quarta-feira, 26 de julho de 2006

Um artigo de António Rego

A Terra Santa
Como ler as palavras e os silêncios desta guerra que se não define? Como entender um conflito que se apresenta algumas vezes como defesa, outras como ataque, que se diz contra um Hezbollah que não é uma terra, um país chamado Líbano e outro, Israel, que é muito mais que um país? Não estamos perante um confronto convencional. Há entrelaçadas implicações étnicas, políticas, económicas, ideológicas, culturais, religiosas, com toda a sequela de ameaças e hipóteses de alastramento em várias frentes. Não é possível abordar Israel e países vizinhos, sem lembrar um povo eleito, uma terra prometida recheada de grandes personagens e lugares bíblicos que preenchem o cenário religioso de tantos povos. E sentir, ao mesmo tempo, que muitos desses lugares, em vez do significado sagrado duma história única, se tornaram palco de medo para os herdeiros duma terra “onde corre leite e mel”, éden, calvário e sepulcro vazio do Ressuscitado. Por isso Israel, para além dum país independente, é uma pátria onde três Religiões – as grandes religiões monoteístas - se revêem na sua história: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Jerusalém, por exemplo, é a cidade ícone do encontro de Deus com o homem e o cenário dos maiores acontecimentos religiosos do cristianismo. Quando se lê a Bíblia e em especial o Novo Testamento depara-se, a cada passo, com um acontecimento, uma palavra, um milagre ligados a um lugar concreto que tão cruamente hoje se sente despojado da sua definição para ser apenas mais um palco banal de bombas ou “rockets” que ninguém deixa em paz. A Terra Santa está praticamente fechada para guerra. Os peregrinos, sobretudo judeus e cristãos, sentem-se mais distantes da sua Jerusalém que é muito mais que uma cidade de animação urbana ou turística. É um lugar sagrado, uma espécie de “santo dos santos”, tabernáculo dos acontecimentos que sustentam a fé de várias religiões. Ao longo do tempo tem-se perguntado muitas vezes porquê esta espécie de maldição sobre uma Cidade e uma Terra com uma vocação única para o encontro de Deus com o homem? Muitas são as tentativas de resposta. Nenhuma perfeita ou acabada. Que se não esqueçam, ao menos, as perguntas.

terça-feira, 25 de julho de 2006

ECUMENISMO

Católicos, Luteranos
e Metodistas fazem
história no ecumenismo
O dia 23 de Julho fica na história do ecumenismo: o Conselho Metodista Mundial aderiu à Declaração conjunta católico-luterana sobre a Doutrina da Justificação, de 1999. George H. Freeman, secretário-geral do Conselho Metodista Mundial, afirmou na ocasião que se estava a pisar “um novo território”, abrindo as portas para “o futuro das relações ecuménicas”. O presidente do Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos cristãos, Cardeal Walter Kasper, e o secretário-geral da Federação Luterana Mundial, Ismael Noko, marcaram presença no acto, que teve lugar na Coreia do Sul. Os seguidores de Wesley, reunidos na sua 19ª Conferência Mundial, assinalaram o momento com uma ovação de pé. O Cardeal Kasper disse que esta assinatura representa “um dos maiores feitos do diálogo ecuménico” e citou Bento XVI para falar deste acordo entre as três Igrejas como “uma plena e visível unidade na fé”. A Declaração conjunta é o resultado de décadas de diálogo e é, para o membro da Cúria Romana, “um dom de Deus”. Samuel Kobia, secretário-geral do Conselho Ecuménico das Igrejas e pastor metodista, sublinhou que este acontecimento é “um passo gigante para superar as divisões entre os cristãos”. O Conselho Metodista Mundial agrupa Igrejas metodistas de 132 países, com um total de 75 milhões de fiéis, aproximadamente. A Declaração visa colocar um ponto final numa polémica com vários séculos relativamente à “salvação”, conceito fundamental da fé cristã. No século XVI, a interpretação e aplicação contrastantes da mensagem bíblica da justificação constituíram uma das causas principais da divisão da Igreja ocidental, o que também se expressou em condenações doutrinais. O magistério da Igreja Católica, confirmado no Concílio de Trento, coloca duas condições à salvação humana: a graça divina e as boas obras. Lutero ensinava que só a graça divina era necessária. Todas as partes confessam, agora que “somente por graça, na fé na obra salvífica de Cristo, e não por causa de nosso mérito, somos aceites por Deus e recebemos o Espírito Santo, que nos renova os corações e nos capacita e chama para boas obras".
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Fonte: Ecclesia

As férias estão aí

Gaivota descansa

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Ao lado do burburinho da praia, com gente a ocupar todos os palmos de areia branca e limpa, a gaivota também quis descansar um pouco. Indiferente aos olhares de quem passava e aos disparos das máquinas fotográficas, ali estava e ali ficou quando passei e registei para a minha história a sua tranquilidade.

