sexta-feira, 3 de novembro de 2006

PNL para “profs”

URGE DESCOBRIR
UM TEMPINHO
PARA LER
Eduardo Prado Coelho abordou, ontem, um tema pertinente, na sua crónica “O fio do horizonte”, que sai no PÚBLICO, de segunda a sexta-feira. O título, “PNL para ‘profs’”, vem ao encontro do que muitos sabem, isto é, de que há bastantes professores que pouco lêem. Diz Prado Coelho que nas Escolas não há ambiente para se ler e que, no fim das aulas, cansados, os docentes não terão disponibilidade interior para se debruçarem sobre um bom livro. Por isso, propôs “um Plano Nacional de Leitura (PNL) especificamente para professores”, porque é “preciso levá-los a ler para além do Código Da Vinci, Margarida Rebelo Pinto ou Susana Tamaro. É preciso que eles conheçam os autores clássicos e contemporâneos, e que vejam teatro ou cinema, e visitem exposições”. Concordo com Eduardo Prado Coelho, porque, pelos meus contactos com muito professores, tenho constatado essa realidade. Noto que a maioria pouco ou nada lê, mostrando uma ignorância atroz sobre os nossos escritores, clássicos ou mais recentes, como mostram uma falta de cultura muito grande a outros níveis. E se é certo que os livros são uma fonte de conhecimentos, como é possível haver bons professores que pouco ou nada lêem? Será que muitos dos nossos professores apenas se apoiam nos livros de estudo e nos saberes que adquiriram enquanto estudantes? Num ou noutro jornal e revista? Mas isso é muito pouco… isso está ao alcance de qualquer cidadão comum. Os professores têm a obrigação de aprofundar a sua cultura, para mais facilmente abrirem os alunos a novos horizontes. Urge, pois, que descubram, no meio da vida esgotante, um tempinho para ler. Livros muito bons não faltam por aí. Fernando Martins

"CHINA" NO CUFC

8 de Novembro,
quarta-feira,
pelas 21 horas
QUE ‘SONHO’
COMANDA A CHINA?
::
Na próxima quarta-feira, 8 de Novembro, pelas 21 horas, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), vai ter lugar mais uma Conversa Aberta, integrada no Fórum::UniverSal, com entrada livre para toda a gente, em especial para alunos das diversas escolas superiores de Aveiro e sua região. O tema, “Que ‘sonho’ comanda a China?”, vai ser apresentado por João de Deus Ramos, ex-embaixador de Portugal na China e membro da Fundação Oriente. A moderação será de Manuel Serrano Pinto, da Associação para a Cooperação Cultural Portugal-China. Esta iniciativa foi organizada pelo CUFC e pela Fundação João Jacinto de Magalhães – Editorial UA.

Um artigo de D. António Marcelino

Quem vê caras,
também pode ver corações
Contrario o ditado popular ao viver a experiência de ter visto caras e, por detrás delas, corações felizes, corações esperançosos e, também, corações angustiados. Foi na Convenção das Famílias Anónimas, ali na Reitoria da Universidade. Experiência já vivida há anos, e que me levou, de novo, ao encontro da paz, da dor e da esperança. Pais e mães, irmãos e irmãs, que apenas se identificam pelo seu primeiro nome, trazem consigo a memória de um mundo de sofrimento de anos, tantos quantos a toxicodependência de um filho ou de outro familiar fez, ou ainda faz sangrar e inundar de lágrimas os seus lares. Uns, já libertos do terrível pesadelo, manifestam a alegria e gratidão pelo êxito, finalmente alcançado. Outros, com os seus doentes a caminho da recuperação, alimentam, mais uma vez, a incontida esperança do resultado, há tanto tempo almejado. Outros, ainda em situação de dor, porque a escravidão permanece, não escondem, apesar do ambiente reconfortante, a noite escura da dolorosa crucifixão. Um clima sereno e amigo, o da Convenção. Os cumprimentos não são protocolares, partilha-se vida, recebem-se estímulos, alimenta-se a esperança de melhores dias. Quando se fala de dor, também se fala de esperança. Quando se fala de sofrimento, também se fala de coragem. Quando se narram derrotas, também se narram vitórias. Os trabalhos iniciam-se com a “Oração da Serenidade”, rezada em coro com profunda convicção. Invoca-se o “Poder Divino”, ponto de encontro de todos, que nunca se fecha à oração de um pai e de uma mãe que imploram, agradecem ou louvam. Ninguém se sinta forçado nas suas convicções, mas antes reforçado na sua confiança. Estes pais fazem, também, no dia a dia, os doze passos que já libertaram os filhos e são, para si próprios, um caminho gerador de paz, força interior, estímulo a prosseguir numa luta que não admite cansaços nem tréguas. O testemunho da alegria e do sofrimento, o entusiasmo sereno de quem se reconhece por uma história igual, as vivências partilhadas com total confiança, o respeito mútuo, tudo a ajudar estas famílias a que vivam um clima de enriquecedora solidariedade. Quando vemos no nosso caminho a verdade dos sentimentos que livremente se exprimem, ficamos mais comprometidos na luta contra as causas do mal. A droga e seus tentáculos são monstro forte para se enfrentar a sós. Na união aberta de muitos, pode residir a força que exorciza os medos do monstro. Porém, o mal alastra. Há fardos de droga a dar à costa e a cair nas mãos da autoridade. Enchem prisões os sinais visíveis de um negócio hediondo, sujo e mortífero, que se faz a frio, se premedita, enriquece criminosos e destrói inocentes. O crime atinge muitos, sem que se veja modo de o conter. Não faltam interesses o fomentá-lo. Se fosse visível a olhos humanos a destruição que daí resulta, veríamos rios de sangue e lágrimas, ouviríamos gritos, lancinantes e incontidos, de pais, irmãos e amigos e das vítimas de um paraíso efémero. Como é possível que os poderes cruzem os braços ante este poder do mal? Na rotina que se nos cola, ficam deste horror de miséria e de dor as famílias anónimas com a sua luta e esperança, as notícias já raras, porque deixaram de ser notícia, os escândalos que o dinheiro não consegue abafar. Mas fica, também, a multidão dos que ajudam doentes e famílias, de mistura com outros que, por vezes, os exploram impunemente. Depois, ficam ainda as soluções que nada solucionam e sobre as quais se diz muito, porque significam pouco. Vão-se vendendo ilusões com salas de chuto, seringas nas prisões, metadona quanto baste, entrevistas e pareceres de sábios e de eruditos. Uns ganham com tudo isto. Muitos são, porém, os que perdem. É assim. Uma droga.

