domingo, 22 de junho de 2008

De cada popa se vê um Portugal diferente


“É certo que de cada popa se vê um Portugal diferente, conforme a latitude: verde e gaiteiro em cima, salino e moliceiro no meio, maneirinho e a rilhar alfarroba no fundo. Camponeses de branqueta e soeste a apanhar sargaço na Apúlia, marnotos a arquitectar brancura em Aveiro, saloios a hortelar em Caneças, ganhões de pelico a lavrar em Odemira, árabes a apanhar figos em Loulé. Metendo o barco pela terra dentro, é mesmo possível ir mais além. Assistir, em Gaia, à chegada do suor do Doiro, ver transformar em húmus as dunas da Gafanha, ter miragens nos campos de Coimbra, quando a cheia afoga os choupos, fotografar as tercenas abandonadas do Lis, contemplar, no cenário da Arrábida, a face mística da nossa poesia, ou cansar os olhos na tristeza dos sobreirais do Sado. Mas são vistas… Imagens variegadas dum caleidoscópio que vai mudando no fundo da mesma luneta de observação.”
Miguel Torga
In PORTUGAL

PONTES DE ENCONTRO

A Salvação de Deus e o poder dos homens
No passado dia 20, do corrente mês, escrevi, aqui, no blogue, um texto de partilha sobre umas, breves, declarações, proferidas pelo Professor Marcelo Rebelo de Sousa, ao jornal Expresso, do dia 13 de Junho, onde este fazia algumas referências a movimentos eclesiais de leigos que, ideologicamente, estão situados entre aquilo que, convencionou estarem à esquerda ou à direita do espectro político português. A meu ver, tais afirmações, não têm que ter quaisquer conotações partidárias, ainda que não seja de excluir tal hipótese. Pois bem, tive a bondade de algumas reacções a este texto e, algumas delas, interpelavam-me mesmo se existem ou não partidos políticos que se identificam mais com a Igreja Católica, do que outros, para logo me darem a resposta e a conclusão: existem estes partidos e é natural, por via disso, que os movimentos de leigos, ideologicamente próximos destes, tenham maior aceitação, compreensão e apoio no interior da Igreja. Sinceramente, creio que, quem assim pensa, não está a prestar um bom serviço à Igreja e à sociedade e ainda deve estar a pensar nos tempos em que o Estado português se dizia católico e reconhecia o catolicismo como a sua religião. Hoje, a sociedade, também religiosamente, é plural, pelo que o Estado não pode ter religião. Antes, tem que respeitar todas as confissões religiosas, através do reconhecimento dos seus plenos direitos. Por outro lado, a laicidade [do Estado] tem que se afirmar neutra em matéria religiosa, neutralidade esta que exige que a não religião ou o laicismo não se transformem em doutrina do próprio Estado. Estes pressupostos são a essência da separação entre Igreja e Estado, esteja este organizado da maneira que estiver, ainda que esta separação jamais possa significar que Igreja e Estado estejam de costas voltadas. Pelo contrário: tanto a Igreja como o Estado têm que estar ao serviço e em busca do bem da sociedade, no seu todo. Deste modo, num Estado democrático, como é o português, e citando D. José Policarpo, na sua mensagem “A Igreja no tempo e em cada tempo”, de 18 de Maio de 2008, "O único caminho democraticamente legítimo de a Igreja influir nas estruturas do Estado é a participação consciente dos membros da Igreja nos processos democráticos. A Hierarquia respeita a pluralidade de opções partidárias por parte dos católicos. Deve, entretanto ajudá-los a formar a sua consciência cívica e a visão dos problemas da sociedade em chave cristã.” (…) “A Hierarquia não deve intervir no processo democrático com métodos de confronto. Os católicos sim, esses podem e devem fazê-lo.” Mais à frente, na sua mensagem pastoral, o Cardeal-Patriarca escreve: “…a natureza da missão da Igreja na sociedade é a Igreja que a define e não o Estado.” Ir para além disto, para os cristãos, é confundir a autenticidade da missão da Igreja com uma qualquer ideologia ou um qualquer programa político-partidário, sempre passageiro, frágil e limitado às suas conveniências e circunstâncias de momento, que jamais a Igreja poderia aceitar ou apoiar, em nome da sua perene fidelidade evangélica “… para que todos sejam um só…” (cf.: Jo 17,21); da liberdade de cada cristão poder dar, segundo a sua consciência moral, formada pelos e nos valores cristãos, “…a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” (cf.: Mc12, 17); não entender que a Igreja está para servir e não para ser servida (cf.: Mc 10, 42-45); que a mera lógica de poder e de domínio, no seu interior [da Igreja], ou deste para o exterior, é um pecado contra Deus e contra o homem, que o conduz à perdição eterna, pois ” Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se, depois, perde a sua alma?” (Cf.: Mt 16,26); que qualquer poder humano só vem de Deus (cf.: Jo 19,11), pelo que a liberdade do homem é finita e falível, o que o deve levar a ter consciência das suas próprias limitações, à medida que busca e descobre, por si próprio, a vontade de Deus e que “não há salvação em nenhum outro” [Jesus Cristo], pois “não há debaixo do céu qualquer outro nome dado aos homens que nos possa salvar” (Cf.: Act 4,12), ou seja, não é o poder, a riqueza ou os partidos que nos salvam, mas a forma como tratamos o nosso semelhante (cf.: 25, 34-40).
Vítor Amorim