As férias estão aí

Praia da Barra: Calor aperta
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Quem há por aí que não goste de apanhar um pouco de sol, refrescado pela maresia? As férias convidam a isso mesmo. A Praia da Barra, na Gafanha da Nazaré e concelho de Ílhavo, mostra à saciedade que o mar continua a atrair os portugueses. E ainda bem, porque é uma riqueza que temos de aproveitar.

Apelos pelo fim da guerra

Apelos portugueses pelo fim
da violência O Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, é um dos signatários do abaixo-assinado pelo fim da violência e do desastre humanitário no Médio Oriente. A ele juntam-se outros nomes como o escritor Eduardo Lourenço, o encenador Luís Miguel Cintra e a eurodeputada Ilda Figueiredo.
Os escritores Eduardo Prado Coelho e Maria Velho da Costa, o historiador José Mattoso, o eurodeputado Miguel Portas, o poeta Gastão Cruz e o professor universitário Jorge Cadima são outros dos 58 signatários do documento.
O documento apela aos órgãos de soberania de Portugal que se façam ouvir, nomeadamente ao nível da União Europeia, pela paz na Médio Oriente e em defesa do povo palestiniano e do povo libanês, vítimas da agressão e ocupação estrangeiras.
Eduardo Lourenço desafia o Governo português a fazer um apelo à cessação das hostilidades no sul do Líbano: "Ninguém é tão utópico que pense que o Estado português faça uma condenação de Israel, mas um apelo à paz depois destes acontecimentos, exactamente como fez o nosso vizinho espanhol".
: Fonte: RR e Ecclesia : Foto: Eduardo Lourenço

QUEM VISITA FÁTIMA?

Perfil do visitante de Fátima em estudo
Quem visita Fátima? E porquê? O perfil do visitante de Fátima é traçado num estudo que se inicia hoje. "Estudar a satisfação, as motivações e as expectativas dos visitantes" de Fátima é o objectivo de um estudo que se prolonga até 31 de Agosto.
Dois bolseiros, licenciados em Turismo, vão efectuar 384 inquéritos na cidade para conhecer o perfil do visitante, seja ele peregrino ou turista. O estudo servirá para analisar os vários segmentos de mercado que afluem a Fátima, adianta a responsável pela equipa de investigação, Graça Poças dos Santos. Servirá também para dar pistas sobre potenciais novos públicos.
A investigadora acredita que as pessoas com mobilidade condicionada (deficientes e idosos) poderão ser este público-alvo.O projecto é liderado localmente pela Região de Turismo Leiria-Fátima e é finaciado pelo programa comunitário Interreg IIIC e conta com a participação dos santuários marianos de Altotting (Alemanha), Loreto (Itália), Czestochowa (Polónia) Lourdes (França), Patmos (Grécia) e Santiago de Compostela (Espanha).
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Fonte: Ecclesia

PMA ainda em discussão

Debate público é urgente
O presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, admitiu na semana passada a petição popular por um referendo à Procriação Medicamente Assistida (PMA). Gama justificou a sua decisão com a vontade de "não obstaculizar" uma iniciativa legal de cidadãos e permitir a sua discussão política.
António Pinheiro Torres, director de campanha da Petição Popular de Referendo da PMA, explica à Agência ECCLESIA que esta decisão "foi uma grande vitória cívica", lamentando que tenham sido precisos "dois meses foram para 82 mil cidadãos derrubarem os portões da Assembleia". "Defendendo o direito desta iniciativa popular de referendo a ser discutida em plenário, defendemos o direito de todas as futuras iniciativas populares de referendo", assegura.
Sobre o futuro da iniciativa, agora que o Presidente da República, Cavaco Silva, já promulgou a lei sobre a PMA, Pinheiro Torres considera que tudo está ainda em "aberto". "Entre a realização desta campanha, referendaria a forma como o Presidente da República promulgou a lei, a admissão da petição no parlamento e o anunciado pedido de um grupo de deputados ao tribunal constitucional que seja apreciada a constitucionalidade da lei, estamos a conseguir aquele que era o nosso objectivo principal: que as pessoas se apercebessem de que existia esta matéria de decisão política, que se estava a discutir a lei, que procurassem formar o seu juízo sobre a mesma", afirma.
António Pinheiro Torres considera que estão em cima da mesa "matérias serias" e "princípios e valores fundamentais". "Se entre Setembro e Outubro a nossa petição for discutida e for decidido realizar um referendo o resultado do mesmo condicionara uma revisão da actual lei (num ou noutro sentido)", aponta.
O comité Pró-referendo é de carácter laico e visa propor que, no país, exista um debate público sobre estas matérias.
Mais informações em www.referendo-pma.org