quinta-feira, 30 de maio de 2024

EUGÉNIO DE ANDRADE - O AZUL


O azul, o azul rouco, o azul
sem cor, luz gémea da sede.
Acerca deste rigor
tenho uma palavra a dizer,

uma sílaba a salvar
deste aridez, asa
ferida, o olhar arrastado
pela pedra

calcinada, húmido
ainda de ter pousado
à sombra de um nome,
o teu,

amor do mundo, amor do nada.

Eugénio de Andrade 
Em POESIA


DIA DO CORPO DE DEUS

Custódia - Gafanha da Nazaré

O Dia do Corpo de Deus é um feriado nacional religioso que se celebra sempre a uma quinta-feira. A data ocorre na segunda quinta-feira a seguir ao Domingo de Pentecostes e, portanto, celebra-se anualmente entre  21 de maio e 24 de junho.
Enquanto o Pentecostes é celebrado 50 dias após a Páscoa, o Corpo de Deus é celebrado 60 dias depois.
Esta celebração vem desde o século XIII e  os católicos, em  especial, vivenciam esta festa com grande devoção.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

O GOOGLE AJUDA


O Google ajuda. Estilizou esta flor que registei no nosso jardim e que agora partilho. O que é bonito é para se ver.

Biblioteca na Fábrica das Ideias

A CMI informa que já abriu, no passado dia 7 deste mês, na Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré, a Biblioteca Municipal, que passa a oferecer uma variedade de serviços abertos a toda a comunidade, nomeadamente, empréstimo domiciliário de livros e jogos.
O mais prático é passar por lá.


segunda-feira, 27 de maio de 2024

SAUDADES

 

Apesar de não gostar da areia nos pés, tenho tantas saudades deste ambiente! Com mar, sol e gente de todas as idades, mais o cheiro a maresia e o ar puro, tornam-me mais aberto à alegria de viver.

Primeiro Encontro de Orquestras Juvenis


 

domingo, 26 de maio de 2024

COLHEITA DE SANGUE - 1 de Junho de 2024

 

Dois Estados. E Jerusalém?

Creónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Segundo as Nações Unidas neste ano de 2024 há - imagine-se! - 64 conflitos armados no mundo É o horror, pura e simplesmente.
A opinião pública estará sobretudo voltada para os conflitos na Ucrânia e em Gaza. Deixo aí, com repetições, uma breve reflexão concentrada no confronto entre palestinianos e judeus, pois está a ser objecto da atenção pública, também por causa das intervenções recentes do Papa Francisco, em Verona, e do bispo José Ornelas em Fátima. Sem esquecer, evidentemente, que o ataque terrorista do Hamas no passado dia 7 de Outubro é pura e simplesmente inqualificável. Não há realmente palavras para aquele horror monstruoso.

sábado, 25 de maio de 2024

Testemunho de uma emigrante na Austrália

Maria Aldina Santos 
- Não ter saudades é não se sentir português

Maria Aldina com seu marido

Numa entrevista à distância, via e-mail, “conversámos” com a nossa conterrânea emigrante, Maria Aldina de Oliveira Marçal Santos, radicada na Austrália. É assinante do nosso Timoneiro e sente, inevitavelmente, saudades dos seus familiares e amigos, residentes entre nós.
A Maria Aldina nasceu na Cale da Vila e é filha de Laurinda de Oliveira e de João Maria Marçal. Conheceu o seu futuro marido, Pedro Santos, quando ele, emigrante na África do Sul, veio a Portugal em 1971. Naquele país permaneceu até 1979. Depois surgiu a oportunidade da Austrália, onde reside com a família e amigos.
Como era a filha mais nova, nunca exerceu na Gafanha qualquer profissão porque “tinha de ajudar em casa" onde tirou “vários diplomas”. Na África do Sul trabalhou “num atelier de costura” e na Austrália “na Indústria hoteleira”. Presentemente está reformada.
Naquele país, a Aldina está integrada na Paróquia de Santa Teresa, participando nos eventos sociais e religiosos. Tem dois filhos, Pedro João, nascido na África, e Belinda, na Austrália. Sente-se orgulhosa dos seus filhos que frequentaram escolas onde se ensinava a Língua Portuguesa.
A nossa entrevistada sublinhou que sempre procuraram envolver-se em organizações de divulgação da cultura portuguesa, nomeadamente, no Rancho Folclórico Aldeias de Portugal, no Clube Português de Sydney e no Museu Etnográfico, entre outros. Ainda participa em eventos comunitários, apresentando comida e artes da nossa região.
A Aldina tem saudades de Portugal; “Não ter saudades é não se sentir português”, disse. E adiantou: “Sempre que nos é possível, viajamos para Portugal, porque é na Gafanha da Nazaré que “temos o nosso ninho, onde recebemos os amigos de várias partes do mundo”.
Maria Aldina recorda a sua experiência de emigrante: “Sair da casa dos pais aos 19 anos para encarar nova vida, conhecer novas culturas, aprender nova Língua, tudo para se poder defender dos desafios que aparecem, é muito difícil.” E ainda lembrou que é realmente importante o “safe-se como puder”.