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 83

A ALIMENTAÇÃO
Caríssima/o: Vontade de rir nos invade quando falamos sobre as nossas comidas desses recuados tempos de meados do século passado. [Concordemos ou não estamos em plena recuperação de juventude, atravessando eufóricos a terceira idade! Quem é que não rasgou a face quando um conhecido nos bate nas costas e diz prazenteiro “olha como fulano está velho... acabado!”... sabemos onde ele está a bater!...] Cum diacho, já meia dúzia de linhas e ainda não falámos na malga de sopas de café do almoço antes de irmos para a Escola; esclareça-se sopas de boroa! Ao meio-dia, ia-se a casa pelo jantar: um prato de caldo com um olho de azeite, couves e batatas; quando o rei-fazia-anos um naco de toucinho, melhor, de carne branca. Muitas vezes, íamos com sorte com o resto da ceia da véspera: umas batatitas com couves e um pedacito de peixe que escapou escondido em alguma folha verde. Nova corrida, que o botão ou o pião nos esperavam... O “problema” apareceu quando a Escola foi mudada para a Marinha Velha, para a Escola do Ti Lopes: era muito longe e não dava tempo para vir jantar a casa; levávamos a boroa e a sardinha que sobrou da véspera embrulhadas num papel de jornal. Como facilmente se adivinha fome era coisa que não se via, porque na altura se afirmava que era negra! Muitas vezes a enganávamos com mais uma golada de água. Temos de concordar que durante os exames a coisa mudava muito: sandes de marmelada e pirolito, pois então! Já do lado chamam que são horas da merenda e que fiz grande confusão com as refeições... Pelo sim pelo não, vou ao meu suplemento alimentar para manter a linha. Manuel

sábado, 21 de junho de 2008

ESTAR DO LADO DE JESUS

Não há alternativas. Estar ou não estar do lado de Jesus. Aqui, agora e sempre. A opção é nossa, de cada um. Pode tomar-se em qualquer ocasião. E refazer-se em todas as circunstâncias. “Quem se declarar por mim, eu me declararei por ele” é afirmação sentenciosa clara, firme e comprometedora. Estar do lado de Jesus é ser presença junto daqueles que Jesus ama: os construtores da paz, os mensageiros da justiça, os arautos das boas notícias do mundo, os voluntários de todas as causas humanitárias, os defensores da dignidade humana, os amantes de uma vida sóbria, os íntegros de carácter e honestos de atitudes, os transparentes e puros de coração. Estar do lado de Jesus é viver a confiança e cultivar o risco ousado, é alicerçar convicções nobres e nutrir emoções positivas, é preferir a promoção das pessoas à eficácia do êxito, é amar gratuitamente dando preferência aos empobrecidos de tudo, sobretudo de consideração, de estima, de atenção. Onde está Jesus está o melhor do ser humano, de toda a humanidade: respeito sagrado pela consciência, proximidade solícita face aos excluídos dos bens da vida, entrega generosa e abnegada pelos indefesos e perseguidos, perdão incondicional aos ofensores, amor sem limites aos inimigos. A pessoa humaniza-se na medida em que estiver ao lado de Jesus, cultivar a sua opção de vida, preferir o seu estilo de relação e assumir a sua forma de compromisso. A sociedade é espelho da condição humana que Jesus dignificou, repondo as leis ao serviço das pessoas, abolindo tradições sem sentido, transgredindo normas menores opressivas, abrindo horizontes de cooperação, dando espaço aos marginalizados, purificando as aspirações dos sonhadores e propondo a todos uma qualidade de vida de excelência no amor e na paz. Com Jesus nada se perde nem desvirtua. Tudo se assume e eleva, a fim de condizer com a nossa comum dignidade humana. Vale a pena estar do seu lado, apostar nele, correr o risco com ele. Georgino Rocha

Língua à Portuguesa

Reconhecer o valor estético da Língua
A língua não é apenas um veículo de comunicação. É também o meio pelo qual expressamos os nossos pensamentos, as nossas emoções, os nossos afectos... Eu diria que a língua não tem somente o género gramatical feminino; ela é 100% feminina, e, como tal, também ela é vaidosa! Por trás dos bastidores, que são as regras firmes da gramática, está também o encanto de ela aparecer em palco e mostrar a beleza das suas roupas, que são as palavras; das suas jóias, que são as figuras de estilo; da sua maquilhagem, que são as reticências e os pontos de exclamação a mais!! E ninguém ouse censurar esta vaidade de “alguém” que não envelhece, mas que, pelo contrário, rejuvenesce a cada dia que passa! Reconheceram o valor estético da língua?!!
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NOTA: Aqui ao lado, em CULTURA, coloquei um blogue que se dedica a questões da Língua Portuguesa, com saber, arte e bom humor. Como amostra do que pode ler em Língua à Portuguesa, ofereço aos meus leitores o texto desta página. Passe por lá para ver mais e para aprender.

Casa Gafanhoa

Há tempos escrevi aqui um texto, ilustrado com fotos da Casa Gafanhoa. Volto a ele e às fotos, por me parecer pertinente, neste início do Verão, época das férias grandes. Grandes significa com mais tempo para visitar o que há de importante.

Campos de Aveiro


Vejo os campos de Aveiro…
Árvores verdes, brancas velas
Em fugitivo idílio,
Na planície cortada de canais;
E no centro a lagoa, ébria de cor, dormindo.