Um artigo de António Rego

O povo e os pobres
Aqui, como longe, sempre que acontece uma eleição política e explode uma vitória significativa, logo os comentadores retomam a palavra Povo e lhe elegem uma inteligência soberana, quase divina e cega, que atinge a essência subversiva dos jogos políticos. Nessa engenharia de emoções e números está sempre associada a realidade do povo com os menos favorecidos, os anónimos, os contribuintes, os que têm dez identidades nunca sendo a primeira de prestígio ou riqueza: o cidadão, o autarca, o utente de vários centros, o beneficiário de qualquer segurança, o cliente, o passageiro, o associado.. e por aí adiante. Nesta matéria, nenhuma operação simplex simplificará o que quer que seja. As elites não elegem ninguém. Podem comprar e vender a bons preços peças elegíveis lançadas no mercado onde se evita sempre prestar contas e, pelos vistos, ninguém se tem ralado muito de as contas não serem claras. Mas é sempre o povo que decide. Bem ou mal, iludido ou de clarividente, o povo é quem mais ordena. Muitos comentadores brasileiros vão na direcção óbvia da chamada evidência do dia seguinte, com grande fartura de talheres quando todos estão saciados: Lula apostou nos pobres, apoiou situações de miséria, tirou muitos do fosso da fome, soube falar a essa massa anónima que é o último nas escalas sociais mas o primeiro porque o mais numeroso. E ganhou. De permeio, sobressaltos, corrupções, desvios de rota, incapacidades de solução, problemas no fundo da gaveta. Mas a predilecção por esse povo e pelos pobres não só deu nas vistas como se repercutiu na vida de muitos que, desde o Presidente torneiro, passaram a ter uma vida menos má. E, segundo dizem os entendidos, a democracia é o processo menos mau de governar. Era essa a intuição da Igreja do Brasil quando reafirmava obstinadamente a opção preferencial pelos pobres, ainda que com uma teologia da libertação salpicada de ambi-guidades. O certo é que nesse tempo a Igreja e povo estavam mais próximos. Dizem os números.

