO

Do 25 de Abril ao 10 de Junho

No dia 5 de Março, do corrente ano, fiz algumas humildes e breves considerações ao discurso que o Presidente da República proferiu na cerimónia da 34ª Sessão Comemorativa do 25 de Abril, na Assembleia da República. Na altura, o Presidente da República afirmou que “Num certo sentido, o 25 de Abril continua por realizar-se”. Tive ocasião de escrever, então, que “o 25 de Abril de 1974 será, sempre, passado sem sentido e um memorial de recordações e nostalgias, que jamais poderão fazer parte do futuro”, se a classe política não tiver capacidade de se organizar e de se mobilizar, definitivamente, a fim de que os cidadãos deste país cumpram, na parte que lhes cabe, os desafios iniciados, após Abril de 1974. De outro modo, Abril (ou outro mês qualquer, para quem o desejar), continuará, em muitos sentidos, por realizar-se, para sempre!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Não será euforia a mais?

Confesso que não compreendo tanta euforia. Hoje à tardinha, depois da vitória de Portugal sobre a República Checa, em algumas ruas da Gafanha da Nazaré, decerto à semelhança do que acontecia por todo o país, a alegria era esfuziante. Como se Portugal acabasse de vencer o campeonato do Mundo de Futebol. De outra coisa qualquer, o silêncio seria igual ao de todos os dias, com o povo mais preocupado com a crise que provoca angústias. Mas com o Futebol, não é assim. Carros cheios de gente, bandeiras e bandeirinhas agitadas ao vento, também em casas particulares e nos estabelecimentos comerciais, buzinadelas ensurdecedoras, gritos e gritinhos de entusiasmo! Quase todos vestidos ou decorados com as cores nacionais, aos pulos, nas ruas e em carrinhas de caixa aberta. Todo o pessoal se saudava de braços bem abertos e de bandeiras desfraldadas! Até vi um carro de museu na festa! Cada um é quem é. Mas eu, que gosto que Portugal vença e seja campeão, não sinto necessidade de todo este espalhafato. Por esse andar, se a nossa selecção perder, se ficar num lugar fora do pódio, então a tristeza é mesmo de morrer. Nunca li qualquer explicação para esta reacção nacional. Será uma resposta espontânea às crises económicas por que temos passado? Será uma vontade explosiva para afugentar as preocupações? Será uma atitude natural de quem tem andado na mó de baixo e se vê agora, com o Futebol, só com o Futebol, a bater forte nos outros? Expliquem-me, por favor, porque eu não entendo isto! FM

Mensagem do Bispo de Aveiro: Dar valor e sentido à vida

"As aulas de EMRC inscrevem-se necessariamente neste ho-rizonte de serviço aos alunos e à Comunidade Educativa e prestam um inalienável contributo nesse sentido. Ajudar os jovens a crescer com valor, oferecendo-lhes um percurso com sentido cristão, é uma das missões primeiras das aulas de EMRC. Abre-se este horizonte em cada aula e em cada etapa do tempo escolar para um desafio de vida cristã marcada pela coerência, pela disponibilidade, pela verdade e pela alegria manifestadas no testemunho exemplar de cidadania e de fé, no serviço entusiasmante do Evangelho e na entrega generosa às causas do bem comum, da justiça e da paz.A matrícula nas aulas de EMRC é assim também um testemunho de fé, nascido no coração dos jovens e das famílias."

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NA LINHA DA UTOPIA

Bénard da Costa

Universalismo, Valor a rentabilizar


1. Com a actualidade em polvorosa com outras questões, o 10 de Junho parece já ter sido esquecido. Sobra a polémica de uma ou outra “frase” dita que também faz apagar, rapidamente, algumas questões de fundo salientadas na celebração deste dia das comunidades que vivem em português. Destacamos o discurso de João Bénard da Costa, aprofundando a raiz profunda do universalismo característico dos portugueses. De uma noção de língua, que em Heidegger (1889-1976) é a «casa do ser», os portugueses, efectivamente, assumiram e assumem, na generalidade, uma capacidade de relacionamento e interlocução que continua a registar páginas de história viva com os outros.
2. Nos tempos que vivemos, como foi sublinhado nos diversos discursos, as relações entre os povos não podem ser um factor lateral mas essencial. A história dos cinco milhões de emigrantes portugueses espalhados pelo mundo, mesmo que contenha grandes lutas e sofrimentos, também espelha esse facilitador do relacionamento humano. Vivemos já o tempo em que, pese embora tantas condicionantes de vária ordem, o sentido de universalismo é um dos eixos que faz a diferença. Daqui em diante, em tempos de globalização e mega-aceleração da vida diária, os factores de diferenciação talvez se venham a transferir das potencialidades técnicas para as capacidades de relação humana.
3. Se o presidente da República «desafia os portugueses a serem “exigentes e rigorosos” consigo próprios», estímulos positivos que ninguém de bom senso colocará de parte, todavia, esta mesma correspondência terá de ser assumida de modo total. Os portugueses habitam em famílias, instituições, escolas, mundo do trabalho. Esta procura do rigor «cá dentro» não é incompatível com um universalismo de rasgados horizontes. Casa mais arrumada é projecto que, não perdendo todo o potencial criativo, vai mais longe. O ser da cultura portuguesa, mesmo a partir da matriz da língua, em português, contém em si o gérmen da totalidade. Mesmo acima do mitológico exaltado por escritores e poetas, e ainda que racionalmente não se queira assumir o desígnio da portugalidade (até para não deixar que as emoções comandem as razões), o certo e o facto é que o universalismo está no bilhete de identidade dos portugueses.
4. É verdade que de todos os povos, pois que todos somos cidadãos de um mesmo mundo em relação. Mas se formos ao código genético cultural, este que não depende da riqueza mas está assente em valores, há povos que se relacionam melhor uns que outros e entre estes estão os portugueses. É um facto que também quer derivar em responsabilidade e, actualmente, em valores e oportunidades, até como nova relação que seja impulso de ligação das nossas comunidades emigrantes às suas terras de origem…Será possível?

