quarta-feira, 18 de maio de 2005

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

FUNDAMENTALISMO
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Em Topeka, Kansas, uma espécie de tribunal vai decidir se a teoria da evolução de Darwin deve ou não ser ensinada naquele estado americano. O caso recorda a condenação, em 1925, de um professor do Tennessee por ter ensinado essa teoria. Mas a coisa agora é mais séria, embora não vá ninguém preso. Cristãos fundamentalistas mobilizaram-se nos EUA para banir das escolas o darwinismo ou, pelo menos, colocá-lo em dúvida. Em seis estados já o conseguiram.
Como qualquer outra tese científica, a teoria evolucionista não é intocável nem imune à crítica ela serve de explicação até ser desmentida pelos factos e surgir outra teoria melhor. Só que a maioria dos fundamentalistas protestantes que defendem o "criacionismo", contra Darwin, não o faz por razões científicas, mas porque lê a Bíblia de forma literal. A mesma que leva a julgar que Deus criou o mundo em sete dias, há apenas dez mil anos. Ou que a Palestina pertence aos judeus por direito divino.
Na Europa a questão foi há muito ultrapassada. A Igreja Católica, por exemplo, não tem problemas com as ideias de Darwin, que são geralmente aceites na comunidade científica mundial. E nenhum católico europeu adulto faz uma leitura literal da Bíblia. Os fundamentalistas fazem-na porque se sentem inseguros num mundo em rápida mudança agarram-se à letra, ainda que o resultado seja absurdo. É por medo e, afinal, por falta de fé autêntica que se autoconvencem de que possuem toda a verdade, na sua formulação definitiva. Dir-se-ia que, para eles, Deus não é transcendente e infinito, nem deve sempre ser descoberto em novas dimensões, na sua eterna juventude. É um Deus fechado, para dar segurança. Mas não parece o Deus de Jesus Cristo. A ideia superficial de que os americanos são muito religiosos deve ser repensada.

AVEIRO: Convento do Carmo abre-se à cidade

"Apresentar o convento no contexto da história cidade e da Ordem do Carmo” é o principal objectivo do ciclo de conferências «Um convento na cidade» promovido pela Ordem do Carmo na cidade aveirense. Inaugurado no passado dia 3 Abril, este espaço renovado passa “a ser também um espaço de cultura” – disse à Agência ECCLESIA Frei João Costa. A anterior residência encontrava-se em estado de degradação e, no seu espaço, foi construído um convento moderno e funcional, com a residência da comunidade, hospedaria e salas de trabalho.
Os padres carmelitas estiveram em Aveiro até à expulsão das ordens religiosas; e regressaram, anos depois, à cidade e à sua igreja. O antigo convento, que foi, até há pouco, pertença da Câmara Municipal, foi de novo entregue à Ordem. Estão em estudo obras de adaptação para actividades ligadas ao carisma da Ordem e à guarda do património artístico existente.
À beira dos quatro séculos, o convento tem “muitas histórias para contar” e fundou outros dois: Santarém e do Buçaco. E acrescenta: “vale a pena visitar a mata do Buçaco que foi plantada pelos frades”.
No passado dia 14 de Maio, as primeiras duas conferências abordaram os seguintes temas: “Um convento com histórias para contar” e “(A)riscar um convento”. Frei João Costa refere mesmo que aquele convento teve uma “das melhores boticas (Farmácia) da cidade”. À portaria do convento, os pobres “vinham receber um pãozinho e curar as feridas”. A religião “não é só rezar” mas estar “também aberto ao outro”. E finaliza: “a pior doença da actualidade é as pessoas não terem tempo”.As próximas conferências serão dias 19 e 28 de Maio.
(Para ler mais, clique ECCLESIA)

