quinta-feira, 19 de maio de 2005

AVEIRO: A maior Feira do Livro de sempre

Praça Marquês de Pombal
Milhares de livros à espera de leitores
No próximo sábado, vai ser inaugurada, em Aveiro, na Praça Marquês de Pombal, a Feira do Livro, que será a maior de sempre da região. Conta com a participação de 58 expositores, 28 livreiros e 126 editoras, segundo anunciou o vereador da Cultura da autarquia aveirense, Pedro Silva. Anunciou, também, que em 2006 a Feira terá um novo formato, fundamentalmente para se aproximar das Feiras de Lisboa e do Porto. Nessa linha, adiantou que a organização do certame poderá ser entregue aos editores, ao mesmo tempo que será criada a figura do Comissário. Entre 21 de Maio e 5 de Junho, a bela Praça Marquês de Pombal vai servir de palco de milhares de livros, para todas as idades e para todos os gostos, a preços especiais, sobretudo nos chamados Livros do Dia, ao mesmo tempo que haverá uma animação cultural a condizer. Dois dias serão dedicados aos alunos das escolas do concelho, com programação adequada, e em momentos a anunciar serão lançados 19 livros, alguns de escritores aveirenses. O Cine-Clube e o Grupo Poético farão o lançamento de duas revistas, mas ainda haverá música, em especial de jazz. Pedro Silva frisou que o interesse de tantos editores se deve ao sucesso comercial das últimas edições. F. M.

Um artigo de Acácio Catarino, no Correio do Vouga

. Contra o desemprego: (1) - triângulo básico
1. Na luta contra o desemprego (ou, pela positiva, a favor do emprego), há várias frentes de acção a ter em conta. Esta reflexão aborda apenas a primeira, que tem como centro a família (ou a pessoa isolada, se for esse o caso).Tal frente pode designar-se por triângulo básico, tendo como “lados” a família, o trabalho e a educação. Há que revalorar a família como centro nuclear e dinamizador do processo educativo e do projecto laboral de cada um dos seus membros.Outrora, a família constituía (além do mais) uma unidade económica de produção, distribuição e consumo, mais ou menos complexa. Hoje aparece, neste aspecto, quase só como unidade de consumo. No entanto, continua a ser muito elevado o número de empresas familiares e de famílias-empresa. Bem vistas as coisas, a grande maioria das famílias vive intensamente esta dimensão económico-laboral, em especial na luta pela subsistência, na procura e melhoria de emprego, na realização de projectos de vida, no esforço educativo...
2. A vertente laboral faz parte integrante do processo educativo, tal como este faz parte do trabalho. O trabalho não é redutível à educação, e esta não é redutível ao trabalho. No entanto, há coincidência parcial entre uma realidade e a outra. E, sobretudo, importa frisar que não existe educação sem trabalho nem trabalho sem educação.É, por isso, recomendável que, desde tenra idade, o trabalho (incluindo, em especial, o trabalho de brincar, de experimentar, de criar actividades lúdicas ou outras, e bem assim as responsabilidades pessoais na família) seja assumido como verdadeira educação e esta como verdadeiro trabalho (embora se trate de realidades diferentes).
3. Na fase escolar, impõe-se que se mantenha uma estreita ligação entre o mundo académico e o laboral análoga à que existe, por exemplo, com o meio ambiente e com a história. É indispensável que a escola vá ao mundo laboral, às empresas (e outras entidades empregadoras) e que o mundo laboral entre na escola.Escola e mundo laboral deveriam complementar-se e cooperar cada vez mais, com a participação das famílias. Nada deveria obstar a que a escola ouvisse depoimentos e “lições” de empresários e trabalhadores, e promovesse exercícios académicos baseados na realidade e problemas dessas empresas. Nalguns casos, a escola até pode con-tribuir para o desenvolvimento das empresas e para a abertura de novos horizontes.Também nada deveria obstar a que os empresários e os trabalhadores se pronunciassem acerca da adequação dos saberes escolares ao mundo laboral. E este poderia receber, da escola, complementos significativos de formação.Família, escola e trabalho podem (e devem) convergir e cooperar, sob pena de se destruírem.