Teixeira de Pascoaes

Manuela Ferreira Leite: o que mudaria com ela?


"Chegou a hora de Manuela Ferreira Leite nos dizer o que é que o país mudaria com um Governo seu".

João Marcelino, "Diário de Notícias", 21-06-2008

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NOTA: Ora aqui está uma boa questão, que aplaudo. Cansados de ouvirmos falar mal uns dos outros, chegou a hora de a nova líder do PSD (ou PPD-PSD, como alguns gostam) nos dizer, olhos nos olhos, o que é que faria ou fará se um dia estiver à frente do Governo. De diferente e melhor, já agora. Já estamos todos cansados de mais do mesmo..., deixando o país e os portugueses a ver passar o comboio do progresso, rumo a outras bandas.

FM

APONTAMENTOS SOBRE RELAÇÕES IGREJA(S)-ESTADO (5)

Nas concepções tradicionais, o divino acabava por identificar-se com o universo, necessário e eterno. "Tudo está cheio de deuses", afirmou Tales. O cosmos era um deus perceptível sensorialmente, a totalidade do divino e do humano. Deus era mais um atributo do cosmos do que um sujeito. Confundia-se com a profundidade numinosa da realidade. Neste quadro, a afirmação do Deus pessoal transcendente e criador constituiu uma revolução na História da consciência religiosa e é o legado bíblico essencial à Humanidade. Num processo que culmina com os últimos profetas, no tempo do exílio na Babilónia (séculos VI e V a.C.), Israel, erguendo--se acima da hierogamia e do politeísmo, operou, com a fé monoteísta, "a sua grande revolução religiosa", como escreveu o teólogo X. Pikaza. Deus é transcendente ao mundo e, criando-o em liberdade, retira-lhe o carácter sacral. O mundo, agora, é simplesmente mundo, distinto de Deus. As realidades mundanas têm verdade em si mesmas, as suas próprias leis e autonomia. Esta foi a condição de possibilidade da secularização. Deus não se identifica com nada do mundo. Deus é, pois, infinitamente transcendente, independente e distinto e distante do mundo. Mas, paradoxalmente, por isso mesmo, é sumamente presente ao mundo enquanto criador e, porque o mundo é mundo e o Homem é Homem, pode revelar-se e o Homem pode aceitar pela fé ou rejeitar a sua manifestação. Na sua diferença, a proximidade de Deus com o Homem é de diálogo, ficando aberta a possibilidade do próprio ateísmo, que não existia numa concepção sacralizada do mundo. O mistério cristão da encarnação também pressupõe a diferença de Deus, do Homem e do mundo. Não admira, pois, que, nas suas origens, o cristianismo aparecesse como uma religião surpreendentemente "secular". Nas comunidades cristãs, havia ministérios e carismas, mas não uma casta sacerdotal. A liturgia consistia essencialmente numa refeição fraterna nas casas dos cristãos. Os presbíteros e quem presidia vestiam normalmente, mesmo na celebração eucarística. Usava-se a língua habitual, não havia templos. Foi tal o choque sobretudo por causa da inexistência de sacrifícios que os cristãos foram acusados de ateísmo. Como mostrou L. González-Carvajal, com o reconhecimento do cristianismo como religião oficial do Império, tudo se foi modificando, passando inclusivamente o cristianismo de religião perseguida a religião perseguidora. Apareceram os templos e a mesa comum da refeição familiar deu lugar ao altar. Se, no Novo Testamento, todos os cristãos eram considerados "santos", impôs-se a distinção entre o clero (a parte "sagrada") e os leigos (a parte "profana"). Ergueram-se barreiras entre o "presbitério" e o resto do templo: o lugar próprio do sacrifício eucarístico ficava reservado aos sacerdotes, que foram retirados da vida normal e sujeitos à lei do celibato. Só o clero podia distribuir a comunhão, pois as mãos "impuras" dos fiéis não deviam tocar os santos mistérios. Depois, monarcas reivindicaram o direito divino dos reis e papas formularam a teoria das duas espadas. Durou séculos a luta entre a Igreja e a modernidade e ao clericalismo contrapôs-se o anticlericalismo. De qualquer modo, mesmo se teve de impor-se à Igreja oficial, havia na Bíblia um fermento de laicidade. Foi assim possível o Estado moderno laico, no quadro de uma racionalidade da organização da vida colectiva, etsi Deus non daretur (como se Deus não existisse): não compete ao Estado decidir se Deus existe ou não, mas tratar dos negócios da existência em comum no mundo e defender a liberdade religiosa de todos. Claro que, de ambas as partes, haverá sempre a tentação do poder. E quem não sabe que, na sua dinâmica, o poder tende a ser total? Pelo seu lado, a Igreja só deveria reclamar liberdade. Sem privilégios. A título de exemplo: que interesse pode ela ter no casamento católico com efeitos civis? Não seria preferível, também aqui, separar águas? De qualquer modo, como escreveu o teólogo E. Schillebeeckx, a Igreja será cada vez mais uma "Igreja de voluntários". Anselmo Borges

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Igreja distingue Maria Helena da Rocha Pereira


Prémio homenageia percurso de vida e lembra importância dos Estudos Clássicos numa sociedade cada vez mais refém da tecnologia