terça-feira, 17 de maio de 2005

Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados

António Guterres Candidatura de António Guterres
bem posicionada A comunicação social tem noticiado que a candidatura do antigo primeiro-ministro português, António Guterres, ao cargo de Alto-Comissário para os Refugiados da ONU está a ficar bem posicionada. Hoje mesmo, vai encontrar-se com Kofi Annan, numa altura em que se sabe que os Estados Unidos também estão a simpatizar com a ideia de o apoiar, juntando-se a tantos outros países que já se declararam a favor da candidatura do nosso compatriota. António Guterres é, como muitos saberão, um homem de formação católica e desde jovem interessado pelas questões sociais. A sua entrada na política terá sido, como muitos garantem, uma forma de levar mais longe esse interesse pelos desprotegidos da sorte. Pessoalmente, gostaria mais de o ver a desempenhar essas funções, a nível internacional, do que a ocupar o cargo de Presidente da República, precisamente por sentir que junto dos refugiados seria bastante útil, tendo em conta a sua formação e a sua sensibilidade, para procurar soluções de mais justiça para gente que tanto sofre. Aliás, na sua actual posição de presidente da Internacional Socialista, António Guterres conhece bem o mundo e os dirigentes a quem terá de recorrer, para descobrir ajudas imediatas e eficazes, que respondam aos apelos de quem se encontra numa situação delicada. O homem simples e o humanista cristão, que é o antigo primeiro-ministro de Portugal, ficaria muito bem à frente dos destinos do ACNUR (Alto-Comissariado da Nações Unidas para os Refugiados), ao mesmo tempo que poderia realizar-se mais como pessoa e como político, desde sempre empenhado nas questões sociais e na ajuda a quem mais necessita. F.M.

Um artigo de António Rego

A ESPERANÇA NA ECONOMIA
Proclamar sempre a esperança, mesmo quando o barco está a afundar-se? Dizer aos músicos que continuem a puxar pelos arcos do violino para que os passageiros se não apercebam da tragédia? Ou contar a história real para que se salve o possível, mesmo em pranto, em vez de tudo se perder sob alegres falsetes duma melodia alienante?
Não estamos bem quanto a contas de família. A afirmação não vem dos críticos azedos que nada mais sabem dizer. Vem de técnicos, de contas rigorosas de somar e diminuir, que nada têm a ver com a nossa fraqueza geral em matemática. O deve e haver do nosso país face ao mundo económico é negativo. E grave.
Acho graça aos cronistas diários das bolsas que, com frequência, acusam o PSI-20 ou Nasdaq, de sentimento negativo. Cá está o outro dado. As contas não são tão frias quanto parecem. Têm sentimento – diz-se. E esse sentimento traduz-se em estimular ou desestimular o investimento, a compra ou venda, o negócio que se faz com a tal esperança de que do outro lado exista alguma animação para entrar na acção e no risco. Ou seja: em economia – dizem alguns – nunca se deve mandar calar os violinos, mesmo que o barco tenha rombos sérios e previsões ajuizadas de que pode afundar-se. A movimentação descontrolada dos passageiros pode acelerar a tragédia. A depressão nunca produz bons efeitos.
O dono do Café, o pequeno empresário, o trabalhador médio, o pequeno gerador de economia, não se revêem na lei da oferta e da procura, nem lêem os relatórios dos técnicos do Banco de Portugal ou da Mongólia. Sentem a vida a desandar ou a equilibrar-se, entre as queixas que fazem nos seus jogos de negócio, tal como um jogador de futebol que se faz magoado sem ninguém lhe tocar. Ou cai lesionado mas ninguém acredita porque o queixume faz parte da função negocial.
Em que ficamos? A economia é um planeta à parte, com a sua gramática, técnica, sedução, ilusão, engano e resultados ocultos? Ou uma actividade que se integra num todo da comunidade, para ela voltada e não apenas para o proveito individual de cada uma das quintas que cada qual, de costas voltadas para o mundo, procura cultivar?
Daí a pergunta: em economia, o que é realmente a esperança?

Um poema de Daniel Faria

Cruz, rosa Dos ventos sem direcção que não seja o centro. Coluna Sustentada pelos braços como um amigo que chega. Rosa De orvalho e sangue para o corpo trespassado pela sede. Árvore Que bebe do homem. Árvore Em silêncio onde escutamos a palavra Em carne viva. Verbo Tão inteiro que se fez espelho. In Homens que são como lugares mal situados

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Aveiro: Paços do Concelho

Crianças maltratadas: Portugal nos primeiros lugares

Portugal, a nível mundial, é o sexto país com maior número de mortes de crianças por maus-tratos, segundo revelou a presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens, Dulce Rocha.
A responsável citou um relatório da UNICEF, publicado em 2004, considerando «horrível» que Portugal conste nos primeiros lugares num ranking de 26 países.Como reacção, Dulce Rocha defendeu um «maior investimento» na defesa dos direitos das crianças, sendo que a necessidade de clarificar o conceito de perigo é um factor importante.
«Se valorizarmos a relação afectiva que a criança estabelece com os seus prestadores de cuidados, será a prevalência da relação afectiva sobre a biológica» afirmou a responsável no seminário «Justiça de Proximidade».
Dulce Rocha exigiu do novo Governo «uma grande discussão» na área da defesa dos direitos das crianças, dizendo que «não é admissível que já tenhamos determinados conhecimentos e não os utilizemos na lei.

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