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

. TEATRO
Durante a campanha eleitoral de 2002 Durão Barroso acusou o Gover- no socialista de descontrolar as contas do Estado, apontando um défice que ele estimava andar pelos 5% do PIB. Entretanto, prometeu um choque fiscal, para baixar impostos. Tendo ganho as eleições, Barroso pediu a uma comissão presidida por Vítor Constâncio para apurar o valor real do défice em 2001. Surpresa e escândalo! Afinal o défice era de 4,1%, furando o limite do Pacto de Estabilidade (3%) mas inferior ao denunciado pelo PSD. A prometida descida de impostos transformou- se em subida do IVA.
Teatro semelhante acontece agora, desta vez com o PS a governar. Na campanha eleitoral e até hoje como primeiro-ministro, Sócrates desdramatizou o desequilíbrio das contas públicas. Antes, Santana Lopes fizera pior considerou resolvido o problema, proclamando o fim da austeridade. Em Novembro, o PS criticou o Orçamento de Santana e Bagão Félix por demasiado optimista, no que não foi muito original. Entretanto, houve eleições e uma longa paragem governativa (excepto para alguns negócios). E temos o petróleo bem acima das previsões orçamentais e a economia -- portuguesa e europeia - quase a estagnar. Assim, as contas do Estado só poderiam piorar, como se percebe. O ministro das Finanças já apontara há dois meses para um défice superior a 6,5%. Qual é, então, a surpresa se o défice apurado por Constâncio for de 7% ou mesmo um pouco mais?
Finge-se agora grande espanto porque antes se desvalorizou o problema, prometendo facilidades - não subir impostos, Scut, benefícios sociais, etc. Vai, pois, ser penosa a pedagogia das "medidas difíceis". É que este repetido teatro dos políticos já enjoa e não engana ninguém. As falsas surpresas talvez só iludam aqueles que as fabricam e se autoconvencem com as suas fantasias.

Bento XVI assegura que Deus está próximo da humanidade

Bento XVI Papa convidado a visitar a Rússia
Bento XVI assegurou que Deus está próximo da humanidade, sobretudo dos pequenos e indigentes, "para levantar o pobre e levar conforto aos necessitados e aos que sofrem". Apresentando uma catequese sobre o Salmo 112 aos cerca de 25 mil peregrinos reunidos para a audiência geral da quarta-feira, o Papa falou do "olhar amoroso e do compromisso eficaz" de Deus sobre os mais pobres dos pobres. "Deus é bem diferente pela sua grandeza, mas ao mesmo tempo é muito próximo das suas criaturas que sofrem", explicou. No dia em que João Paulo II completaria 85 anos, o seu sucessor exortou todos à oração do Rosário, que classificou como "oração evangélica, que ajuda a compreender os mistérios fundamentais da história da salvação". No final da audiência, Bento XVI saudou os pais de Terri Schiavo, a norte-americana que deixou de ser alimentada artificialmente a 18 de Março, por decisão judicial, e morreu na Florida no dia 31 de Março. O Papa passou entre os fiéis que dele se aproximaram e cumprimentou-os com um aperto de mão. Bob e Mary Schindler tinham sido ontem recebidos no Vaticano pelo Cardeal Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz. Nno Vaticano, o arcebispo de Moscovo, D. Tadeusz Kondrusiewicz, celebrou uma Missa na cripta onde está sepultado João Paulo II, para um grupo de católicos russos. Os peregrinos convidaram Bento XVI a visitar a Rússia.

quarta-feira, 18 de maio de 2005

DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS

Navio-Museu Santo André
Bom motivo para visitar um museu Ocorre, hoje, 18 de Maio, o DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS. Bom motivo, em minha opinião, para se visitar o museu da terra, se não se puder ir mais longe. Ao menos esse. "Museus, Pontes entre Culturas" é o tema proposto para reflexão, numa perspectiva de dar mais visibilidade aos museus menos frequentados, também eles fundamentais para assegurar a preservação das suas colecções e dos seus patrimónios culturais. Mas ainda para implementar a sua aproximação às pessoas, para quem eles existem. O tema recorda-nos que os museus podem e devem ser ponto de encontro de povos com heranças culturais diversas Hoje, há muitos museus que deixaram de ser meros depósitos de peças de arte e quantas vezes de velharias sem interesse de maior, para se tornarem espaços culturais e de transmissão de saberes, unindo gentes de gerações diferentes e proporcionando uma troca relevante de conhecimentos, ligando o passado ao presente e alicerçando o futuro. Além das exposições permanentes, normalmente a alma dos museus, agora os espaços museológicos oferecem, com regularidade, outras mostras de arte, para além de proporcionarem momentos artísticos, que são mais um incentivo para atrair visitantes. Felizmente, nas nossas cidades e vilas, e até em muitas aldeias, há museus para todos os gostos, a preços acessíveis, não havendo razões válidas para as pessoas, jovens e menos jovens, deixarem de os visitar. No DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS, as entradas são gratuitas. Aproveite, pois, para visitar um museu da sua região.
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Recomendo para hoje,
em especial, na região centro:
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Museu de Aveiro
Museu Marítimo de Ílhavo
Museu da Vista Alegre
Museu de Egas Moniz, em Avanca
Casa Gafanhoa, na Gafanha da Nazaré
Navio-Museu Santo André, na Gafanha da Nazaré
Museu de São Pedro, na Palhaça
Museu do Caramulo
Museu Grão Vasco, em Viseu
Museu da Guarda
Fernando Martins