A professora e investigadora de Estudos Clássicos Maria Helena da Rocha Pereira, catedrática da Universidade de Coimbra, recebeu esta Sexta-feira, em Fátima, o Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes, na sua quarta edição.
Ao receber a distinção, a universitária de Coimbra revelou-se grata, em especial pelo destaque dado à “área contemplada”, que considera estar “nos alicerces da cultura europeia e de todas aquelas, tributárias destas, de outros continentes”.
“Podem muitos dos nosso contemporâneos esforçar-se por esbater ou ignorar esta relação (com o mundo greco-latino, ndr), mas a verdade é que tentar fazê-lo é renegar a história, desconhecer a necessidade de aprender”, acrescentou.
Maria Helena da Rocha Pereira realçou que o latim e o grego têm estruturas “propícias ao desenvolvimento do raciocínio” e que dessas línguas brotam a maioria dos termos da linguagem científica e técnica de que nos servimos.
O Prémio, instituído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), procura destacar anualmente um percurso ou uma obra, onde os valores do Humanismo e da Experiência Cristã se achem reflectidos. Para a Igreja, a distinção entregue a Maria Helena da Rocha Pereira visa também lembrar a importância dos Estudos Clássicos numa sociedade cada vez mais refém da tecnologia.
Leia mais em Ecclesia

As Novenas

"Se a promessa era cumprida numa igreja ou capela das redondezas da Gafanha da Nazaré, regressávamos a casa onde nos era servido um pequeno lanche à base de tremoços, pevides e um ou outro bolito. Para regar o que se comia, bebia-se água do poço e em casos especiais lembro-me bem de ter bebido um pirolito (gasosa em garrafinha com uma bola de vidro a servir de rolha, fixa no gargalo pela pressão do gás do próprio líquido). Se era longe, a merenda era mesmo ali, no largo da capela ou da igreja, numa sombra qualquer, que naquelas idades nem se sentia a sua falta. Contavam-se umas histórias, cantavam-se umas cantigas, algumas religiosas e ao gosto da “dona” da novena, olhávamos uns para outras, e vice-versa, brincávamos, corríamos e saltávamos, e a um sinal da chefe estávamos de volta a casa, com uma tarde vivida de forma bem diferente, que naqueles tempos não havia televisões nem rádios para passar o tempo."
Leia mais em GALAFANHA

Há Verão este fim-de-semana


Há garantias de que temos Verão (duplo sentido) este fim-de-semana. Então aproveite e não deixe que a nossa Praia da Barra fique assim, deserta e sem gente. Vá e goze em pleno a maresia temperada pelo sol que aquece o corpo e a alma. Descanse e afugente o stresse para longe da vista e do coração. A vida tem de ser aproveitada. Bem aproveitada que se faz tarde! Mas se caírem uns pinguitos, não se aflija. Deve ser coisa passageira.

Dia Mundial do Refugiado



37,4 milhões de refugiados à espera de respostas humanitárias

Um dia para lembrar o drama por que actualmente 37,4 milhões de pessoas estão a passar. 20 de Junho é o Dia Mundial do Refugiado este ano sob o mote da protecção.
Todos os anos o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, presidido pelo português António Guterres, aborda este dia numa perspectiva diferente. “Trata-se de uma palavra que lança a atenção sobre o problema e que procura soluções duradouras para estas pessoas”, aponta à Agência ECCLESIA Mónica Frechaut, Assistente da Direcção de Informação Pública do Conselho Português para os Refugiados – CPR.

Portugal está murcho, mas com fé em novas vitórias

Portugal ficou murcho com a derrota frente à Alemanha. Ontem à noite ouvi muitas lamúrias de comentadores e de compatriotas mais ligados ao mundo do futebol. Também ouvi críticas contundentes, contra o seleccionador e alguns jogadores. A tristeza dominava. Até parece que convivemos mal com a derrota, sobretudo na área do futebol. Resultados menos bons em provas de outros sectores desportivos passam despercebidos. E acontece o mesmo, quase, quando alguns atletas ocupam um lugar no pódio. Mas no futebol, alto lá. Aí, porque nos convencemos de que somos os melhores, não se admitem deslizes. De qualquer forma, gostei de ouvir hoje de manhã o presidente da FPF, Gilberto Madail, sublinhar que somos, afinal, do grupo das oito melhores selecções da Europa. Já não é mau para um país como o nosso, onde não há muitos jogadores para escolher, embora tenhamos, de facto, dos mais completos do mundo. O Presidente da República, afirmando-se com pena de termos perdido, referiu que há mais vida e mais desafios para além do futebol. É verdade. Por isso, há que acreditar que outros campeonatos hão-de proporcionar-nos grandes vitórias. Se houver esforço, preparação, motivação e estímulos capazes de nos fazerem chegar mais alto e mais longe. Há que ter fé, também! FM