Fernando Martins

Nota:Entrevista publicada no Timoneiro de Maio.

A NATUREZA QUE ME ENVOLVE

 Todos sabemos que a beleza da Natureza nos eleva o astral. Foi o que senti hoje, quando, um tanto ou quanto abúlico, passeei pelo nosso quintal, à procura da estabilidade mental, mas não só. Foi por ali que acordei para a dinâmica do dia a dia com mais vida. 
Apreciei o ambiente, senti o odor das plantas e suas flores e confirmei que vamos ter mais fruta nas épocas próprias. Depois, fotografei o que achei mais expressivo e regressei à comodidade dos meus aposentos para partilhar otimismo.
Bom fim de semana para todos.

Liberdade de expressão

"Se a liberdade de expressão consiste em pronunciar as frases aceites e os conceitos admitidos não há liberdade. Temos eventualmente um belo coro, mas liberdade, não."

António Barreto,
no PÚBLICO de hoje

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Passagem por Estrasburgo - Visita de Jornalistas



Não tendo sido muito viajado, tive o privilégio, há anos, de integrar uma delegação de jornalistas portugueses ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Um Postal Ilustrado, encontrado numa caixa, lembra o facto. Hoje, a visita estaria guardada num PC, Pen, Blogue ou noutro registo qualquer, porventura mais acessível.
A viagem foi normal e as paragens muitas, que os jornalistas são curiosos. Mas hoje fico apenas pelo Postal Ilustrado que mostra a imponente Catedral com torre de 142 metros de altura, mais de dois faróis de Aveiro.

Nota: A torre foi o ponto mais alto do mundo de 1625 a 1874.

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Diáconos Permanentes ordenados há 36 anos

Há 36 anos, na Sé de Aveiro, foram ordenados os primeiros Diáconos Permanentes da nossa Diocese, em cerimónia presidida por D. António Marcelino.
Na altura, foi editado o cartão que ilustra esta página, elaborado por Jeremias Bandarra, um amigo sempre disponível para colaborar com a Igreja Aveirense, e não só.
Alguns já partiram para o regaço maternal de Deus. Vivos e atuantes, cada um com as forças possíveis, restam: Afonso Henrique Campos Oliveira, Luís Gonalves Nunes Pelicano, José Joaquim Pedroso Simões e eu próprio, Manuel Fernando da Rocha Martins.

terça-feira, 21 de maio de 2024

Dia Internacional do Chá

O chá é uma bebida deliciosa marcada pelos mais diversos sabores. Para além dos convívios que pode proporcionar, à volta de uma mesa, com amigos e conhecidos, o chá faz bem à saúde. Há chás para tudo. Por mim falo: quando estou com azia, tomo chá e de imediato fico bem disposto.  
Todos sabemos que entre nós o chá já foi substituído pelo café, mas estou em crer que haverá, entre senhoras mais idosas, o hábito do chá a meio da tarde, tendo por companhia um docinho caseiro.
A data foi comemorada oficialmente pela primeira vez em 2005, em Deli, na Índia, e desde então foi ganhando relevo a nível mundial. E entre nós? Temos de pensar nisso.
Bom apetite.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Um conto de vez em quando