terça-feira, 31 de outubro de 2006

I Encontro das IPSS do Distrito de Aveiro

Posted by Picasa
Lacerda Pais e Lino Maia
O nosso lucro
é o sorriso e a esperança
das pessoas
Decorreu no Centro Social Cultural e Recreativo de Avelãs de Cima, Anadia, no passado sábado, 28, o I Encontro das IPSS do Distrito de Aveiro. A iniciativa partiu da UDIPSS (União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social) e teve por tema central “Os Novos Desafios da Solidariedade”. Os trabalhos desenvolveram-se durante todo o dia, com a abordagem de questões pertinentes, relacionadas com os novos desafios impostos por uma sociedade em rápida transformação, tendo contado com a participação de cerca de uma centena de dirigentes. Trabalho em parceria e em rede, formação contínua, qualidade dos serviços e projectos, legislação e o exercício da solidariedade, num País rico em voluntariado, foram assuntos que suscitaram diálogo enriquecedor. Na sessão de abertura, o Governador Civil, Filipe Brandão, manifestou o seu reconhecimento pelo trabalho desenvolvido nas IPSS, mas não deixou de considerar que se torna imprescindível que as instituições se abram mais umas às outras, para uma maior rentabilidade das respostas sociais. Recordando a sua experiência de 32 anos ao serviço de uma IPSS, como dirigente, o director do Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro, Celestino de Almeida, garantiu que é muito bom trabalhar para os outros e receber como paga a satisfação ou um gozo que não sabemos explicar”. Mas logo assegurou que, “se há pessoas com capacidades económicas diferentes, também têm de ser apoiadas de forma diferente” pelo Estado. Na sua intervenção, o presidente da CNIS, Padre Lino Maia, salientou que as nossas instituições respondem a 70 por cento dos problemas sociais do País, com os seus 250 mil trabalhadores, o que corresponde a 4,2 por cento do PIB. “Graças às IPSS, não são tão graves os problemas provocados pela crise que o País está a viver”, referiu. Depois de garantir que “o nosso lucro é o sorriso e a esperança das pessoas que apoiamos”, o presidente da CNIS lembrou que o sector da social está a ser cobiçado por gente ligada a interesses lucrativos. Alertou então para o perigo de passarmos a ser olhados como fazendo parte desses interesses, quando as nossas motivações são outras, porque visam as pessoas com mais dificuldades económicas. O presidente da UDIPSS de Aveiro, Lacerda Pais, disse-me que este encontro visou alertar as instituições para a importância do trabalho em rede e da formação. Também se pretendeu chamar a atenção dos dirigentes para a necessidade de desenvolverem serviços de melhor qualidade e de apostarem mais no exercício da solidariedade. Fernando Martins

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

FLORINHAS DO VOUGA

:: AS FLORINHAS DO VOUGA
ANDAM À PROCURA
DOS PERDIDOS DA SOCIEDADE
::
Há em Aveiro uma instituição que toda a gente conhece, pela sua acção em prol dos mais desfavorecidos. Tem um nome curioso - FLORINHAS DO VOUGA -, que lhe foi dado, poeticamente, por D. João Evangelista de Lima Vidal, primeiro Bispo da restaurada Diocese de Aveiro.
Recentemente, chegou-me às mãos o nº 2 do Boletim Informativo da instituição - MIOSÓTIS - que reflecte um pouco do muito que as Florinhas do Vouga fazem na cidade, com e para os mais desfavorecidos. O seu director, que é também o presidente da instituição, Padre João Gonçalves, diz, em artigo de primeira página, que as Florinhas gostariam de encontrar todos os perdidos da sociedade, "para lhes conquistar a confiança" e para "lhes dar as melhores respostas". Ora aqui estão duas propostas interessantes e pertinentes. De facto, sem a confiança daqueles que queremos ajudar, jamais os poderemos ajudar.
Mais adiante, mesmo no final do artigo, o Padre João Gonçalves lança, a quem o quiser escutar, um grande desafio: "O 'canteiro' das Florinhas tem a medida do coração! Quem tem coração, venha connosco."
F.M.

CARAVELA VERA-CRUZ

ATÉ 20 DE NOVEMBRO
Caravela Vera-Cruz em Aveiro
Até ao próximo dia 20 de Novembro, a Caravela Vera-Cruz vai estar em Aveiro. A iniciativa, da responsabilidade da Associação Aveirense de Vela Cruzeiro AVELA, pretende valorizar a história náutica do país, divulgar a região e dinamizar a vela. Uma visita de grande interesse histórico e pedagógico. Os aveirenses vão poder visitar e viajar numa réplica fiel da caravela Oceânica Portuguesa do século XV.
Construída no estaleiro de Samuel & Filhos, em Vila do Conde, tendo por base projecto do Contra-Almirante Rogério de Oliveira, a Vera-Cruz foi lançada à água no ano 2000. Do programa delineado pela ÁVELA, destacamos as seguintes actividades: Dias úteis: visitas das escolas do distrito; Fins-de-semana: visitas abertas ao público; Também aos fins-de-semana: saídas ao mar abertas ao público. A caravela encontra-se na sede da AVELA, antiga Lota Velha, Canal da Pirâmides, Armazém nº 7. Contactos: avela.direccao@hotmail.com;
e avela.direccao@sapo.pt Paulo Reis - 96 3390034 Miguel Varela - 96 9276081
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Fonte: Portal do Porto de Aveiro

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