PONTES DE ENCONTRO


A Igreja Católica e o poder dos outros

“Marcelo Rebelo de Sousa defende que há falta de “vozes em defesa da doutrina social da Igreja”, porque os movimentos de leigos têm sido dominados pela direita.
Em declarações ao Expresso, o professor defendeu que “os movimentos de leigos com mais força actualmente, são de direita e apostam nas questões fracturantes, como o aborto, divórcio, eutanásia e casamento homossexual.”
Em contrapartida, “há que falar, também, contra as desigualdades sociais, a globalização meramente economicista e em defesa dos emigrantes”, matérias tradicionais dos movimentos de esquerda, que “continuam a existir, mas não têm o peso dos outros.” “É errado, porque a Igreja não é de esquerda nem de direita”, diz Marcelo Rebelo de Sousa”
Este texto faz parte de uma notícia publicada no jornal Expresso, do dia 13, do corrente mês, sobre uma Carta Pastoral, de dezasseis páginas, do Cardeal-Patriarca de Lisboa, de 18 de Maio de 2008, dirigida à Igreja de Lisboa, com o título “A Igreja no tempo e em cada tempo”, onde também é referida a diminuição de fiéis que tem tido lugar, em algumas paróquias de Lisboa, “nos últimos sete anos”.
Já li este documento pastoral e, se me é permitido, convido todos os católicos a lê-lo e a reflectir sobre a sua mensagem, sempre actual, para a vida da Igreja. Para os cristãos que não façam parte da Igreja do Patriarcado de Lisboa sugiro, se possível, que esta leitura e reflexão sejam feitas em comunidade eclesial. Por agora, fico-me pelas breves e importantes afirmações do Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Será por ele ser um conhecido comentador político que não resistiu à tentação de dizer que na Igreja (só na de Lisboa ou noutras, também?) há como que uma aparente luta pelo poder, entre o que ele designou por “movimentos de leigos dominadas pela direita” e os de esquerda, “mas [estes] não têm o peso dos outros”?
Ele diz – e com isso não posso estar mais de acordo – que “a Igreja não é de esquerda nem de direita”, mas será que todos sabem ou querem saber disso para alguma coisa?
Se assim for, as probabilidades das igrejas, paróquias e comunidades cristãs viverem num ambiente de tensão e de desgaste, mais ou menos permanente, e a busca da marginalização ou afastamento do outro é enorme e torna-se insustentável a comunhão fraterna, pelo que as rupturas, pessoais ou de grupo, têm todo o caminho livre para acontecerem, das mais variadas formas, sem ninguém assumir responsabilidades por elas, porque, cada um, está de bem com a sua consciência, como é costume dizer-se.
A expressão de Tertuliano (155-122), na sua obra Apologia 39,9, “Vede como eles [os cristãos] se amam”, citada por D. José Policarpo, na sua Carta Pastoral, só nos pode fazer olhar para os cristãos dos primeiros séculos e para aqueles que, nos nossos dias, continuam a ter como único poder a Mensagem de Jesus Cristo e o testemunho que dão dela (cf.: Act 3,6) e deixar-nos corados de vergonha e cobardia.
Rebelo de Sousa não é ingénuo nem irresponsável e tocou, goste-se ou não, num ponto delicado na vida e no futuro da Igreja, enquanto “una, santa e apostólica”, e a quem os pecados dos seus membros não só a fazem sofrer, por caprichos, intolerâncias, vaidades, protagonismos, poder, invejas, calúnias ou projectos pessoais, sem se darem conta (?) que as suas fragilidades acabam por ser, também, as fragilidades da própria Igreja.
“A caridade é o grande desafio para a vida interna da Igreja. A sua primeira expressão é o amor a Deus e ao Seu filho Jesus Cristo, o que nos levará a amar todos os homens como nossos irmãos.” – refere D. José Policarpo. Assim, para o cristão, não é possível amar a Deus se não amar o seu irmão em Cristo, seja ele quem for. A Salvação, graça gratuita do amor de Deus, para que todos os homens se salvem, exige destes actos e acções concretas, de dimensão e expressão humana, no seio do próprio mundo, pelo que estes actos e estas acções não se podem opor àquilo que o próprio Deus nos convida, incessantemente, a fazer, através da Sua Igreja: amar o próximo, como a nós mesmos (cf.: Lc 10,25-37). Fora disto, por muito que nos custe, não há redenção!

Vítor Amorim

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Forte da Barra precisa de mais atenção

Texto enviado ao IPPAR


Há tempos mandei-vos um mail pedindo que me informassem como seria possível recuperar o edifício classificado de interesse publico designado por «Forte da Barra de Aveiro».... Já recebi uma resposta a dizer que alguém me iria responder..... e até agora nada.... Faço essa pergunta porque me lembro, quando era director de um museu em Coimbra, de o IPPAR ter apoiado a recuperação de algum património em Coimbra....
A situação de ruína em que se encontra o «Forte da Barra», e pelo menos dois edifício do Estado perto dele, é simplesmente vergonhosa e perigosa... E ainda é mais vergonhoso quando ao lado do Forte se fazem grandes obras no «Jardim Oudinot», se construiu no local uma réplica de uma vigia sem qualquer interesse histórico e se espera em Setembro uma visita de uma regata de grandes veleiros históricos....
Lembro que o Forte da Barra tem uma história longa no período das fortalezas pirobalísticas.... existindo já a indicação de uma guarnição na zona no século XVI para protecção e controlo dos navios que fundeavam no local..... situação confirmada por dois achados arqueológicos encontrados nas escavações do terminal norte do Porto de Aveiro, a algumas centenas de metros do local e por um livro de acordos de Aveiro da época...
Infelizmente o Forte da Barra é o que nos resta de outros fortes existentes no litoral de Aveiro e de diversas vigias ao longo da costa .... das quais destaco a torre da «Senhora de Vagos», do início da nacionalidade, já desaparecida, e da «Senhora das Areias», em S. Jacinto, ainda existente como capela...
Penso que devia ser destruído todo o casario em ruínas que colaram ao Forte...... mantivessem a bateria rasa ainda existente..... recuperassem a antiga linha defensiva da tenalha com a pedra retirada da demolição.... fosse mantido o Forte como era no tempo em que tinha função de defesa.... e limpos os subterrâneos, fazendo-se algum trabalho arqueológico.