Não te esqueças do que estás para dizer…

Vi hoje o Jerónimo. Já não o via há muito. Estava à mesa do café a dormitar, como dormitam todos os velhos. Em qualquer sítio e a qualquer hora. Cá para mim, o Jerónimo estava a ensaiar mais uma das suas muitas histórias, para contar a quem se sentasse com ele à mesa do café.
O Jerónimo é um conversador nato. Basta uma palavra dita por um amigo, em qualquer circunstância, para logo ele disparar:
— Não te esqueças do que estás para dizer…
A partir daí, começava mais uma história de um rol enorme de recordações que não tinham fim. Mas as histórias saíam-lhe com graça. Uns esgares faciais, expressivos, e mãos que enriqueciam os pormenores davam-lhe uma dimensão única. Por vezes, os ouvintes, que outra coisa não podiam ser junto dele, ainda suportavam umas palmadinhas, mais ou menos agressivas, conforme a força das convicções do orador por vocação.
— Pois é, meu caro Jerónimo. Ontem encontrei um amigo que regressou da estranja…
— Ó pá, não te esqueças do que estás para dizer! Aconteceu-me precisamente a mesma coisa. Um dia destes também dei de caras com o Xico, que não via há anos.

sábado, 18 de maio de 2024

O Diabo e o Pentecostes

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 

Volto ao tema, porque permanentemente a questão está aí nos meios de comunicação social e há quem me telefona a perguntar o que é que eu penso. Um dos casos mais recentes tem a ver com um homem que envenenou os pais (felizmente sobreviveram) a mando de uma bruxa que lhe disse que eles tinham o diabo no corpo e era preciso matá-lo. Claro, o homem sofre de problemas psiquiátricos… E lá vêm os rituais satânicos... Depois, perante a tragédia do nosso mundo hoje, com horrores sem conta e à beira do abismo, ouvimos: “Isto é o diabo, um inferno...”.
O Papa Francisco refere-se-lhe com frequência, para que as pessoas estejam atentas e evitem o que é obra do Maligno: o mal, o ódio, a guerra, as intrigas… O padre G. Amorth, falecido em 2016, exorcista na Diocese de Roma e fundador da Associação Internacional de Exorcistas, que fez milhares de exorcismos, chegou a dizer que ele andava à solta no Vaticano e denunciou seitas satânicas instaladas na Cúria e servidas por membros da Igreja, incluindo “monsenhores e até cardeais”. Ele lá saberia do que estava a falar!...

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Liberdade Religiosa no Mundo


 A que nível estamos da Liberdade Religiosa no Mundo? Excelente pergunta para todos refletirmos sobre o assunto. 

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Imagem da nossa Terra



Gosto de passar por ali. De um lado o largo 31 de Agosto, do outro a Fábrica das Ideias.É, realmentente, uma importante centralidade da Gafanha da Nazaré.

A pergunta por Deus: uma questão infinita

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


Tem-se frequentemente a ideia de que, à partida, o ateu, quando nega a existência de Deus ou quando afirma que, com a morte, acaba tudo, tem do seu lado a razão, ficando o crente sob a suspeita de não-racional, de tal modo que é a ele apenas que compete ter de apresentar razões da sua fé
Ora, as coisas não são assim, de modo nenhum. Por paradoxal que pareça, também o ateu assenta a sua negação da existência de Deus ou da vida depois da morte num acto de fé, melhor, numa crença. “Em qualquer das suas formas, o ateísmo é uma crença e não uma evidência, escreveu o filósofo Pedro Laín Entralgo, um ‘creio que Deus não existe’ e não um ‘sei que Deus não existe’.”

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Contos e outras histórias de Fernanda Reigota

Para surpresa minha, encontrei ontem, na Livraria Leya do Centro Comercial Glicínias, um livro em exposição — OS PÁSSAROS QUE ME HABITAM — de Fernanda Reigota, que adquiri de imediato. Conheço  a autora há bons anos e tenho apreciado a sua cultura e labor profissional.   Em casa iniciei a leitura. Do livro falarei mais tarde.