A Igreja precisa de um plano nacional de leitura?


Os dados trazidos agora a lume pelo Patriarcado de Lisboa, sobre os hábitos de leitura bíblica dos católicos, não são uma tragédia, mas desassossegam bastante. A grande falta parece não ser de material, pois a maioria até possui um exemplar da Bíblia e/ou acede comunitariamente a ela. O problema é mesmo ler a Bíblia, esse «livro complicado» - como justamente o refere o Cardeal-Patriarca (Ecclesia 05/06/2008), mas ao mesmo tempo fundamental para a construção da existência eclesial e cristã. É precisamente por ser um «livro complicado» que a Igreja tem a responsabilidade de promover uma apaixonada iniciação à leitura, entregando a cada crente o gosto e as chaves para a sua interpretação, cuidando que o encontro com o Texto Sagrado aconteça. Encontrar a Palavra de Deus é encontrar a Cristo, dizia São Jerónimo. Sem ela, o cristianismo torna-se vago, insustentável, insuficiente.
Há um grande desafio que se coloca, portanto, às comunidades cristãs: estas são chamadas a assumir-se, talvez de modo mais consciente e certamente mais activo, como comunidades de leitura. Quando D.José Policarpo lembra que, por vezes, nas próprias celebrações «a palavra é mal lida» e «a homilia nem sempre ajuda» está a colocar o dedo numa das feridas: a necessidade de formação, e de uma formação com qualidade. Não basta reproduzir um certo automatismo de modelos. De forma humilde, persistente e criativa importa fomentar uma iniciação ao conhecimento religioso. É verdade que muito já se faz, mas as estatísticas recentes mostram bem como esta é uma meta longe de estar ganha. E enquanto ela não for inscrita no centro das preocupações…!
Recentemente, o Ministério da Educação lançou o «Plano nacional de leitura», com o objectivo de «elevar os níveis de literacia dos portugueses e colocar o país a par dos nossos parceiros europeus». No específico da sua realidade, não é caso para perguntar se a Igreja portuguesa não carecerá de uma mobilização nacional para a leitura da Bíblia? Em que medida o Sínodo dos Bispos do próximo Outono e o Ano Paulino que este Verão começa podem constituir a Primavera de que precisamos?

José Tolentino Mendonça

Serra da Boa Viagem




(Clicar nas fotos para ampliar)

Ontem andei a desfrutar os ares puros e o silêncio da Serra da Boa Viagem, na Figueira da Foz, com mar à visto. Que tarde maravilhosa, de tempo ameno, sobretudo no vale por onde me quedei, por entre árvores e ervas. E no meio delas brotavam flores silvestres de cheiros que me envolviam e me transportavam aos tempos em que, menino, era capaz de dormir uma soneca no meio da seara, com vento a passar-me por cima.
Ali, olhando os pinheiros, uns altos e velhos, e outros mais rasteiros e ramosos, com arbustos à mistura e aves que passam e repassam, dei comigo a olhar a paisagem virgem, por onde correm carros cheios de gente de olhos fechados ou indiferentes.
A Serra da Boa Viagem, um ex-libris da Figueira da Foz, de tantas e tão grandes tradições de um cosmopolitismo que já faz parte da história, ou não se tivesse, há muito, democratizado a sua praia, de areais amplos e finos, continua a ser uma extensa área a necessitar de mais divulgação, para um maior usufruto.
Pois ontem andei por lá. E de lá voltei com vontade de ficar na paz que ali senti. Até breve, Serra da Boa Viagem.

Papa destaca papel da Igreja na construção da Europa


Bento XVI dedica audiência geral à figura de São Columbano, e lembra mosteiros medievais como centros «de irradiação de cultura»

Bento XVI destacou esta Quarta-feira a importância do Cristianismo na construção da identidade europeia, ao falar da figura de São Columbano, monge irlandês do século VI. "Com a sua energia espiritual, com a sua fé, com o seu amor a Deus e ao próximo, tornou-se realmente um dos Pais da Europa: ele mostra-nos também hoje onde estão as raízes das quais pode renascer esta nossa Europa", assinalou.
Na audiência geral desta semana, o Papa lembrou este abade da Irlanda, nascido por volta do ano 543, frisando que “juntamente com os irlandeses do seu tempo, tinha consciência da unidade cultural da Europa nascente”.
“Homem de grande cultura e rico de dons da graça, seja como incansável construtor de mosteiros seja como intransigente pregador penitencial, gastou todas as suas energias para alimentar as raízes cristãs da Europa que estava a nascer”, afirmou.
São Columbano foi o “irlandês mais conhecido” da Baixa Idade Média e os mosteiros por ele fundados, explicou o Papa, eram verdadeiros centros de irradiação de cultura e evangelização, bem como lugares que atraíam muitas pessoas pela sua vida de trabalho, austeridade, penitência e oração.
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