António Angeja

NA LINHA DA UTOPIA

Gerar proximidade
1. Proximidade ou distância, depende do lado da vida em que nos colocamos. Se formos a apreciar a fundo a dignidade de cada pessoa humana, logo nos apercebemos que o mistério da vida, na sua riqueza da diversidade, manifesta-nos, acima de tudo, a radical comum pertença à humanidade. Por vezes, muitas das divisões e distâncias que as culturas, interesses ou políticas, foram ou vão gerando (e gerindo), precisam deste regresso à condição ancestral da comum dignidade humana. Talvez, em determinadas circunstâncias tenhamos mesmo de colocar a mente e os olhos que só sabem dividir diante dessa imagens fecundas do embrião e do bebé no ventre materno. Imagens estas que, do seu pressuposto rigor científico do milagre da vida, muito poderão sensibilizar e transformar afectiva e racionalmente muitos pensamentos. 2. Quantas divisões que existem no mundo (porque nas pessoas do mundo) que precisam desse respirar fundo e do justo apreciar do dom da vida comum a todos e cada um! O tempo sociológico que vivemos propõe-se reinterpretar todas as coisas. É a globalização na sua dinâmica impulsiva que, partindo das forças dos interesses das economias, coloca as diversidades mais próximas. Tal facto pode trazer o melhor quando se aprecia e integra, ou o pior quando se exclui quem pensa diferente. Saber cultivar a proximidade inclusiva das culturas, não como sobreposição ou anulação, será um dos grandes desafios do século XXI. A tecnologia põe-nos em contacto; mas serão os princípios, critérios e valores, que darão o tom a este novíssimo encontro. 3. O ano (2008) europeu para o diálogo intercultural testemunha e impulsiona a necessidade premente desta mesma reflexão, a ser levada até às últimas consequências. É neste contexto que a prestigiada Fundação Calouste Gulbenkian (http://www.gulbenkian.pt/) abriu um programa sugestivo: Distância e Proximidade. Para todos os cidadãos humanos do mundo e do Portugal actual, trata-se, este género de reflexão não de uma abordagem lateral que se possa prescindir, mas sim de um enfrentar as problemáticas de fundo das sociedades contemporâneas, a partir das mais pequenas coisas em que, no fundo, todos vivemos a mesma interacção de diferentes culturas, numa interdependência diária; até as crises sociais, como a recente dos combustíveis, nos demonstram isso mesmo: precisamos e só sobrevivemos uns-com-os-outros. 4. Para comissário da pertinente iniciativa da FCG foi convidado Arjun Appadurai, natural de Bombaim e residente actualmente em Nova Iorque (esperemos que regresse um dia à sua terra!), que é «uma das personalidades que mais tem reflectido sobre as questões da violência cultural, do reconhecimento da diferença cultural como valor da modernidade e sobre as consequências da globalização». Venha o tempo em que estas questões da proximidade das diversidades estarão todos os dias em cima da mesa como factor decisivo de desenvolvimento humano. Será por aqui!
Alexandre Cruz

REGATA 200 ANOS DA ABERTURA DA BARRA DE AVEIRO.

A Regata, integrada no programa das Comemorações do Bicentenário da Abertura da Barra de Aveiro, foi uma organização conjunta da Administração do Porto de Aveiro e do Clube de Vela Costa Nova. Decorreu nos dias 14 e 15 de Junho e ofereceu, a quem a presenciou, imagens inesquecíveis.