Apresso-me a noticiar a publicação desta obra de Contos e Outras Histórias para anunciar que o lançamento do livro será na referida livraria, no próximo dia 11 de Maio, pelas 17 horas.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Grafites com arte

 

Quando passar pelo largo 31 de Agosto, junto à igreja matriz da Gafanha da Nazaré, não deixe de apreciar esta ilustração. Há grafites com arte.

domingo, 5 de maio de 2024

Dia da Mãe - Recordações

Celebra-se hoje, 5 de Maio, o Dia da Mãe. Como um filme, vejo a minha mãe, Rosa da Rocha, como sempre a conheci. Mulher determinada, trabalhadora e poupada. Governava a casa com determinação, sem mexer no dinheiro que o pai ganhava no mar alto da Terra Nova e da Goenlândia.

Era conhecida por Rosita Facica, talvez por ser de estatura mediana. Crente, herança que herdei. Era muito de dar conselhos, por vezes ao jeito de sermões. Todos os domingos me levava à Igreja Matriz da nossa paróquia, Gafanha da Nazaré. Sentado no chão, lá ia  ouvindo o latim do nosso prior e os cânticos do povo. Já agora, recordo que no corpo da igreja ficavam as mulheres. Os homem na parte de traz e nas laterais. Havia uns bancos nessas zonas. Um lavrador muito respeitado, João Catraio,  tinha uma cadeira especial que dava para se sentar ou ajoelhar.

Além do amor ao trabalho e às tarefas do dia a dia, da minha mãe herdei ainda o gosto pela verdade, pela humildade, pela poupança, pela atenção aos mais pobres, pelo respeito por nós próprios e pelos demais, pela honradez sem hesitar.

Fernando Martins

Para mais tarde recordar


 
Daqui a uns tempos haverá outras formas, porventura ainda por descobrir, que nos permitam recordar o passado. Por enquando, os blogues talvez sirvam para mais tarde evocarmos pessoas, usos e costumes, modas e tradições.
Hoje, por exemplo, dediquei algum tempo às fotografias com mais de 60/70 anos. E a Lita lá está a apreciar um canário ou outro passarinho qualquer numa  gaiola.

A questão do Homem: a questão de Deus

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias

Ainda ecoa aquela proclamação que Nietzsche em A Gaia Ciência (1882) colocou na boca de um louco: “Deus morreu! Deus está morto!” Desde então o mundo não é o mesmo. É certo que para Nietzsche Deus tinha de morrer, pois o que a religião proclamava é contra a vida, de tal modo que, com a proclamação da morte de Deus, é o mar infindo das novas possibilidades do sim à vida que se abre. No entanto, à morte de Deus não se seguiria a morte do Homem e do sentido último de toda a realidade?
Segundo as análises de Gilles Lipovetsky, “Deus morreu, as grandes finalidades extinguem-se, mas toda a gente se está a lixar para isso. O vazio do sentido, as derrocadas dos ideais não levaram, como se poderia esperar, a mais angústia, a mais absurdo, a mais pessimismo”: isto escreveu ele em A era do vazio - presentemente, parece que já não pensa exactamente da mesma maneira.
De qualquer forma, os espíritos mais atentos julgam que é necessário dar antes razão a L. Kolakowski, o filósofo polaco agnóstico, já falecido, quando afirmou que, desde a proclamação da morte de Deus por Nietzsche, nunca mais houve ateus serenos: “Com a segurança da fé desfez-se também a segurança da incredulidade.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

O deus Twasti criou a mulher...

Foto Google


Twasti – o deus – tomou a forma redonda da lua e as curvas das trepadeiras
e o enroscar-se entre si dos vimes do bosque
e o tremor da erva
e a esbeltez da cana de bambu
e as flores
e a delicadeza das folhas
e o olhar do veadinho
e o rodopiar das abelhas
e a alegria risonha dos raios do sol
e o sonho inconsolado das nuvens
e o oscilar suave do vento
e a timidez da lebre
e a frivolidade do pavão real
e a suavidade da asa do papagaio
e a dureza do diamante
e a doçura do mel
e a crueldade do tigre
e a luminosidade confortável do fogo
e o frio da neve
e o palrar da gralha
e o arrulhar da pomba
e a adulação dos cisnes.
E juntando tudo isto criou a mulher e apresentou-a ao homem.

Nota: Poema hindu. Li em Estudos Teológicos

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