"Se a promessa era cumprida numa igreja ou capela das redondezas da Gafanha da Nazaré, regressávamos a casa onde nos era servido um pequeno lanche à base de tremoços, pevides e um ou outro bolito. Para regar o que se comia, bebia-se água do poço e em casos especiais lembro-me bem de ter bebido um pirolito (gasosa em garrafinha com uma bola de vidro a servir de rolha, fixa no gargalo pela pressão do gás do próprio líquido). Se era longe, a merenda era mesmo ali, no largo da capela ou da igreja, numa sombra qualquer, que naquelas idades nem se sentia a sua falta. Contavam-se umas histórias, cantavam-se umas cantigas, algumas religiosas e ao gosto da “dona” da novena, olhávamos uns para outras, e vice-versa, brincávamos, corríamos e saltávamos, e a um sinal da chefe estávamos de volta a casa, com uma tarde vivida de forma bem diferente, que naqueles tempos não havia televisões nem rádios para passar o tempo."
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