O LIVRO E OS LIVROS, OS CATÓLICOS E A BÍBLIA

A Bíblia


Zade Smith, uma inglesa de origem oriental, das mais respeitadas escritoras britânicas na actualidade, ao dar conta, em entrevista recente (Expresso 31.5, em Actual), da sua carência de educação religiosa, diz textualmente: “Eu cresci numa família sem filiação religiosa. Quando não se tem um grande Livro, é natural olhar para um data de livros pequenos”. Uma palavra de largo e ponderado sentido, que a vida ilustra em cada dia.
Para aos cristãos, o grande Livro é e será sempre a Bíblia. Sair dela ou prestar-lhe menos atenção é deixar sem alimento a fé pessoal e a fé comunitária sem fundamento sólido e inspirador.
Recentemente, uma sondagem feita na diocese de Lisboa, e da qual se deu notícia muito alargada, trouxe ao de cima a consciência de como há ainda muitos cristãos que não lêem, não meditam, nem rezam a Bíblia, mesmo quando a têm em suas casas e sabem o seu valor e importância para a vivência da fé e para a vida segundo Cristo.
Os cristãos da reforma protestante e outros que, ao longo do tempo, foram nascendo, separando-se das correntes iniciais, mantiveram sempre grande ligação à Bíblia. O mesmo fazem hoje as incontáveis seitas que vão proliferando por esse mundo fora, muitas vezes sem pejo de utilizarem e manipularem o Livro Sagrado para justificar opiniões e interesses.
Num contexto histórico conhecido, a Igreja Católica durante séculos, preocupada em defender a fé tradicional do povo, ameaçada por uma livre interpretação bíblica, deu prioridade, na sua acção, à catequese das crianças, apoiando-a no testemunho activo da família, primeiro espaço de transmissão e expressão da fé. A Bíblia, suporte doutrinário do catecismo, foi um Livro usado sobretudo pelo clero, a quem competia ensinar as verdades cristãs às crianças e motivar os pais para o seu dever de primeiros educadores da fé dos seus filhos. Muito tempo assim, tempo de mais dada a evolução das mentalidades e da sociedade. Maior preocupação em continuar a defender, sem garantia, a fé dos crentes, e menor em evangelizar e alimentar essa fé, cada vez mais débil. Mesmo nos seminários, o estudo da Escritura foi deficiente, por haver mais preocupação com os problemas exegéticos, que com a riqueza espiritual inesgotável da Palavra Revelada.
Já em pleno século XX a Bíblia, traduzida em português e com notas explicativas, tornou-se mais acessível aos católicos. Os padres capuchinhos tiveram grande mérito neste acordar bíblico com a pregação popular, os grupos paroquiais, as Semanas Bíblicas nacionais, a publicação contínua da Bíblia e a Revista Bíblica. Milhares de pessoas e muitas centenas de paróquias vêm beneficiando desta acção. O Vaticano II fez acerca da Palavra de Deus uma Constituição conciliar ainda pouco conhecida. Dá-se, agora, cada vez mais atenção à leitura espiritual da Bíblia, dita “Lectio Divina”, que leva à participação pessoal de quem escuta ou lê a Palavra. As celebrações litúrgicas, mormente a Eucaristia, dão lugar central à Palavra de Deus e ao ministério de leitor, ajudando a crescer o amor à Bíblia.
Nos últimos tempos faz-se a campanha “ Em cada casa uma Bíblia”. Vê-se, porém, que não chega colocar o Livro nos lares cristãos, se antes ou ao mesmo tempo, não se mete, com cuidado e persistência, no coração dos crentes, o amor à Palavra e a capacidade de a ler e meditar, com fruto espiritual e apostólico.
A preparação do próximo Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, está acordando a Igreja das suas rotinas, omissões e demoras. Se evangelização, iniciação cristã, formação dos adultos e agentes pastorais são hoje urgências na Igreja, não se dará passo válido sem dar à Bíblia ou à Palavra de Deus o lugar indispensável que lhe compete.


António Marcelino

Bens Culturais das igrejas

Museu Paroquial da Gafanha da Nazaré (clicar na foto para ampliar)


“Não é possível fazer catequese e pastoral, se houver alheamento dos Bens Culturais” e “muitos padres não estão sensibilizados para estas questões” - afirmou esta manhã (19 de Junho) Fátima Eusébio, Directora do Departamento dos Bens Culturais da diocese de Viseu, no Conselho Nacional para os Bens Culturais da Igreja.
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Não me espanta esta afirmação. Sei que é assim, por experiência própria. Há padres sobrecarregados com trabalho em diversas funções, paroquiais e outras, e sem tempo para mais. Outros há sem sensibilidade para a arte e para a cultura… como em qualquer actividade humana.
Há anos, ao visitar uma igreja romana, senti, como habitual, vontade de conhecer histórias do templo, com alterações de várias épocas e estilos. Dirigi-me à sacristia, no final da missa, e o padre, de pronto, muito simpático, atirou-me logo: Disso não percebo nada; o sacristão sabe mais do que eu. E foi o sacristão quem me elucidou, com agrado meu, porque sabia mesmo umas coisas interessantes.
Esta denúncia de Fátima Eusébio não pode cair no esquecimento. É preciso mesmo motivar os agentes de pastoral, padres, diáconos e leigos, para a arte sacra.
Há tempos, li que houve obras em igrejas pagas com peças de arte sacra. Fiquei, naturalmente, triste com estes desmandos praticados por padres. A ser verdade, há que responsabilizar quem os fez. Mais uma razão para se educar para o valor, artístico e outro, das peças que estão a enriquecer os nossos templos ou os nossos museus paroquiais.

FM

Diário de Aveiro celebra aniversário



O Diário de Aveiro celebra hoje 23 anos de vida. Foram 23 anos de vida cheia, sempre ao serviço de Aveiro e sua região. Não há acontecimento que não tenha a presença dos seus jornalistas e que não ocupe lugar certo nas suas páginas.
Por força do jornalismo que também exerci, fui testemunha, inúmeras vezes, do seu esforço para dignificar a região e para valorizar as pessoas nos seus misteres quotidianos. Por isso, os meus parabéns a quem dirige o Diário de Aveiro e a quantos nele trabalham.

Dia da Igreja Diocesana: 29 de Junho

Santuário de Santa Maria de Vagos

Da Mensagem do Bispo de Aveiro
"Convido e convoco toda a Diocese: presbíteros, diáconos, seminaristas, consagrados(as) e leigos(as) para, no próximo dia 29 de Junho, celebrarmos no Santuário de Santa Maria de Vagos, o Dia da Igreja Diocesana.
Vamos aí sentir a alegria da nossa fé, fortalecer a comunhão da Igreja diocesana e celebrar a Eucaristia, sacramento da caridade e “dom de Deus para a vida do mundo”.
Vamos reencontrar e unir no Dia da Igreja Diocesana todos os dias do Ano Pastoral já vividos, afirmar passos já dados, avaliar o caminho percorrido e delinear o novo ano pastoral que daqui se anuncia.
Vamos saudar e agradecer quantos na vida sacerdotal, consagrada ou matrimonial celebram durante este ano momentos jubilares marcantes.
Alegra-me convidar de forma especial e acolher com particular dedicação todos aqueles para quem este ano pastoral significou uma etapa nova ou marcou um modo diferente de ser Igreja ou de viver em Igreja: os sacerdotes recebidos na Diocese, as irmãs religiosas aqui regressadas ou recém-chegadas às suas Comunidades, os que iniciaram a sua caminhada no Seminário ou no Pré-Seminário, os novos diocesanos, as famílias que celebraram o seu matrimónio ou o baptismo dos seus filhos, as crianças que pela primeira vez receberam a Eucaristia e os jovens e adultos crismados ao longo do ano.
Tem profundo significado sentir a presença dos grupos de acção sociocaritativa das diferentes Comunidades."