Um artigo de D. António Marcelino

Os crucifixos das escolas e as alminhas das estradas...
Quando há anos saudei o Dr. Manuel Alegre, então responsável do Ministério da Comunicação Social, para lhe desejar o melhor êxito, num campo ainda muito armadilhado mas de grande alcance público, tinha eu, ao tempo, igual responsabilidade no mesmo sector da Conferência Episcopal Portuguesa. Recebi dele um cartão de agradecimento, muito expressivo e gentil. Nele me dizia que o PS sempre respeitaria a Igreja, pois tinha consciência de que a história de Portugal não se pode fazer, sem ter presente a acção da Igreja ao longo dos séculos.
A Igreja era, então, tida como uma benemérita do povo, que atravessava o tempo. As pessoas cultas, crentes ou agnósticas, respeitam, sem favor, a verdade histórica e percebem nela o entrelaçado que a tece e o dinamismo que a comanda. Só por cegueira ou preconceito, se pode turvar água limpa que jorra e corre para bem de todos.
Apareceu há tempos uma associação, da qual não se discute a legitimidade de ser o que quiser, com o objectivo, por exigência do laicismo, de apagar sinais do cristianismo, conspurcar a acção histórica da Igreja, fazer tábua rasa de valores morais e religiosos da nossa tradição e cultura. O alvo é sempre a Igreja Católica, como se os seus membros responsáveis fossem um grupo de bandoleiros que pretendem impedir a luz e os ventos que sopram da Europa laica. E o braço político, temerário e submisso ante pequenos grupos aguerridos, parece entrar na campanha, tão pobre de cultura, como de cidadania.
Agora, é a caça aos crucifixos que, depois da Revolução de Abril, ainda se vêem em algumas escolas do Estado. Temo-los visto, aqui e ali, por vezes limpos e com flores, e, também, com pó e teias de aranha. Vá lá limpá-los quem é pago pelo estado laico!...
O Crucifixo! O mais significativo gesto de amor da história humana, com sinais de séculos na bandeira nacional, agora ofende o laicismo!... A senhora Ministra já deu ordens para que se saiba das transgressões, se tomem providências, se acabe com o escândalo do que resta ainda de sinal religioso nas escolas. A inquirição, segundo a denúncia feita, atinge ainda os que permitem estranhos a falar de Deus nas escolas. O grande problema da educação em Portugal é, então, a existência de sinais religiosos que desorientam crianças e não respeitam o laicismo de todos! Os professores que educam crianças concretas, em terras e famílias concretas, não podem ter critérios educativos próprios, a menos que sejam critérios laicos… O Estado é o dono das crianças e seu protector. Os pais que não se metam onde não são chamados, tanto mais que há agora gente laica, que ninguém conhece, preocupada com os seus filhos…
A associação está tão zelosa por defender “o espaço público que garanta a laicidade de todos”, que não me admiro que venha a pedir também a retirada dos símbolos religiosos da bandeira nacional, onde estão desde há séculos, e a exigir a destruição das “alminhas”, devoção do povo “ignorante”, espalhadas por essas estradas do país, a poluir os horizontes de todos e a incomodar os não crentes incómodos. Não me admiro que se mova uma cruzada que expurgue das vias publicas tudo quanto é nome de santo, de igreja e convento, e se ordene um bota abaixo de estátuas de gente ligada à religião cristã, porque as ruas e praças de todos são precisas agora para personagens da família laica a promover, gente de que ninguém conhece pai nem mãe, nem feitos que mereçam honras… Um vendaval de zelo anti cristão, mais sofisticado que o da I República, que prometeu acabar com a religião em poucas gerações…
Tudo em nome da Constituição da República. Esta consagra, de facto, a separação da Igreja e do Estado ou o Estado não confessional. Todos aceitamos ser este um regime actual e benéfico. Mas é isto o “estado laico”, que parece querer uma guerra religiosa, tão tola como fora do tempo? Se entramos num regime pidesco que, sob pretensão de legalidades, se põe a agir, desprezando o bom senso e o povo que não é órfão e sabe o que quer, certamente que não é a paz o que procuram ou pretendem os novos laicos.

REGIÃO CENTRO quer mais energias renováveis

Energia eólica na Serra do Caramulo
Há energias disponíveis na região A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) vai implementar projectos que visem o aproveitamento de energias renováveis. Para isso, vai apostar nos fundos comunitários, procurando desenvolver as negociações possíveis e indispensáveis. Pedro Saraiva, presidente da CCDRC, que apresentou ontem o projecto "QUERER 2013 - O centro do futuro", adiantou ao JN que se pretende construir, ao longo de 2005, os contornos daquilo que "venha a ser o futuro da Região Centro", a partir de 2007. Pedro Saraiva salientou que o projecto "QUERER 2013" está já a ser desenvolvido, mesmo sem se conhecerem "os instrumentos disponíveis", o que até considera vantajoso porque, desta forma, os estudos não são feitos em função do dinheiro. Aquele responsável pela CCDRC lembrou, ainda, que na Região Centro há energias renováveis disponíveis, o que é uma mais-valia para a qualidade dos seus projectos.