Pode ler toda a Mensagem de D. António Francisco

quarta-feira, 18 de junho de 2008

NA LINHA DA UTOPIA

O labirinto europeu
1. Queremos uma Europa dos cidadãos, mas quando estes se manifestam livremente, ainda que a sua opinião solicitada não vá ao encontro da vontade das lideranças, nesse momento, já preferimos a Europa das instituições. Se os cidadãos não participam, há queixas justificadas pelo alheamento das pessoas do processo europeu; quando participam corre-se o risco a que a quase totalidade dos estados-membros procurou fugir evitando o referendo; quando participam efectivamente, quase que não se quer democracia nessa participação, pois o caso do não irlandês, e particularmente das sucessivas reacções, deixa transparecer claramente que de deseja que a vontade dos cidadãos pouco valha para os líderes europeus. A encruzilhada do labirinto. 2. Não é fácil descortinar os caminhos de saída deste labirinto, em que se respeite efectivamente a opinião dos cidadãos, pois se esta não é acolhida como parte integrante todos os cenários fazem crescer o alheamento e a insignificância da participação. Para os líderes, os cidadãos parecem ser um problema, pois estes não seguem cegamente o caminho trilhado pelos acordos parlamentares. É certo que muitos desses cidadãos que votam não até podem viver de subsídios europeus, e que para votar é preciso muita formação e consciência comunitária. Mas, ainda que toque a subjectividade indescortinável, a noção da Europa de Valores parece hoje uma utopia longínqua que faz de Bruxelas já uma capital fugidia que pouco une e que, no dia-a-dia se manifesta mais pelo Banco Central Europeu nos anúncios das taxas de juro ou nas greves do que numa consciência da riqueza das identidades e culturas que habitam a Europa agora alargada. 3. A hora é de pausa e de reflexão. E imagine-se se em todos os estados-membros se tivesse realizado o referendo sobre a ratificação do Tratado de Lisboa. Talvez a festa se tenha comemorado antes do “jogo” começar. E quanto mais as lideranças procuram nestes tratados a afirmação da «carreira política pessoal», como afirmou peremptoriamente o primeiro-ministro de Portugal, mais os cidadãos se sentem usados no seu voto e mais repelente criam em relação às lideranças. Estas foram-se, progressivamente, distanciando das bases e dos problemas reais das populações. É, naturalmente, muito difícil manter a liderança do geral atendendo a todas as situações particulares. Mas neste caso a Europa tem feito história, todavia, tendo-lhe faltado nos últimos tempos a prudência que brota da sabedoria. Esta não vem da tecnologia mas da arte de prever todas as possibilidades em questão. 4. Neste contexto parece haver algo de ingénuo (sinal de pragmatismo não sábio?) neste processo, pois nele não se prevê como lidar com o não. O não irlandês está aí, como um sinal inquietante, numa caminhada europeia que é irreversível mas que tem de respeitar a opinião dos cidadãos. Como foi possível tanta festa antes do tempo, sem ouvir os cidadãos e sem um «plano B» como previsão sábia de todas as possibilidades? Quanto mais depressa mais devagar? Em frente, na convergência, pelo aprofundamento plural dos Valores dos povos Europeus. Quem agora tomará a dianteira?
Alexandre Cruz

Cultura do Queijo

"Um queijo fresco de cabra que ficou esquecido não se deita fora, deixa-se acabar de secar. Vai-se voltando e ao fim de uns dias, passa a ser um queijinho seco, que cortado em fatias finas, com um fio de azeite e umas bolachas de água e sal, é petisco dos bons."
Aqui ao lado, em Cultura, destaquei um blogue que faz falta a toda a gente: Chama-se ARDEU A PADARIA e vai servir para nos orientar em momentos de indecisão, quando chegamos à cozinha sem saber o que fazer para o almoço ou para o jantar. Mais ainda: também serve para preparar um petisco, em maré de apetites. Vá lá já!

O Beira-Mar não vai por água abaixo


Tenho estado atento às dificuldades sentido pelo Beira-Mar. Clube alicerçado na cidade dos canais é, sem dúvida, um certo símbolo de Aveiro. Tem dado a todos os aveirenses grandes alegrias, mobilizando, nessas alturas, multidões de sócios e simpatizantes. Nesses momentos de entusiasmos esfusiantes, as multidões seriam capazes de lhe dar tudo. O pior é depois…
Depois, quando está na mó de baixo, a debandada é quase geral. Tenho pena destas gentes que só sabem cantar Beira-Mar… Beira-Mar…. Beira-Mar em tempos de vitórias e de euforias. Nas horas de tristezas, fogem com o rabinho entre as pernas…
Ainda bem que foi possível encontrar quem segure o leme…
O Beira-Mar não vai nem pode ir por água abaixo…

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